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Imagine só, você senta numa cadeira de um bar para conversar com amigos e se distrair e, de repente, sem manis nem menos recebe uma chicotada. É o que, segundo universitárias, está ocorrendo no Bar Felloni, no Jardim Paulista, zona Leste de Ribeirão Preto.

 

Segundo as denunciantes, o dono do bar está chicoteando as clientes por motivos banais. Em uma publicação no Facebook, o próprio dono, o comerciante Marcelo Felloni, publica: "Diz que é de Ribeirão mas nunca tomo chicotada no Bar Felloni!"

As "chicotadas do Felloni" ganharam repercussão na rede social depois que uma universitária procurou a Polícia Civil para denunciar a agressão, ocorrida no último dia 11 de março durante uma festa universitária realizada no bar.

A estudante de arquitetura e urbanismo do Centro Universitário Barão de Mauá, que integrava a organização do evento, afirma que foi chicoteada depois de se dirigir para atrás do balcão para auxiliar os colegas a conectarem um notebook num aplicativo de músicas.

Segundo ela, o comerciante Marcelo Felloni, teria se irritado por haver muita gente atrás do balcão. "Ele apareceu e disse em tom de voz alta e rude: 'vocês não acham que tem muita gente atrás do balcão pra mudar uma música?' Eu falei para ele esperar um pouco que nós já sairíamos. Foi quando ele me bateu com uma corda engomada."

A estudante afirma que ao perguntar porque ele havia feito aquilo, o comerciante respondeu que era para ela nunca mais olhar para ele daquele jeito. A estudante ficou com hematoma na perna e foi encaminhada ao IML (Instituto Médico Legal) para exame de corpo de delito.

Procurado pelo ACidade ON, Marcelo Felloni não quis falar sobre o caso e orientou procurar o advogado dele, Hamilton Paulino, que negou as agressões.

"Eu acho isso (acusações) muito exagerado. Você acha mesmo que um bar de fronte a uma universidade, em um bairro nobre de Ribeirão preto, faria algo deste tipo? Só se meu cliente for um psicopata", afirmou.

O advogado ainda afirmou que a estudante está mentindo. "Não confirmo as agressões. Essa garota ai estava bêbada. Tem muitas testemunhas que falam que ela caiu no chão diversas vezes. Ela está causando essa confusão toda".

Outro casos

A denúncia da estudante de arquitetura não é a única. Uma estudante do curso de direito do mesmo centro universitário afirma que levou uma chicotada na mão há cerca de duas semanas porque se recusou a beber cerveja no estabelecimento.

"No intervalo da minha faculdade, eu e uma amiga descemos para o bar para conversarmos. Sentamos em uma mesa, e logo o dono nos abordou com uma garrafa de cerveja na mão. Em seguida colocou em nossa mesa. Falamos que não iriamos beber, pois não estávamos afim. Ele mostrou um chicote para gente, e disse que se a gente não bebesse a cerveja ele nos bateria."

Segundo a estudante, foi exatamente o que o comerciante fez. "Quando a gente recusou, ele deu uma chicotada na minha mão. E ainda disse que me bateu por que sabia que iria doer."

A estudante afirma que a reação foi imediata, pegou o chicote da mão dele e revidou. "Como doeu em mim, tinha que doer nele também. Levantamos e fomos embora, não voltei mais lá."

Machista

Outra vítima classifica o dono do estabelecimento como uma pessoa machista. Ela afirma que foi agredida pelo dono em 2014, por não ter aceitado a solicitação de amizade no Facebook.

"No meu segundo ano de faculdade fui com uma amiga para o bar. Ele me enviou um convite de amizade, mas, por não conhecê-lo, eu não aceitei. Quando cheguei no bar fui surpreendida, ele me puxou pelos cabelos me xingando, dizendo que agora ele não me queria por lá mais, já que eu não tinha aceitado ele. Ele é um machista, trata mulher como objeto. Na cabeça dele, a mulher que frequenta o bar deve ser submissa a ele. Ele é ridículo", diz.

Facebook

Indignados, universitários e frequentadores têm criticado a atitude do comerciante na própria página do Bar Felloni no Facebook. Já no perfil de Marcelo Felloni há a seguinte publicação: "Diz que é de Ribeirão mas nunca tomo chicotada no Bar Felloni ! (risos)".

O advogado Hamilton Paulino disse desconhecer essa publicação do comerciante. Ele alertou que pessoas estão compartilhando e dizendo inverdades sobre seu cliente em redes sociais serão responsabilizadas.

"Inclusive, muitas pessoas que estão expondo o caso serão processadas. Pois se isso fosse verdade, universitários já teriam agredido meu cliente, você não concorda? Você sai com sua namorada para um bar, e o dono agride ela, o que você faz? Isso não é verdade". (CidadeOn)