O Brasil irá vacinar adolescentes de 12 a 17 anos contra Covid-19 depois que toda a população de 18 anos ou mais receber ao menos uma dose de imunizante. A informação está em comunicado assinado nesta terça-feira (27) pelo Ministério da Saúde, pelo Conass (conselho que representa os secretários estaduais de saúde) e pelo Conasems (que representa os secretários municipais de Saúde) --órgãos gestores do Sistema Único de Saúde (SUS).

A prioridade será dada para adolescentes com comorbidades. O presidente do Conass, Carlos Lula, estimou nesta terça que a primeira dose seja dada a todos os brasileiros adultos num intervalo de três a cinco semanas --entre o final de agosto e setembro.

Não foi informado qual imunizante os adolescentes receberão. Em junho, a Pfizer recebeu autorização da Anvisa para vacinar adolescentes a partir de 12 anos.

Algumas cidades brasileiras, como Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, Niterói, no Rio, e Guajará-Mirim, em Rondônia, já começaram a vacinar adolescentes. O comunicado desta terça diz que estados e municípios devem seguir rigorosamente o Plano Nacional de Imunização, "sob pena de responsabilização futura".

Em todos os estados e no Distrito Federal, a primeira dose foi aplicada no equivalente a 45,96% da população, segundo dados divulgados pelo consórcio dos veículos de imprensa às 20h desta terça-feira. Mais de 18% da população brasileira está totalmente imunizada, ou com duas doses ou com dose única, contra a Covid-19.

Pfizer

Queiroga disse nesta terça que a redução do intervalo entre as doses da vacina da Pfizer deve ocorrer somente após a vacinação de toda a população com mais de 18 anos com pelo menos um dos imunizantes disponíveis no país.

Atualmente, o ministério recomenda o intervalo de 90 dias entre a primeira e a segunda doses da Pfizer contra a Covid-19. Na bula da vacina, o período previsto é de 21 dias.

"Depois que atingirmos a população acima de 18 anos toda vacinada com a primeira dose da vacina. Após, aí [vem] a estratégia de redução do intervalo de doses do imunizante que tem evidência científica para essa redução, que é a vacina Pfizer, aprovada na Anvisa", disse o ministro.

Queiroga concedeu entrevista ao lado de Carlos Lula.

Mais cedo, também nesta terça-feira, Carlos Lula já havia defendido que a redução apenas a partir de setembro e disse à Globo News que "foi tomado de surpresa":

"Esse tema tinha sido levado ao debate na câmara técnica e tinha sido decidido que não era possível fazer isso nesse momento".

Essa é a segunda declaração de Queiroga sobre o assunto nesta semana. A primeira ocorreu nesta segunda-feira (26), após a secretária extraordinária de enfrentamento à Covid, Rosana Leite, dizer que a pasta estava avaliando a redução do período.

"A Pfizer, o [intervalo] que está na bula é de 21 dias. O grupo técnico do PNI opinou por fazer um espaço mais alargado naquele primeiro momento porque queríamos avançar na primeira dose, mas como as vacinas da Pfizer estão chegando agora em um volume maior, é possível mudar essa estratégia. Nós já fizemos várias análises e, com as entregas que temos, é possível voltar para o prazo que está no bulário", declarou Queiroga.

Segundo Rosana, a preocupação com a variante delta e a previsão de chegada de remessas maiores da vacina são os motivos que levam o ministério a analisar a possibilidade de diminuir o espaço entre as doses.

"Provavelmente, no próximo mês, com as perspectivas de vacinas, temos uma previsão de fechar agora o mês de julho com 40 milhões de vacinas, e em agosto, 63 milhões Então, sim, nós pensaremos em reduzir esse intervalo [entre as doses da Pfizer], afirmou a secretária.

G1