A polícia de Novo Horizonte (SP) está investigando um homem suspeito de assediar meninas com idades entre 7 e 8 anos por meio de uma rede social. As mães das crianças registraram um boletim de ocorrência no dia 14 de dezembro para relatar o ocorrido.
As garotas são estudantes da escola Professora Salete Aparecida Laude e participaram de uma apresentação de ginástica aberta ao público em uma praça da cidade durante a Cantata de Natal do município.
Uma mulher publicou uma foto das alunas nas redes sociais, junto com a professora da turma Caroline de Paula Martins, e um homem fez comentários abusivos e sexuais em relação às crianças. A direção da escola orientou as mães a registrarem o caso na delegacia de Novo Horizonte.
A professora conta que ficou sabendo da foto depois que várias pessoas entraram em contato com ela e a marcaram na publicação.
"Eu nem conseguia trabalhar no dia. Fiquei chateada, com medo das mães não deixarem mais as meninas participarem dos eventos. Mas conversei bastante com elas e elas entenderam. As mães são muito amigas dos funcionários e das professoras aqui. Quando tem festivais como esse, elas ajudam a gente", comenta a professora Caroline.
As mães foram até a delegacia acompanhadas da professora. Caroline disse ainda que enquanto estavam no local registando o B.O, o suspeito chegou a mandar mensagens particulares no Facebook dela com conteúdos pornográficos.
A secretária Márcia de Lourdes Brito Pereira é mãe de uma aluna de 7 anos e diz que se sente impune com a situação.
"Fico revoltada. Me sinto impune, porque não posso fazer nada. Agora o sentimento que tenho é medo. Esse homem pode ser alguém que esteja muito longe ou aqui do lado. É um caso complicado que não envolve só a minha filha, mas outras quatro crianças", diz a secretária.
O delegado da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Novo Horizonte, Leonel Aparecido Siqueira, responsável pelo caso, explica que foi lavrado o boletim de ocorrência para investigar a denúncia.
"Estaremos identificando o indivíduo e se esse perfil usado para fazer os comentários é real ou é um 'fake'. Vamos tentar concluir a investigação o mais rápido possível. Caso condenado, o suspeito poderá responder pelos crimes de importunação ofensiva ao pudor e injúria", comenta.
A advogada especialista em direito digital Adriana Cansian, de São José do Rio Preto, explica que as investigações em casos de conteúdos digitais ofensivos é feita por meio de dados de log e cadastrais do usuário suspeito.
"Com base neste procedimento inicial, é possível cruzar estas informações às informações do provedor de conexão e, assim, chegar ao autor das ofensas."
Como evitar
Para evitar situações como essa, a advogada diz que é preciso ter cautela em relação à exposição, principalmente de crianças, na internet.
“Nunca é demais lembrar que os pais devem evitar a postagem de fotos de menores, especialmente quando estão com trajes de banho, pois, infelizmente, a internet é um meio muito utilizado por pedófilos e, muitas vezes, uma foto que consideramos pura e inocente é utilizada por essas pessoas com outras finalidades."
Do G1