Criança com microcefalia (Foto: Tv Globo)
A cidade de São Paulo registrou dois casos de gestantes com microcefalia, que podem ter relação com o zika vírus, segundo a Secretaria Municipal da Saúde. A microcefalia faz com que o bebê nasça com o crânio menor do que o normal.
As gestantes vieram de estados do Nordeste e tiveram a microcefalia identificada durante o ultrassom intrauterino. Um terceiro caso de possível microcefalia por suspeita de zika vírus está sendo investigado e ainda não foi confirmado.
Uma das mulheres ficou grávida na paraíba e passou grande parte do período gestacional naquele estado. Já a outra gestante veio de Pernambuco.
Um dos bebês nasceu na semana passada quando a mãe teve à luz no Hospital Municipal Mário Degni, no Butantã, na Zona Oeste de São Paulo. A outra criança ainda não nasceu e a mãe continua internada na Santa Casa de Misericórdia, na Santa Cecília, Centro da capital paulista.
Desde 2007, a média histórica de casos de microcefalia em São Paulo varia de 10 a 15 por ano. Neste ano, foram confirmados 12 casos na cidade. As causas de microcefalia são diversas como uso abusivo de drogas e outras doenças
A Secretaria Municipal de Saúde orientou os hospitais a informar os casos de microcefalia dos nascimentos que ocorrem na capital desde o dia 11 de novembro, quando o Ministério da Saúde estabeleceu situação de emergência nacional.
“É importante manter o fluxo em relação à microcefalia e o zika tanto na notificação obrigatória quanto no registro feito nos hospitais; iniciar de imediato o processo de investigação, descartar outras causas e apurar o histórico das pacientes, como por exemplo, se são ou não de São Paulo”, afirmou o secretário de Saúde, Alexandre Padilha.
O secretário alertou para a necessidade de redobrar os cuidados com as gestantes. “Toda cidade que tem Aedes aegypti pode ter o zika vírus e chikungunya. A forma de evitar é o combate. Mais de 80% dos focos do mosquito está dentro das casas”, disse.
A microcefalia chamou a atenção do Ministério da Saúde, depois de um surto registrado na região Nordeste do país, supostamente causado pela infecção por zika vírus, que é alvo de investigações e estudos por parte da agência de Saúde. O mosquito Aedes aegypti é responsável por transmitir dengue, chikungunya e zika.
Tratamento
Até o momento, não há nenhum tipo de tratamento disponível para a fase aguda da infecção por zika vírus, que dura cerca de três dias. O Ministério da Saúde orienta que grávidas ou mulheres que pretendem engravidar tenham “cuidado redobrado” para evitar infecções virais.
Os principais sintomas são febre baixa e manchas pelo corpo (exantema). Caso a relação do vírus com a anomalia na gravidez seja confirmada, o ministério afirma que vai “trabalhar ainda mais na prevenção e no combate ao mosquito transmissor”.
Microcefalia no país
Um balanço divulgado pelo Ministério da Saúde, na última terça-feira (24), mostra que já foram notificados 739 casos suspeitos de microcefalia em 160 cidades de nove estados do país. A principal hipótese para o surto continua sendo o contágio por zika vírus – identificado no Brasil pela primeira vez em abril.
O maior número de ocorrências ocorreu em Pernambuco – 487. Depois de Pernambuco, os estados com mais registros são Paraíba (96), Sergipe (54) e Rio Grande do Norte (47).