O governo de São Paulo negocia a compra de mais 20 milhões de doses da CoronaVac com o laboratório chinês Sinovac, além das 100 milhões já garantidas no acordo firmado entre o laboratório e o Instituto Butantan no ano passado.
A informação foi divulgada pelo governador João Doria (PSDB) em entrevista à Reuters nesta quinta-feira (4).
Segundo o governo paulista, o objetivo da negociação é evitar a falta de vacinas para os brasileiros no estado de São Paulo.
Ainda não há definição, porém, se essas doses poderão ser incorporadas ao Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde.
Também não ficou claro se as doses serão adquiridas prontas ou como matéria-prima para serem envasadas pelo Butantan.
Insumo
Nesta quinta (4), o Instituto Butantan recebeu os 5,4 mil litros de insumos para produção de 8,6 milhões de doses da CoronaVac.
Com a matéria-prima, o Butantan produzirá, em 20 dias, cerca de 8,6 milhões de doses do imunizante, que serão envasadas, embaladas e rotuladas na sede do instituto na cidade de São Paulo.
De acordo com o Butantan, as vacinas produzidas a partir desse lote de matéria-prima começarão a ser entregues ao Ministério da Saúde no próximo dia 25.
Em coletiva de imprensa na semana passada, o diretor do instituto disse que outros 5,6 mil litros estão em processo "avançado de liberação" pelo governo chinês e devem chegar até a próxima quarta (10).
A previsão do Butantan é receber, até abril, o total de insumos necessários para produção das 46 milhões de doses contratadas. Desse total, seis milhões foram importadas prontas da China.
Após confirmação do governo federal, o instituto informou que segue em negociação para o recebimento de mais oito mil litros de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), a fim de cumprir o contrato com o Ministério da Saúde e produzir 54 milhões de doses adicionais da CoronaVac.
Eficácia da vacina
Os testes no Brasil, conduzidos pelo Instituto Butantan, apontaram uma eficácia de 50,38% da CoronaVac. Além disso, a vacina tem eficácia de 78% para casos leves, que exigem algum cuidado médico, e nenhum dos vacinados ficou em estado grave, foi internado ou morreu.
O imunizante teve 91,25% de eficácia em uma análise preliminar dos resultados na Turquia e 65,3% na Indonésia. Ao justificar as diferentes taxas de eficácia, a farmacêutica chinesa afirmou que os países usaram vacinas do mesmo lote em seus estudos, mas os protocolos de teste não eram idênticos.
G1