Vítima foi deixada em um buraco, bastante machucada
A Polícia Civil de Matão investiga um crime bárbaro contra uma mulher, de Araraquara. A jovem, de 27 anos, foi encontrada em um buraco, em uma estrada próxima ao bairro Nova Cidade, com várias marcas de agressões físicas e estupro.
Ela não se recorda como tudo aconteceu, muito em virtude das várias pancadas que teria sofrido na cabeça. “Ela chegou aqui muito machucada, ferida, sofrendo muito. Chorou demais de dor quando foi tomar banho. É uma situação terrível para nossa família”, disse a mãe.
As últimas lembranças da vítima são do sábado, por volta das 17h, quando procurou ajuda médica antes de ir trabalhar. “Eu estava me sentindo muito mal, com a pressão alterada, então fui para a UPA da Vila Xavier. Não passei pelo médico porque estava muito lotada. Na saída eu fui amparada por uma mulher, que me ajudou com um copo d’água gelada. É minha última lembrança”, explicou Ana (nome fictício dado a vítima).
Ana acordou 12 horas depois, dentro de uma vala, já em Matão. “Eu lembro que abri os olhos e estava tudo escuro, eu estava com muito frio, completamente nua, com sede e não lembrava nem meu nome. Fiquei ali por um bom tempo tentando sair daquele buraco, mas não conseguia”, lembra Ana.
A vítima não sabe exatamente quanto tempo ficou dentro do buraco. “Eu lembro de ter encontrado uma blusa e minha calça, o resto sumiu. Não sei até agora onde foi parar minha moto, meus documentos, celular, dinheiro, minhas outras peças de roupas”, conta ela.
Ana deixou o buraco com muita dificuldade e só então percebeu que estava longe de casa. “Estava muito escuro, a única luminosidade que tinha era a do céu, mas não dava para ver nada. A impressão era de que eu estava em um deserto cercada de mato e muita terra”, recorda.
A mulher pegou um pedaço de madeira e usou para se apoiar e andar alguns metros, no escuro, até chegar ao bairro Nova Cidade. “Lá eu encontrei um senhor idoso, fumando, de madrugada. Eu pedi ajuda e ele chamou a ambulância e me deu água porque eu estava com muita sede”, detalha Ana.
No hospital de Matão, além das agressões físicas, o médico de plantão constatou que a araraquarense sofreu abuso sexual. “Eu estava com muito sangramento no ânus e o médico me disse que fui brutalmente abusada”, relata a vítima, bastante emocionada.
Ana foi medicada e liberada algumas horas depois. Ela tomou o coquetel contra doenças sexualmente transmissíveis e voltou para casa após prestar depoimento na delegacia de Matão. Embora não se lembre do que ocorreu, o trauma de saber o que houve, mesmo que sem os detalhes, a atormenta a cada minuto. “Eu não consigo dormir, quando durmo tenho pesadelos, tenho apagões constantes de memória, dor por todo corpo, estou assustada e só quero que isso termine”, lamenta.
A moto, uma Honda CG, é a principal ferramenta de trabalho da vítima que espera recuperar o bem, mas está feliz por ter saído com vida desse pesadelo. “Eu preciso recuperar a moto sim, mas tenho que ser grata por estar viva, por estar em casa de novo”, finaliza ela.
A Polícia Civil de Matão continua a investigar o caso. Até agora não há suspeito ou suspeitos do crime. (CidadeOn)