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Policiais são acusados de torturar o adolescente com choques elétricos (Foto: TV TEM / Reprodução / Arquivo)

Um dos cinco policiais militares acusados de torturar até a morte um adolescente de 15 anos durante abordagem em Bauru foi absolvido pelo Júri Popular nesta terça-feira (20).

Gerson Gonzaga teve o processo desmembrado dos demais acusados de participar da sessão de choques que matou Carlos Rodrigues Júnior na madrugada do dia 15 de dezembro de 2007. Como ele perdeu o prazo para recurso, o Tribunal do Júri foi realizado nesta terça-feira. Ele foi absolvido dos crimes de homicídio qualificado e tortura.

Os outros quatro acusados ainda não foram a julgamento. De acordo com o advogado de defesa de um deles, ainda tramita no Tribunal de Justiça de São Paulo recursos para que eles não sejam submetidos a Júri Popular.

“Enquanto o TJ ainda analisa esse recurso contra a decisão de pronúncia, o réu não é levado à Júri. A pronúncia leva o réu ao Júri e o recurso tem dois objetivos ou a impronúncia, quando o réu não responde mais pelo crime homicídio doloso e o processo acaba, ou a absolvição”, explica o advogado Evandro Dias Joaquim.

Um sexto policial estava com o grupo no dia dos fatos, mas a Justiça entendeu que não havia provas contra ele e por isso não irá responder pelos crimes de homicídio qualificado e tortura, que recaem sobre os demais acusados.

Entenda o caso:

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Adolescente de 15 anos morreu após a abordagem policial em Bauru em 2007 (Foto: TV TEM/ Reprodução/ Arquivo)


Na madrugada do dia 15 de dezembro de 2007, seis policiais militares foram até uma residência no Bairro Mary Dota à procura de uma moto que tinha sido roubada.

Os PMs entraram na residência onde morava o adolescente de 15 anos e ele teria sido torturado com descargas de choque elétrico. Ele morreu horas depois, quando deu entrada no pronto-socorro central.

No dia 18 de dezembro, o laudo do IML comprovou a tortura e indicou que o adolescente tinha mais de 30 lesões causadas pelos choques. Os seis policiais chegaram a ficar presos, mas atualmente respondem às acusações de tortura e homicídio doloso em liberdade.