O ato de compartilhar algo com quem precisa ou investir tempo em prol de uma ação positiva libera substâncias químicas que aliviam o estresse e previne as doenças emocionais, como a ansiedade e a depressão.

Os benefícios de sermos empáticos e caridosos são sentidos principalmente quando sabemos quem está recebendo ajuda e acompanhamos todo o processo.

Em tempos de pandemia, entregar uma cesta básica a uma família desempregada, ligar para pessoas que estão isoladas e sem companhia ou fazer compras no supermercado para um idoso que não pode sair de casa são atitudes que beneficiam tanto os doadores, quanto os recebedores.

Benefícios de ser solidário

“Quando contribuímos para causar mudanças positivas na situação que o outro está vivendo, regiões específicas do nosso cérebro são ativadas e passam a produzir hormônios como a dopamina, que nos dão sensação de prazer e bem-estar”, explica a psicóloga Lidiane Almeida.

Uma pesquisa feita nos EUA descobriu que atos de caridade estimulam positivamente uma área do sistema nervoso central responsável por lidar com o estresse.

Outro estudo demonstrou que o estímulo é ainda mais forte quando o doador sabe quem está recebendo sua ajuda e acompanha esse indivíduo de forma pessoal. “Esse suporte direcionado resulta em maior sentimento de conexão social”.

De acordo com Lidiane, os benefícios da compaixão e da gentileza variam conforme o engajamento nas ações solidárias. “Você pode ajudar um idoso a atravessar a rua ou até doar um órgão, por exemplo. A diferença estará na sua motivação em servir ao próximo”. Uma ação genuína, que não requer nada em troca, traz vantagens a todos, pois “contribui para o bem comum e para uma sociedade melhor”, garante a psicóloga.

Voluntariado

Talvez não haja exemplo melhor do que o trabalho voluntário, onde as pessoas dedicam horas, dias, meses para fazer a diferença na vida de uma pessoa ou de um grupo.
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“Só que quem acaba sentindo essa diferença somos nós, os voluntários”, garante a paranaense Gabriela Rodrigues dos Santos, que largou o trabalho de professora na capital paranaense para voluntariar em uma comunidade de 250 pessoas no interior do Amazonas. “Eu estava desmotivada e queria um propósito para minha vida, então aceitei esse desafio”.

“Quando você se doa para ajudar quem precisa, o maior beneficiado é você, porque são essas pessoas que te ensinam”, afirma a ex-professora, emocionada ao falar de como a experiência como voluntária mudou sua vida.

“A gente aprende a se virar com pouco e desenvolvemos amor, cuidado e carinho por pessoas que nunca vimos antes. Sempre fui uma pessoa muito carinhosa, mas hoje eu abraço minha mãe de um jeito mais forte e especial que antes, porque percebi como momentos assim são importantes”, afirma.

Dedicar seu tempo ao próximo trouxe crescimento pessoal, ânimo e propósito de vida que Gabriela tanto procurava. “Antes de ser voluntária, eu estava passando por vários problemas pessoais e meu esgotamento emocional no trabalho era gigante. Eu estava à beira da depressão”, recorda. “Só que doar meu tempo, força e conhecimento a essas pessoas que precisam mudou isso, e a Gabriela de hoje é completamente diferente”.

FONTE: Sempre Família