Batizado de EPAS-1, a alteração genética permite melhor adaptação a altitudes elevadas

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Viver nas alturas não é fácil. A falta de oxigênio e o cansaço físico, sintomas decorrentes do ar rarefeito, são bem conhecidos por pessoas não acostumadas a altitudes elevadas. Mas esse não é o caso dos tibetanos, conhecidos pela desenvoltura e estilo simples de vida no lugar batizado como o "teto do mundo", os Himalaias. Embora muitos achem que isso seja questão de adaptação, um artigo publicado nesta semana na revista Nature mostrou que o fenômeno também pode ser explicado pela descoberta de um gene inerente ao povo dos monges que remonta a ancestrais dos seres humanos.

Quando a maioria dos seres humanos são expostos à atmosfera com baixos índices de oxigênio, o corpo começar a produzir glóbulos vermelhos extras para circular mais ar ao redor do corpo. No entanto, isso cria sangue mais espesso que é mais difícil de bombear, elevando o risco de uma série de problemas como hipertensão e acidentes vasculares cerebrais.

Chamado de EPAS-1, a alteração genética encontrada nos tibetanos ajuda a regular as respostas do corpo para o baixo índice de oxigénio na atmosfera, interrompendo essa "reação exagerada" dos glóbulos vermelhos e aproximando a produção a um nível ótimo de equilíbrio.

Se essa condição permite alguns seres humanos a se destacarem e terem um melhor desempenho em determinados esportes com treinos intensivos de exercícios aeróbicos, para os tibetanos, ela é apenas uma parte de uma parte normal da sua composição genética.

Mas por que só os monges têm esse gene? O estudo da Universidade de Berkeley sugere que ele vem das Denisovans - um ancestral dos primeiros humanos e que só foi descoberto há quatro anos, quando cientistas sequenciaram o DNA de um osso do dedo encontrado em uma caverna siberiana.

O denisovan surgiu na Terra milhares de anos antes do seres humanos modernos e mais próximos de nós. Quando as duas espécies se cruzaram, alguns dos nossos antepassados ​​herdaram o EPAS-1 e foram capazes de prosperar no planalto tibetano. Esse caminho de adaptação ao ambiente é considerado muito mais rápido do que a longa espera pela evolução.

 

POR O GLOBO