O jornal italiano, La Repubblica, divulgou uma matéria que mostra a descoberta de javalis contaminados por radioatividade, em uma zona de caça na região norte da Itália. O perigo é eminente, pois a carne do animal é apreciada pelos moradores.
O Instituto Zooprofilático Experimental de Piemonte, Ligúria e Valle d'Aosta, passou mais de um ano analisando os javalis caçados na região de Piemonte, e descobriu que, de 1.441 animais analisados, 166 deles - mais de 10% do total - estavam contaminados por césio-137. A contaminação poderia ser um resquício do desastre nuclear de Chernobyl, que aconteceu em 1986.
Dados divulgados pelo Portal UOL, mostraram que, segundo a instituição de pesquisa, a explosão de Chernobyl formou uma nuvem radioativa que se espalhou pela Europa, e com chuvas que atingiram a região na época, o solo foi contaminado a ponto de transferir o césio para os animais. Javalis consomem raízes, castanhas, frutos e sementes diretamente da terra, o que facilitaria ainda mais a contaminação.
Depois das análises, foi pedido às autoridades que se estipulasse um controle sobre o abatimento dos animais na região, pois apenas metade do que é transportado pelos caçadores chega a ser, de fato, verificado.
O médico Massimo Bonfatti, que trabalha com políticas de contenção de contaminação em áreas expostas à radiação, acredita que o problema pode ser ainda pior, pois apenas o césio-137 é considerado pela União Europeia. Porém, a nuvem radioativa de Chernobyl possuía outros isótopos radioativos.
O especialista explicou que o césio-137 adere às fibras do coração, podendo causar males terríveis. Além disso, há a possibilidade da epidemia de câncer mundial ser proveniente da radiação espalhada na Terra após o período da 2ª Guerra Mundial.
Bonfatti também considera o limite de 600 becquerel/quilo muito alto, e faz coro à proposta de lei que pretende abaixar o limite para apenas 10 becquerel/quilo.