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NOVA JERSEY - Segundo um novo estudo, fumar maconha traria benefícios para as pessoas que têm insuficiência cardíaca. Pesquisadores apontam que a maconha possa reduzir os riscos de fibrilação e até de morte em hospitais nesses pacientes. Apesar da descoberta, cientistas ressaltam que ainda não recomendam o uso da droga para tais fins. 

Os pesquisadores descobriram que entre os pacientes com insuficiência cardíaca - quando o músculo do coração não consegue bombear sangue o suficiente para suprir a demanda natural do corpo -, aqueles que usaram maconha foram menos suscetíveis a experienciarem uma complicação chamada fibrilação, um tipo irregular de batimento cardíaco que pode piorar os sintomas da insuficiência cardíaca.

Os pacientes com insuficiência que usaram maconha também tiveram menos chances de morrer em um hospital que aqueles que não fizeram uso.

"Fiquei muito surpreso que houve realmente uma redução associada", disse o líder do estudo, Oluwole Adegbala, médico residente no Englewood Hospital and Medical Center, em Nova Jersey. Ele apresentou as descobertas este mês no encontro da "American Heart Association's Scientific Sessions", na Califórnia.

Os pesquisadores ressaltam que ainda é muito cedo para recomendar o uso da maconha para esses pacientes. O estudo ainda é o primeiro deste tipo que traça uma ligação entre o uso e uma redução da probabilidade de fibrilação nesses pacientes. Mais estudos são necessários para confirmar os resultados.

 

 

Adegbala e seus colegas decidiram explorar a fundo a ligação entre a maconha e a fibrilação, examinando uma grande base de dados de pacientes hospitalizados nos EUA. Eles analisaram informações de mais de 6 milhões admitidos no hospital com insuficiência cardíaca entre 2007 e 2014. Destes, cerca de 1.200 usaram maconha e eram dependentes dela; aproximadamente 23 mil usaram mas não eram dependentes.

Eles descobriram que aqueles que não eram dependentes tinham 18% menos risco, e os dependentes tinham 31% a menos de terem uma fibrilação, em comparação aos pacientes que não usavam a droga. Os não dependentes eram 46% menos propícios, e os dependentes 58% a morrer em hospital, em comparação aos que não usavam.

Ainda não está claro como a maconha possa levar a redução do risco de A-fib e mortalidade em pacientes com insuficiência cardíaca, Adegbala afirmou.

 

Do Extra Globo.com