Documento diz que estruturas do telhado estavam prejudicadas. 20 pessoas ficaram feridas, entre elas, 16 crianças da creche.

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O laudo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas da USP apontou que o motivo da queda de parte do teto da Escola Municipal Professora Diomira Napoleone Paschoal, em Agudos, em abril deste ano, deixando 20 pessoas feridas, foi o apodrecimento da estrutura de madeira do telhado.

De acordo com o documento, divulgado nesta quinta-feira (27), a madeira das tesouras, que são estruturas da cobertura, estavam deterioradas e apresentavam sinais de apodrecimento.

No entanto, de acordo com o IPT, esse apodrecimento não era visível e só poderia ser detectado durante uma manutenção mais profunda no prédio.

Ainda de acordo com o laudo, a situação era difícil de ser detectada. "Não é possível imputar responsabilidade pela fatalidade a um indivíduo, devido à localização indetectável visualmente do ponto de apodrecimento da estrutura", consta no documento.

Entenda o caso
Vinte pessoas ficaram feridas após o desabamento do teto da escola municipal infantil, em Agudos, no dia 18 de abril deste ano.

Ao todo, 16 crianças foram atendidas na Unidade de Pronto-Atendimento de Agudos (UPA) e também no posto de saúde, além de quatro adultos - três professores e uma funcionária da escola.

Após o acidente, a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros estiveram no local retirando os escombros, que foram levados para um local de armazenamento de materiais recicláveis, e fazendo o isolamento da área.

Investigações
Os vereadores de Agudos aprovaram por 8 votos a 5, durante uma votação realizada no dia 23 de abril, a abertura de uma Comissão Processante (CP) contra o prefeito para investigar as responsabilidades pelo desabamento.

Vistorias feitas em 2015, 2016 e no ano passado já apontavam problemas na estrutura do prédio. Um dos problemas citados no laudo elaborado pelo TCE em 2015 é que o forro da creche possuía infiltrações e pontos específicos que deveriam ser lacrados, para evitar o contato com pombos.

De acordo com o documento, além do perigo da infiltração que comprometia a segurança do forro, o TCE aindou ressaltou problemas de saúde pública por conta das aves.

Dois anos depois da primeira vistoria, outra vistoria feira pelo TSE, em junho de 2017, apontou que, "apesar dos reparos na cobertura e a retirada significativa de material inservível" foram encontradas "paredes com infiltração e muitas penas de aves espalhadas pelo chão, indicando a presença de pombos".

Ainda segundo o laudo, a presença dos pombos seria possível por conta do "estado precário do telhado".

Mesmo com as constatações emitidas pelo TSE e as reclamações dos pais das crianças, que questionaram a obra e garantem ter avisado a prefeitura sobre os riscos, nenhum outro reparo foi feito desde então.

Remanejamento dos alunos
No dia 20 de abril, a prefeitura anunciou que as crianças atendidas na creche seriam remanejadas em várias unidades. No entanto, a ideia não foi aceita pelas mães e funcionários da escola que se reuniram com o prefeito para solicitar que todos ficassem em uma única unidade.

Atendendo ao pedido, a prefeitura da cidade alugou uma casa que vai ser transformada em escola para os alunos da creche atingida.

O governador Márcio França (PSB) autorizou no dia dois de maio a liberação de R$ 3 milhões para a reconstrução da creche. Após o término da reforma, os alunos poderão voltar ao local. (TVTem)