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As consequências da exposição ao pesticida DDT estão sendo descobertas anos depois que a substância foi proibida na maioria dos países. Em uma pesquisa da Universidade da Califórnia, camundongos grávidas quando expostas ao pesticida DDT tiveram um risco aumentado de obesidade, diabetes, colesterol alto e problemas na formação na prole feminina. O estudo é o primeiro a mostrar que a exposição aumenta o risco das mulheres desenvolverem uma síndrome metabólica, que é um conjunto de condições que incluem aumento de gordura corporal, glicemia e colesterol. A pesquisa foi publicada na revista cientifica PLoS One.

O pesticida foi proibido no Brasil em 2009 mas continua sendo usado para combater a malária em diferentes países da África e também na Índia.

Os cientistas deram doses de DDT para ratos em quantidades compatíveis com as que as pessoas possuem em regiões infestadas pela malária onde a substância é regularmente pulverizada. Mesmo em países que não utilizam mais o pesticida, a população pode desenvolver problemas de saúde já que os mesmos ocorrem durante fase adulta.

— As mulheres e os homens americanos são os mais propensos a este estudo porque estão na vida adulta, período que faz a síndrome metabólica ser desenvolvida — disse o principal autor do estudo, Michele La Merrill, professor assistente de toxicologia ambiental na Universidade da Califórnia.

Os pesquisadores descobriram que a exposição ao DDT antes do nascimento diminui o metabolismo de ratos fêmeas e baixa sua tolerância a temperaturas frias. Com isso, a probabilidade de desenvolver a síndrome metabólica aumenta.

— Como mamíferos, temos de regular a temperatura do nosso corpo, a fim de sobreviver. Nós descobrimos que o DDT reduziu a capacidade das fêmeas em gerar calor. Se você não está gerando calor, em vez de queimar calorias, você vai armazená-las.

O estudo encontrou diferenças significativas entre os ratos machos e fêmeas durante a exposição. As fêmeas passaram a ficar com maior risco de obesidade, diabetes tipo 2 e colesterol Já os machos, não tiveram os níveis de obesidade ou colesterol afetados e ocorreu apenas um pequeno aumento nos níveis de glicose.

Uma dieta rica em gordura também demonstrou que camundongos fêmeas teriam mais problemas com a glicose, insulina e colesterol mas não foi um fator de risco para o sexo masculino.