araraquara

O caminhoneiro Jorge Luiz Lugao, de 57 anos, voltou para casa na madrugada de quinta-feira (25) depois de ficar quase dois dias em poder de uma quadrilha que roubou o caminhão em que ele estava e a carga de cigarros avaliada em R$ 3 milhões.Ele foi rendido em Minas Gerais e libertado em Campinas.

O motorista saiu de Araraquara na manhã de terça-feira (23) com destino ao Estado do Ceará. Lá, faria entregas nas cidades de Fortaleza, Sobral, Quixadá e Juazeiro. Ele transportava cerca de 900 caixas de cigarros.

O condutor fez uma parada em Uberlândia para manutenção do caminhão e, por volta das 19 horas, foi fechado pelos criminosos na cidade de Serra do Salitre, no Triângulo Mineiro. "Três carros me abordaram, os bandidos desceram, me prenderam e me colocaram dentro de um dos veículos encapuzado. Eles rodaram comigo quase que o restante daquela noite", lembra Lugao.

Para despistar a polícia e também a empresa de logística a quadrilha ainda o obrigou a conversar com a esposa por telefone e fingir que estava tudo bem. "O telefone tocou eles pediram para eu atender, nós conversamos, eles (criminosos) pediram para que eu falasse com minha esposa de assuntos normais. Isso aconteceu por volta de 21h e eu já estava refém desde as 19h", conta.

Depois de circular por horas dentro do carro da quadrilha: ele chegou ao cativeiro. O motorista acredita ser um sobrado já que precisou subir dois lances de escada. Ali, em um quarto escuro, com apenas um colchonete, viveria seus piores momentos.

"Chegou uma hora que o rapaz que cuidava de mim queria me soltar, mas os outros bandidos diziam que ainda não era hora. Eles mandavam mensagens e eu ouvia o rapaz dizendo que não ia fazer isso não (mata-lo). Se não fosse ele, os outros teriam me executado", relata Lugao.

O motorista foi solto apenas na quinta-feira, próximo ao Terminal Rodoviário de Campinas, já no estado de São Paulo. A quadrilha devolveu a carteira e o celular sem chip que haviam sido roubados ainda na terça-feira e deu orientações para que ele não olhasse para trás. O condutor que jamais tinha sido assaltado ligou para a esposa e voltou para Araraquara de táxi já na madrugada de quinta-feira (25).

O caminhão possuía rastreador, mas o aparelho foi desligado pelos criminosos. O veículo não tinha seguro. A Polícia Civil investiga o caso. (CidadeOn)