O presidente da ABCvac (Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas), Geraldo Barbosa, disse que foi informado de que a permissão será simultânea para a rede particular e o setor público no fim da semana passada. Antes, a interpretação era de que essa autorização viria só mais tarde.
A associação não contestava a ideia de que o setor privado ficasse para depois. Ofereceu a estrutura das clínicas para treinamento de equipes de saúde pública e até mesmo como espaços para a aplicação das vacinas. A remuneração seria pelo custo. Não houve resposta do governo a essa proposta.
Barbosa afirma que a opção de iniciar a vacinação simultânea poderá ser vantajosa para o governo. As pessoas que se dispuserem a pagar pela vacina livrarão o governo do custo e contribuirão para acelerar a imunização. “São as que têm maior preocupação em voltar a trabalhar normalmente, portanto isso também ajudará na recuperação da economia”, disse Barbosa.
O presidente da ABCvac disse que as clínicas e hospitais só importarão vacinas quando tiverem permissão definitiva. Não podem contar apenas com uma interpretação das regras. “Precisaremos de uma resposta oficial, que ainda não existe”, afirmou.
A associação conversa com os 4 laboratórios que fornecerão imunizantes a governos: Pfizer, AstraZeneca, Janssen e Sinovac. Eles informaram que poderão ter estoques disponíveis para venda nos primeiros meses de 2021.
A associação também procurou laboratórios que não estão em negociação com governos, cujos nomes são mantidos em segredo. Desses, 2 estão na fase 2 de testes, e, 7, na fase 3 (última fase). Barbosa afirma que se esses fabricantes conseguirem autorização nas agências reguladoras de seus países, o processo no Brasil poderá ser acelerado.
Ainda não está claro quanto vai custar a dose de vacina na iniciativa privada. Hoje, há informações de compras governamentais com os seguintes custos:
AstraZeneca – de US$ 4 a US$ 30;
Pfizer e Moderna – de US$ 10 a US$ 50;
CoronaVac – de US$ 10,30 a US$ 30;
Sputnik V – US$ 10;
Janssen – US$ 10;
Novavax – US$ 16.
As clínicas de vacinação faturam R$ 1 bilhão por ano no Brasil. Em 2021, Barbosa espera o dobro disso. E não só pela covid-19. “O debate sobre vacinas ampliou o interesse pela imunização.”
Poder360