Sete anos depois do grave acidente entre um ônibus e um caminhão na Rodovia Leônidas Pacheco Ferreira (SP-304), que matou 13 pessoas em Ibitinga (SP), os familiares das vítimas ainda lamentam a perda.

 

Em postagem no seu perfil no Facebook, uma das parentes das vítimas lembrou a data. Na noite do dia 27 de outubro de 2014, o ônibus em que estudantes e professores de uma escola estadual de Borborema estavam bateu de frente com um caminhão. Com o impacto a lateral do ônibus foi arrancada.

Na postagem, a parente do estudante Ângelo Mateus Geraldi, que tinha 16 anos na época do acidente falou sobre a saudade que tem do jovem.

“Sete anos sem você, 7 anos de saudades, como dói saber que não vou vê-lo nunca mais”, escreveu.

Teve homenagem também na Escola Estadual Dom Gastão Liberal Pinto, onde as vítimas estudavam e trabalhavam.

Segundo informações da assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Educação, funcionários e alunos para se reunirem no pátio fizeram uma oração em homenagem aos ex-estudantes e professores envolvidos no acidente.

Indenização

O trecho da via em que aconteceu o acidente é de responsabilidade do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e estava em obras na época realizadas pela empreiteira Bandeirantes, de São Carlos (SP). Porém, naquele momento, a perícia concluiu que a pista não contava com as devidas sinalizações.

Diante disso, as famílias das vítimas entraram com um ação de indenização contra o DER e a empresa. Em fevereiro deste ano, o Tribunal de Justiça de SP (TJ/SP) manteve a condenação em primeira instância da empreiteira e do DER que prevê o pagamento de indenização aos familiares das vítimas no valor de R$ 5.263.226,67. O processo, que está em andamento desde setembro de 2018, está em fase de recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federa (STF).

Em entrevista ao g1, o advogado que representa as vítimas, Edilberto Acácio da Silva, disse que existe decisão de cumprimento provisório da sentença porém, até o momento, as famílias não receberam o valor.

 "Promovemos a ação contra a empreiteira e contra o DER. Porém, nenhum familiar das vítimas recebeu um centavo. O dinheiro está depositado, aguardando o recurso do DER, que agora recorreu ao STF. Justiça que tarda, não é justiça", diz o advogado.

Em nota, a Procuradoria Geral do Estado (PGE), que trata o processo pelo DER, informou que a ação ainda aguarda dois julgamentos: "um de recurso extraordinário do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-SP) junto ao Supremo Tribunal Federal (STF); e outro, de recurso especial da parte contrária, junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ)."

O g1 entrou em contato com a empreiteira Bandeirantes que disse que não irá se manifestar sobre o caso.

Relembre a tragédia
O ônibus voltava de uma excursão a São Paulo, no dia 27 de outubro de 2014, quando um caminhão bateu e arrancou a lateral do veículo, no quilômetro 370 da Rodovia Leônidas Pacheco Ferreira, em Ibitinga (SP).

Alguns passageiros foram arremessados para fora do veículo, entre eles, pelo menos seis adolescentes entre 15 a 17 anos. O acidente tirou a vida de oito estudantes e três professoras da Escola Estadual “Dom Gastão Liberal Pinto”, além de uma diretora de outro colégio e de uma fotógrafa que acompanhava a excursão do grupo a São Paulo.

 O caminhão, que transportava óleo vegetal, pegou fogo com a batida, que foi controlado duas horas depois pelas equipes do Corpo de Bombeiros.

G1