Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Stanford, na Califórnia, nos EUA, dedicou-se a verificar se as funções dos relógios inteligentes – aqueles que marcam seus batimentos cardíacos, ritmo na corrida, monitoram suas horas de sono e tantas outras realmente são precisas.
A equipe avaliou sete dispositivos disponíveis no mercado, que marcaram os batimentos cardíacos de um grupo de 60 pessoas, sendo 31 mulheres e 29 homens, durante a prática de caminhada ou corrida na esteira, ou pedal em bicicleta ergométrica.
Os resultado, publicado em um artigo no Journal of Personalized Medicine, tirou nossa dúvida: segundo os cientistas, a marca de gasto diário de energia marcado pelos acessórios é incorreta.
Alguns aparelhos foram mais precisos do que outros — e fatores como cor da pele e índice de massa corporal afetaram as medidas. No entanto, nenhum deles mediu com exatidão o gasto energético. O frequencímetro mais preciso teve margem de erro de 27%, e o menos exato, de 93%.
De acordo com o endocrinologista Francisco Tostes, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), o impacto do exercício físico sobre a perda de gordura é muito mais complexo do que o suposto cálculo de calorias gastas durante o mesmo. “Sem mencionar que esse cálculo é, de fato, questionável. Bons exemplos para comprovar o raciocínio são o HIIT e a musculação, exercícios que sabidamente podem contribuir mais para o emagrecimento do que o exercício aeróbio continuo, pois apesar de não terem um gasto calórico tão alto durante sua execução, geram mudanças maiores no metabolismo e no gasto energético ao longo do dia”, explica Tostes.
O conselho dos estudiosos é não basear suas decisões nutricionais nas medidas apontadas pelos relógios (como comer um pedaço extra de bolo porque você supostamente já gastou muitas calorias) – mas manter-se atenta nas calorias consumidas em geral, e é claro, na qualidade dos alimentos!