Há dois anos nos Estados Unidos, o brasileiro João Marcos Martins Ferraz Silveira, de 66 anos, foi um dos moradores contemplados pela vacina da Covid-19. Natural de Bauru, o aposentado fez um agendamento para se imunizar e tomou a primeira dose ainda em 2020.

João Marcos mora em Orlando, na Flórida. Ele e a esposa se mudaram de país para estudar a língua inglesa e ajudar o genro a administrar uma igreja.

No início da semana, João recebeu a notícia de que poderia fazer um agendamento para tomar a primeira dose da vacina, já que tem mais de 65 anos. Antes disso, ele contou que profissionais de saúde e idosos de casas de repouso já estavam sendo imunizados.

"Eu peguei essa segunda fase que foi aberta a partir de segunda-feira (28), dos idosos. Me cadastrei no site, respondi muitas perguntas que eles fazem, isentando os fabricantes e todo mundo de quaisquer problemas, mas aí já fiz o cadastro e agendei para o dia seguinte", lembra João Marcos.

O bauruense tomou a vacina da Moderna, que foi aprovada nos EUA no dia 19 de dezembro e a distribuição das doses foi no dia seguinte. Antes dela, o imunizante da farmacêutica Pfizer já tinha sido aprovada no dia 13 e começou a ser aplicada no dia 14 no país.

Vacina drive-thru

No último dia 29, João Marcos foi de carro até um centro de convenções da cidade e aguardou cerca de quatro horas para receber a dose, por sistema drive-thru. A esposa dele, Miriam Silveira, ainda espera seu aniversário de 65 anos, no próximo dia 19, para também se vacinar.

"Eu abri a porta do carro, respondi mais algumas perguntas, se estava com febre, se tinha alguma coisa, tudo normal, aí o enfermeiro veio, aplicou a vacina e pediram para ficar no outro estacionamento por pelo menos 15 minutos para ver se tinha reação", explica o bauruense.

Segundo João Marcos, a entrada e saída dos carros do centro de convenções eram controladas pelos funcionários através da placa, assim como os horários agendados e carteirinhas de vacinação. Carros de polícia e ambulâncias também estavam presentes no local.

 "Já tenho o agendamento para o dia 26 de janeiro para a segunda dose. Não tive nenhuma reação adversa, nada, nada. Estou me sentindo o mesmo João Marcos", brinca o brasileiro.

O bauruense também comentou que as vacinas têm sido muito procuradas em Orlando. Neste sábado (2), por exemplo, João Marcos explicou que o agendamento no site estava fechado porque 42 mil idosos já tinham se cadastrado.

Segundo o brasileiro, lojas e restaurantes estão funcionando na cidade, assim como os parques de diversões de Orlando. No entanto, tudo está sendo feito com uso de máscaras, álcool em gel e limite de pessoas.

Mesmo com a vacina, João Marcos destacou que não vai ignorar os outros cuidados de prevenção à doença, nem visitar a família no Brasil, o que costumava fazer duas ou três vezes no ano antes da pandemia.

"Não vou poder liberar geral não. O pessoal comenta que é 70% de imunização, então eu vou continuar usando máscara normalmente, lavando as mãos, passando álcool em gel sem problema nenhum, isso é só um reforço de segurança", afirma o brasileiro.

Vacina da Moderna

As doses da vacina da Moderna contra a Covid-19 começaram a ser distribuídas nos Estados Unidos no último dia 20. A vacina foi autorizada para aplicação na população no dia anterior pelo Centro de Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês) americano.

De acordo com o conselho do Comitê Consultivo em Práticas de Imunização, a prioridade foi para profissionais de saúde e residentes de lares de longa permanência. Em seguida, o comitê se reuniria para decidir quem receberia as próximas doses disponíveis.

Tanto a vacina da Pfizer como a da Moderna usam a tecnologia de mRNA (veja vídeo abaixo) para induzir a resposta imune do corpo. Ambas precisam ser mantidas em temperaturas muito baixas: a da Moderna, a -20ºC, e a da Pfizer, a -70ºC. O fator é apontado como um problema por especialistas.

No último dia de 2020, autoridades americanas reconheceram que a vacinação contra a Covid-19 nos Estados Unidos enfrenta atrasos e que o país não atingiu a meta de vacinar 20 milhões de pessoas em dezembro.

G1