Que o maracujá é uma delícia, todo mundo sabe. Mas o que pouca gente conhece é a sua porção "amiga da dieta". Isso mesmo! A nutricionista da rede de academias Alta Energia, Maria Andrezza Carmo de Abreu Fernandes, explica que a casca fruta dá origem a uma farinha que tem sido muito falada nos últimos anos por conter substâncias emagrecedoras, baixar taxas de açúcar no sangue e também por ser um ótimo bloqueador de gordura, pois impede ou interrompe a absorção da gordura presente nos alimentos, levando à perda de peso. Além disso, ela também faz uma faxina no organismo, equilibrando o metabolismo do corpo.
A substância responsável por esse efeito é a pectina, uma fibra encontrada em grande quantidade na parte branca da entrecasca do maracujá. A farinha, contém 20 % desta fibra. "No estômago a pectina se transforma em um gel não digerível, proporcionando a sensação de saciedade. Dessa forma, mais satisfeita, você consegue diminuir a ingestão de comida se sentindo bem alimentada com uma porção menor de alimento e a sensação de saciedade é prolongada", observa Maria Andrezza. A pectina também ajuda a reduzir a ação do colesterol, pois se liga à gordura, fazendo com que ela seja eliminada no final da digestão.
E, por falar em digestão, as fibras dão uma mãozinha e tanto no processo. Além disso, elas servem de alimento para as bactérias boas presentes na flora intestinal. Mas nem só de fibras vive o ser humano! É bom lembrar que, numa dieta onde a ingestão delas é elevada, a água deve ser a principal aliada. Ela faz com que o intestino funcione bem, para que se alcance todos os benefícios que a fibra proporciona ao organismo. Caso contrario poderemos ter uma constipação intestinal.
Entre os nutrientes encontrados na farinha de maracujá estão quatro que merecem destaque: a niacina (vitamina B3), que auxilia na produção de hormônios, melhora a ansiedade, ajuda no crescimento das crianças e protege as paredes do estômago; o ferro, que ajuda na prevenção da anemia e dá energia; o cálcio, queridinho dos ossos e dentes e o fósforo, que dá um up na memória, atua na oxigenação das células e na circulação.
Para quem se animou e quer mesmo colher os benefícios da farinha de maracujá, a indicação é de uma a duas colheres de sopa, diariamente, nas principais refeições (almoço e jantar). "Assim, estaríamos auxiliando a lentificar a absorção da glicose e retardando a entrada no açúcar na célula após as grandes refeições", pontua a nutricionista. No entanto, é necessário ter acompanhamento profissional para esse tratamento.
A farinha de maracujá também pode ser polvilhada em sobremesas, dissolvida em sucos, batida com frutas e iogurtes. tamanha versatilidade só tem um adendo: jamais a leve ao fogo. "A exposição ao calor pode alterar sua estrutura e seu valor nutricional", alerta Maria Andrezza.
A especialista ressalta que uma informação nova e importante é que a casca do maracujá é rica em crisina. "A crisina apresenta atividade fitoestrogênica, antioxidante e ansiolítica. Considerada uma isoflavona anabólica, pelo seu efeito antiestrógeno, impedindo a conversão da testosterona em estrogênios. Junto com a redução dos níveis de testosterona, a conversão pode causar sintomas irritantes, como ocorre com alto índice de estrogênios, como o surgimento de mamilos sensíveis ou mudanças nos órgãos masculinos", diz.
A crisina é, por isso, utilizada juntamente com os precursores ou os estimuladores da testosterona como o extrato de Tribulus terrestris, ou, ainda, o DHEA (dehidroepiandrosterona) para inibir o processo nocivo de transformação da testosterona em estrogênios associados ao envelhecimento e à feminização dos homens. "Ela também possui alto potencial antioxidante, o que tem sido demonstrado através da sua habilidade para inibir a xantina oxidase e consequentemente suprime a formação de ácido úrico e de certas espécies reativas de oxigênio. A crisina também pode inibir, sob certas condições, a peroxidação lipídica", esclarece Maria Andrezza.
Segundo a nutricionista, atletas e body-builders utilizam a crisina para alcançar resultados mais expressivos. Os indivíduos que apenas pretendem o aumento da sua testosterona e a redução dos estrogênios, adaptam o uso da crisina em função dos resultados obtidos. "A crisina presente na farinha do maracujá aumenta o efeito catabólico do exercício se associada a alimentos com vegetais crucíferos como brócolis, couve-flor, couve-de-bruxelas ou couve", finaliza.
Fonte Minha Vida