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Por José Commandini Neto- Vereadores borboremenses se reuniram em sessão extraordinária na Câmara Municipal “Prefeito Evilásio De Martin”, na quinta-feira, 19, para julgamento do processo de improbidade administrativa contra o prefeito municipal Virgilio do Amaral Filho. A sessão teve inicio às 8h30min.

 

prefborbnetBorboremense denunciou que o prefeito “Virgilinho” teria comprado uma carga de 180 pneus para os veículos do município, sem fazer processo de licitação. A compra teria custado R$ 180 mil, dos quais R$ 15 mil já teriam sido pagos a duas empresas de Catanduva, que também teriam recebido a garantia de que os contratos seriam firmados futuramente.

O caso está sendo investigado também pelo Ministério Público Estadual, que instaurou inquérito.

A Comissão Investigativa da câmara ouviu os envolvidos no caso e apresentou um relatório à presidência da casa. A comissão concluiu que houve irregularidades, e a Câmara pediu a cassação do prefeito municipal. O mandato do prefeito Virgilio do Amaral Filho, foi revogado por 8 votos a 1.

Segundo o presidente do legislativo, vereador Florisvaldo Pazini, a sessão foi muito importante para o município de Borborema, pois um processo de cassação de um prefeito chega ao final para votação em plenário e que esperava que os vereadores votassem com coerência e de acordo com o juramento que fizeram no dia da posse.

A Câmara de Vereadores solicitou reforço da Polícia Militar (PM) para a sessão de cassação, que foi aberta ao público. O denunciado e chefe do poder executivo não compareceu a sessão. Muitos puderam acompanhar os trabalhos ao vivo pelo site da Câmara Municipal.

Logo após o fim da tensa sessão extraordinária, que durou aproximadamente 11 horas, o presidente da Câmara Florisvaldo e o 1º Secretário Celso Aparecido Gerbasi, encontraram-se com o ainda Vice-Prefeito o Drº Antonio Carlos Torres de Arruda, onde o notificaram da cassação do então prefeito municipal e o empossaram como 30º Prefeito Municipal, através do Decreto Legislativo nº 002/2015, de 19 de Novembro de 2015 (Dia da Bandeira); entrando em vigor hoje com a sua publicação.

O atual Prefeito Municipal Drº Antônio Carlos Torres de Arruda é Cirurgião Dentista, casado com Miriam de Fátima Micheletti Torres de Arruda, tem 2 filhos: Thais e Murilo. Estudou na Escola Estadual Manoel Silveira Bueno, na Escola Estadual Dom Gastão Liberal Pinto, e por fim na Universidade São Francisco em Bragança Paulista (SP). Como universitário, presidiu a Associação Borboremense de Acadêmicos (ABA) durante dois anos. Foi também presidente do Lions Clube e por vários anos participou de diretorias do Clube de Rodeio e de Campo de Borborema (CRCB) e do Clube Recreativo Borboremense (CRB).

Fez parte da primeira diretoria da Associação Jacy Pinheiro de Apoio a Crianças e Adolescentes. Foi presidente do Sindicato Rural por três anos e teve a iniciativa de instalar a Rádio Cultura FM onde presidiu por quatro anos. Como vereador durante oito anos teve quarenta e oito projetos aprovados, dentre eles, o projeto que tornou possível o Ticket Alimentação para os funcionários municipais, projeto da Tribuna Livre na Câmara, entre outros. Foi ainda escolhido por todos os vereadores para elaborar a Lei Orgânica do Município de Borborema, nossa lei maior que levou seis meses de trabalho.

Também foi o idealizador e coordenador da elaboração do livro que trata sobre a história do nosso município, o livro “Memória Viva, a História de Borborema”. É cristão atuante nas atividades da Paróquia São Sebastião de Borborema. É presidente do diretório municipal do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e eleito Vice Prefeito para o mandato de 2013 a 2016, sendo agora o atual Chefe do Poder Executivo.

Virgilio do Amaral Filho entra para a história do município como o 3º administrador que tem o mandato interrompido por ter seus direitos políticos e administrativos cassados pela Câmara Municipal.

O primeiro administrador a ser cassado no município de Borborema foi Ozório Prudenciano de Souza, nosso 8º Prefeito (1936). A incompatibilidade dos governantes municipais, chegou ao ponto de a Câmara votar a cassação do mandato de prefeito, em março de 1937 por 5 votos a 2. Essa decisão não foi efetivada devido ao golpe de estado em novembro de 1937, que dissolveu os legislativos federais, estaduais e municipais, implantando o Estado Novo de Getulio Vargas. Sendo Ozório mantido no cargo.

Já em 2004, governava o município pela terceira vez José Carlos Biasotto, sendo o 26º Prefeito; sendo o segundo chefe do executivo a ter seu mandato cassado pela Câmara Municipal, fato que não durou muito, pois passados 60 dias foi reconduzido ao cargo, finalizando o seu mandato.