A obra "bilionária" será financiada pelo PAC do governo Federal e terá um prazo de dois anos para ser concluída após a emissão da licença de execução pelo Ibama. Serão centenas de milhares de toneladas de fio e estruturas montadas por um trajeto de quase 2.500 km. Veja aqui por onde a linha passará em Itápolis, segundo o projeto...

 

 

 LINHÃO: PROGRESSO PARA O BRASIL E INDEFINIÇÕES PARA ITÁPOLIS
 
Aconteceu na última quarta-feira, dia 22 de setembro, no salão social da ACEI, a Audiência Pública organizada pelo IBAMA para a apresentação do relatório do estudo do impacto ambiental que ocasionará a construção da Linha de Transmissão Porto Velho/Araraquara 2 ("Linhão"), que quando concluída será a maior linha já construída no mundo em extensão.
 
A obra "bilionária" será financiada pelo PAC do governo Federal e terá um prazo de dois anos para ser concluída após a emissão da licença de execução pelo Ibama. Serão centenas de milhares de toneladas de fio e estruturas montadas por um trajeto de quase 2.500 km, atravessando os estados de Rondônia, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e São Paulo. Somente em trabalhadores diretos a obra deve envolver quase 5 mil, divididos entre os 8 canteiros de obras montados por toda a extensão da linha, um destes canteiros pode ser em Itápolis. Segundo o IBAMA, existe um acordo para que mais de 40% da mão de obra empregada nos canteiros seja das cidades atingidas pelo "linhão".
 
Já com relação às propriedades no caminho das linhas (que serão duas em paralelo com distância de 10 km entre uma e outra), não haverá exatamente uma desapropriação e sim uma indenização que deverá ser negociada pela limitação de alguns tipos de culturas em uma faixa de 79 metros abaixo das mesmas, o plantio de cana-de-açúcar e seringueiras são algumas destas limitações, o que causou aborrecimento em alguns dos proprietários de terras presentes na audiência, principalmente quando deixaram claro que "na falta de acordo a desapropriação poderá ser uma opção". Os representantes do IBAMA, da empresa que fei o estudo e do consórcio vencedor das obras não esclareceram com exatidão quais os valores das indenizações, somente orientaram aos produtores para que sigam plantando o que quiserem, pois no momento oportuno serão notificados da e as benfeitorias também deverão ser indenizadas.
 
Em Itápolis, quase 30 km de terras lineares serão atingidas por cada faixa do linhão, totalizando cerca de 60 km tomados. Deverão ser colocadas cerca de 120 torres nas terras localizadas na àrea do município, colocando a cidade em terceiro lugar entre as mais atingidas no estado de São Paulo, atrás de Novo Horizonte e Fernandópolis.

Com relação ao impacto ambiental, os palestrantes ainda frisaram a questão social nas regiões de obras devido ao grande fluxo de trabalhadores temporários nas regiões.

Os municípios cortados pelo "linhão" não receberão qualquer tipo de repasse de verbas ou aumento de arrecadação em função de mesmo. A audiência em Itápolis teve início às 18 horas e contou com a presença dos vereadores Avelino Cunha, Keko, Tonicão e Venturini de Itápolis, além de outros vereadores de cidades da região. Nenhum prefeito da região foi identificado durante a audiência.

Confira abaixo os mapas coletados no site do Ibama. Para consultar basta clicar neste link e selecionar a Tipologia Linha de Transmissão e o Estado de Rondônia, depois clique em pesquisar, selecione os temas referentes à Linha de Transmissão Porto Velho / Araraquara 2 e acompanhe a documentação.

 

A primeira linha, segundo o site, deve passar entre o pedágio da Rodovia e a Cutrale, a segunda deve acompanhar a primeira à 10 km de distância sentido Nova América. As duas seguem cortando a estrada do quadro, pegando também terras do município de Tabatinga. Devem terminar em Gavião Peixoto.

A primeira linha, segundo o site, deve passar entre o pedágio da Rodovia e a Cutrale, a segunda deve acompanhar a primeira à 10 km de distância sentido Nova América. As duas seguem cortando a estrada do quadro, pegando também terras do município de Tabatinga. Devem terminar em Gavião Peixoto.

 

Jovanir Reis
Redação Revistanet
24/09/2010