"Ainda estou aqui", filme original Globoplay, foi indicado ao prêmio de Melhor Filme de Língua Não-Inglesa no Globo de Ouro 2025. O anúncio aconteceu na manhã desta segunda-feira (9). O filme de Walter Salles concorre com outros cinco.
A última indicação do Brasil nessa categoria havia sido em 2005, com "Diário de Motocicleta", também de Walter Salles. Veja os indicados na categoria:
"Tudo Que Imaginamos Como Luz"
"Emilia Pérez"
"A Garota da Agulha"
"Ainda estou aqui"
"The Seed of the Sacred Fig"
"Vermiglio"
Estrela do filme, Fernanda Torres também foi indicada na categoria de Melhor Atriz, concorrendo com Pamela Anderson, Angelina Jolie, Nicole Kidman, Tilda Swinton e Kate Winslet.
"É muito emocionante e enaltece o poder do 'Ainda estou aqui', um drama falado em português. É muito emocionante eu ter sido indicada em uma categoria onde a maioria dos outros filmes são falados em inglês", disse Torres em comunicado.
"Ontem também foi surpreendente a Menção Honrosa que eu recebi da Associação de Críticos de Los Angeles, ao lado da Demi Moore, pois é um prêmio para todas as interpretações femininas e masculinas do ano, então é mesmo extraordinário. Estou muito feliz também que o filme segue forte nos cinemas do Brasil."
Apesar de adaptar o livro de memórias de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, "Ainda estou aqui" faz da história muito pessoal da família do escritor um alerta bem universal sobre os perigos do fascismo.
Com o olhar sensível do diretor Walter Salles – um breve reencontro com Fernanda Montenegro – e a interpretação hipnotizante de Fernanda Torres, se junta à lista de filmes brasileiros que marcam gerações, como "Central do Brasil" (1998) e "Cidade de Deus" (2002).
"Muito feliz pelo Golden Globes ter reconhecido 'Ainda estou aqui' e o talento incrível da Fernanda Torres. É um prêmio para o cinema brasileiro como um todo, e para um trabalho coletivo que só foi possível graças ao livro maravilhoso de Marcelo Rubens Paiva", afirmou Salles.
"Essas indicações chegam 25 anos depois das de 'Central do Brasil'. É emocionante que as extraordinárias Fernanda Montenegro e Fernanda Torres tenham ambas sido indicadas."
Depois do prêmio de melhor roteiro no Festival de Veneza, diversos elogios da imprensa estrangeira, e algumas exibições disputadas na Mostra de SP, a obra estreou no país em 7 de novembro como a maior chance de indicação nacional ao Oscar em mais de duas décadas.
Uma história resumida
É possível resumir o filme como a história da mãe do escritor, Eunice Paiva (Torres), uma dona de casa de uma família influente que é obrigada a se reinventar após o assassinato de seu marido pela ditadura militar nos anos 1970.
Sinopses são inevitavelmente reducionistas, mas essa parece ainda mais do que o normal. "Ainda estou aqui", dividido pelo desaparecimento do engenheiro e ex-deputado federal Rubens Paiva (Selton Mello), vai muito além.
A primeira metade é o retrato ensolarado de um casal apaixonado e seus cinco filhos, com uma bela casa na beira da praia no Rio de Janeiro.
Na segunda, cortinas se fecham e o lar se esvazia com a ausência de Rubens – e a interpretação imensa de Torres preenche esse espaço com o propósito furioso, porém contido de uma mãe que se recusava a chorar na frente dos filhos.
G1