aster

Não há previsão de um choque entre um NEA (asteroides que passarão perto da Terra) nos próximos anos, mas os astrônomos estão buscando cada vez mais precisão no acompanhamento destes corpos celestes. As previsões dizem que uma grande colisão ocorre a cada 100 milhões de anos. Mas um choque que libere cerca de 1 milhão de megatons de energia - de um asteroide de 2 km de diâmetro, por exemplo - ocorre a cada 1 milhão de anos e mataria uma quantidade substancial de pessoas, segundo a Nasa (Agência Espacial Norte-Americana).

Isso significa que você tem cerca de uma chance em 40 mil de morrer como resultado de uma colisão. Segundo a Caixa Econômica, a chance de ganhar a Mega Sena em um jogo é uma em 50.063.860.

As pesquisas espaciais rastreiam NEAs maiores do que 1 km, que são grandes o suficiente para causar grandes catástrofes. Mas existem milhares objetos menores do que isso, com energia equivalente a uma grande bomba nuclear, que podem atingir a Terra em algum momento do próximo século ou do outro.

A atmosfera nos protege da maioria dos NEAs menores do que 40 m de diâmetro, ou energia de impacto de cerca de três megatons. A partir deste tamanho até cerca de 1 km de diâmetro, um NEA teria impacto em escala local. Acima de uma energia de um milhão de megatons (diâmetro de cerca de 2 km), um impacto produziria graves danos ambientais em uma escala global -- com um "inverno" que causaria fome e doenças em todo o mundo. Impactos ainda maiores podem provocar extinções em massa, como a que terminou com a era dos dinossauros, na escala de 100 milhões de megatons.

Os astrônomos estimam que existam cerca de mil NEAs maiores do que 1 km de diâmetro e mais de um milhão maiores do que 40 metros de diâmetro (o limite aproximado para a penetração na atmosfera da Terra). O maior objeto tem menos de 25 km de diâmetro.

Por exemplo, o asteroide 2013 GM3 tem uma chance em 6.670 de atingir a Terra de 2028 a 2113; o asteroide 101955 1999 RQ36, uma em 1.410 chances entre 2169 a 2199; o 99942 Apophis (2004 MN4), uma em 256 mil em 2068 (veja mais no site da Nasa).

Já aconteceu antes
Em 31 de maio o asteroide 1998 QE2, de 2,7 quilômetros de diâmetro, ficou a 5,8 milhões de quilômetros de distância, ou 15 viagens até a Lua. Em 10 de março, o asteroide 2013 ET, de 140 metros de comprimento, passou a 950 mil quilômetros da Terra.

Já em 15 de fevereiro, o asteroide 2012 DA 14, com cerca de 45 metros de diâmetro e 130 mil toneladas, passou bem mais perto daqui sem causar problemas, a 27 mil km. No mesmo dia, um meteoroide de cerca de 17 metros e 10 mil toneladas se chocou com a atmosfera terrestre em Tcheliabinsk, na Rússia, e deixou mais de mil pessoas feridas com os estilhaços de vidros que se quebraram pelas ondas de choque que se formaram. Sua energia seria de 0.5 megaton, maior do que das armas nucleares testadas pela Coreia do Norte, por exemplo.

Ele foi maior do que o evento que ocorreu na Indonésia em 8 de outubro de 2009 (com 50 quilotons) e que o impacto do meteorito Sikhote-Alin, também na Sibéria, em 12 de fevereiro de 1947, que teve energia equivalente a apenas 10 quilotons.

Em 1908, um meteoroide de 36 metros (provavelmente um pedaço de um asteroide) atingiu a Terra, e a explosão devastou quilômetros de florestas na região de Tunguska, na Sibéria (Rússia), com impacto na ordem dos 5 megatons. Este tipo ocorre a cada mil ou 2.000 anos.

Há 50 mil anos, um meteorito de 50 metros caiu nos Estados Unidos e formou a cratera Barringer, no Arizona, de um quilômetro de diâmetro e 200 metros de profundidade.

O maior dos impactos registrados é do meteorito de 15 km de comprimento que provocou a extinção dos dinossauros, há 66 milhões de anos, na península de Yucatán, no México, e que deixou a famosa cratera de Chicxulub, com 160 km de diâmetro. Segundo os cientistas, impactos como esse ocorrem a cada 26 milhões de anos.

Ao longo do ano, a Terra é bombardeada com frequência por toneladas de material cósmico, entretanto, eles costumam ocorrer em locais desabitados, como os oceanos - a maior parte do planeta.

Do UOL