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AMAZÔNIA POR ARAQUÉM ALCÂNTARA - Veja fotos do novo livro do fotógrafo - CLICK AQUI!

Fonte: NATIONAL GEOGRAPHIC BRASIL ONLINE - Araquém Alcântara foi convidado pela Gullane, produtora de cinema e televisão, para ser o consultor artístico do filme Amazônia. Ele deveria indicar os melhores lugares para que produtores e diretor pudessem gravar as cenas. “Eu abria o mapa da Amazônia para os realizadores do filme e nós discutimos as locações durante praticamente um ano e meio.” Mas o olhar diferenciado de Araquém e seu ímpeto por produzir livros de fotografia sobre a natureza do Brasil acabaram dando origem ao livro que complementa o projeto do filme. As fotos de Amazônia foram feitas durante os 35 anos em que o fotógrafo registrou a maior floresta tropical do mundo.

 

 

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O texto é do roteirista Thierry Piantanida que faz uma introdução sobre a flora e a fauna da Floresta Amazônica, passa pelo estilo de vida dos índios e dos ribeirinhos, descreve a destruição da mata e termina ressaltando as unidades de conservação e a importância de se preservar o bioma. Imagens em 3D e do making of do filme também estão na publicação, lançada em novembro de 2013 em francês, inglês e alemão. Não há tradução para o português e o livro não está disponível no Brasil (veja acima uma seleção de imagens do livro Amazonia, da editora La Martiniere).

Quando tinha 14 anos, Araquém queria ser escritor. Era fascinado pelos livros de Guimarães Rosa, Lima Barreto, Machado de Assis e J. D. Salinger. Em 1970 prestou a Faculdade de Comunicação de Santos, mas logo se tornou fotojornalista. Hoje, ele é um dos nomes mais conhecidos da fotografia de natureza no país e assina o livro Terra Brasil, laçado em 2002, com imagens de todos os parques nacionais brasileiros. Araquém também é o autor das fotos do Especial Bichos do Brasil de National Geographic. O fotógrafo conversou conosco e falou sobre seu comprometimento com a maior floresta tropical do mundo:

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Araquém Alcântara - Foto: Divulgação

“A Amazônia é superlativa e mágica, ninguém consegue absorve-la [...] Desde que peguei numa câmera pela primeira vez já tinha o interesse pala Amazônia”, comenta. No entanto, foi outra floresta que despertou o olhar do jovem de Florianópolis para a fauna e flora brasileiras. "Quando entrei na Mata Atlântica da Juréia em 1978 a natureza me possuiu." A partir desse momento a fotografia de natureza passou a ser muito presente na vida do fotógrafo.

Segundo Araquém, são raros os verdadeiros fotógrafos de natureza em floresta porque a maioria não consegue conviver com o fato de perder 99% das fotos. Mas, para ele, o 1% restante compensa todo o esforço. “As minhas fotos procuram seduzir pela beleza. Eu busco o máximo de simplicidade, o máximo de despojamento, pra que a minha mensagem seja a mais clara possível. Repartir essas belezas que eu vejo me obrigam a ter um comprometimento com a integridade desse santuário.” Para ele a dificuldade das condições climáticas, a ameaça de animais peçonhentos e, sobretudo, a falta de luz, fazem da fotografia em floresta uma das mais difíceis de produzir. “É um exercício da paciência, da obstinação e da contemplação.”

O fotógrafo também falou sobre o filme. “A grande mensagem do filme, como a grande mensagem dos meus livros, é causar maravilhamento. O maravilhamento é um passo importantíssimo para a consciência. E vejo resultados muito claros ao longo desses 35 anos. Só que o processo é muito lento, porque tudo isso deveria vir associado a políticas públicas. Não há nenhuma política ambiental séria no Brasil. Já deveríamos ter parado o desmatamento nos últimos 20 anos, nós já deveríamos ter entendido que a floresta em pé é mais valiosa”, e conclui “meu trabalho é de chamar a atenção, de clamar por indignação, atitude. Eu acredito na força transformadora da fotografia.”

Araquém deve lançar o livro Veredas, com imagens do Sertão, ainda este ano e, para o ano que vem, promete publicar Iauaretê, com fotos de onças-pintadas. O fotógrafo também revelou que está trabalhando em um livro de fotografias da fauna brasileira. Esperamos ansiosamente pelas novas fotos.