Da Redação - Desde 2001 o siteestacoesferroviarias.com.br realiza trabalho de pesquisa e catalogação de estações ferroviárias. A História do Trem de Itápolis está imortalizada no site através de belo texto e imagens históricas. Confira matéria e fotos.
A ESTAÇÃO: A estação de Itápolis foi inaugurada em 1915, como uma dependência dentro do armazém de cargas, para ser o terminal do ramal, então construído com bitola de 0,60 m. Até pelo menos 1911, quatro anos antes da inauguração da estação, a cidade se chamava Pedras.
Este ramal, apesar de curto, era altamente rentável, com as cargas movimentadas na estação respondendo por mais de 30% do faturamento de cargas da ferrovia. Somente em 01/08/1918 é que a estação definitiva, "elegante", foi inaugurada, e apenas em 1922 foi que a linha de bitola métrica finalmente chegou até a estação.
Por muitos anos, permaneceram os planos da Dourado para fazer o prolongamento do ramal até Novo Horizonte a partir de Itápolis, sendo que, em 1923, o leito do prolongamento já estava pronto, apenas aguardando a colocação
ACIMA: Mapa da cidade de Itápolis nos anos 1960, mostrando o já erradicado leito do ramal de Itápolis. (IBGE).
HISTORICO DA LINHA: O ramal de Itápolis foi construído em 1915 a partir de Tabatinga, em bitola de 0,60 metros. A autorização para o seu alargamento somente foi conseguido em 1920, e a linha métrica acabou por ser aberta em 1922. Era um ramal curto, com apenas duas estações, mas altamente rentável, visto que a estação de Itápolis respondia por mais de trinta por cento do faturamento de cargas da E. F. Dourado. O ramal operou até o final de 1966, quando foi suprimido.
Foto a esquerda: Na estação de Itápolis, o que deve ser o último trem chega a ela em 1966. Já era Paulista, a Dourado era saudade (Acervo Museu de Itápolis).
de trilhos e dormentes, e assim ficou por muito tempo, até que, em 1929, houve a decisão de se continuar a linha para Novo Horizonte por Ibitinga, e não mais por Itápolis.
A estação era considerada, no final da década de 1920, como uma das três melhores e mais bonitas da Dourado, ao lado das de Jaúdourado e de Dourado, o que, na verdade, não podia ser considerado grande vantagem, pois o restante das estações era considerado pela própria Dourado, como feias, mal conservadas e construídas com material "ruim", em sua maioria.
Era Itápolis a estação que mais faturava na E. F. do Dourado: 30% de todas as cargas exportadas pela ferrovia vinham dessa estação. Em 1949, a Paulista comprou a CEFD e passou a administrar a estação.
Em 16 de dezembro de 1966 (há gente que fala que foi três meses antes, em 16 de setembro), o ramal e a estação foram fechados definitivamente. Nesse dia, o último trem de Itápolis precisou voltar de ré até Tabatinga, porque a Cia.
Paulista desmontou o depósito de locomotivas e o virador da estação dois dias antes... A estação, anos depois, foi demolida, e hoje nada resta dela, que ficava na parte mais alta da cidade: o prédio do super-mercado Gimenes ocupa o histórico espaço que um dia teve um movimento enorme de trens.
Foto a direita: Fachada da estação de Itápolis, em 1920. Foto do acervo de Celso Poli, cedida por Alberto del Bianco
O ramal que ligava Itápolis a São Carlos era realizado diariamente por uma composição mista, ou seja carga e passageiros, saindo com destino àquela cidade às 6 horas da manhã e retornando por volta das 18 horas.
A estação, que ficava onde hoje é a praça Roberto Del Quercio, estendia seus armazéns na Rua José Rossi, na quadra onde estão localizados os carrinhos de lanches.
Seus trilhos prosseguiam até a confluência da Av. Dr. Eduardo Amaral Lyra. Nesta esquina terminava o ramal. Além do transporte de passageiros, a composição levava e trazia um grande volume de carga, carregando principalmente café, que era nossa principal fonte de renda.
Como em Itápolis existiam grandes máquinas de beneficiar café, nosso produto era de excelente qualidade e movimentava bastante os armazéns da ferrovia.
Quando havia um grande embarque, chegava até a ser ponto de atração para as pessoas que para ali se dirigiam para assistir ao trabalho dos carregadores. Uma das atrações era ver o Luizão carregar de uma só vez 2 sacos de 60 quilos na cabeça.
À tarde, quando a composição chegava, o movimento de carroças, charretes de aluguel, carros de praça à espera de passageiros era grande, além de moleques que esperavam a hora da manobra do trem para "pegar uma pindura" nos vagões.
Foto a esquerda: a estação em 1949. Foto cedida por Sérgio Martire
Em 15 de setembro de 1966, Itápolis ouviu pela última vez o apito da composição. Puxada pela locomotiva 608, os dois carros de passageiros fizeram a viagem sem volta, arrancando a antiga Douradense de Itápolis por ordem do então governador Laudo Natel.
Quando o trem se foi, apitando pela última vez deixou uma saudade no coração dos itapolitanos.
O apito do chefe da estação autorizando a partida do trem e a resposta do apito da locomotiva que partia sem volta será para sempre lembrado (Transcrito com modificações de reportagem do jornal O Itapolitano, março de 1994).
Na verdade, não podia ser considerado grande vantagem, pois o restante das estações era considerado pela própria Dourado, como feias, mal conservadas e construídas com material "ruim", em sua maioria.
Era Itápolis a estação que mais faturava na E. F. do Dourado: 30% de todas as cargas exportadas pela ferrovia vinham dessa estação. Em 1949, a Paulista comprou a CEFD e passou a administrar a estação.
Foto a direita: Em 1966, 16 de dezembro: o último trem deixa a estação. Foto cedida por Alberto Del Bianco
Em 16 de dezembro de 1966 (há gente que fala que foi três meses antes, em 16 de setembro), o ramal e a estação foram fechados definitivamente.
Nesse dia, o último trem de Itápolis precisou voltar de ré até Tabatinga, porque a Cia. Paulista desmontou o depósito de locomotivas e o virador da estação dois dias antes...
A estação, anos depois, foi demolida, e hoje nada resta dela, que ficava na parte mais alta da cidade: o prédio do super-mercado Gimenes ocupa o histórico espaço que um dia teve um movimento enorme de trens.
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Alberto Del Bianco; Sérgio Martire; Lucas Nori; O Itapolitano, 1994; C. F. do Dourado: relatórios anuais, 1900-48; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
Atualização: 18.08.2013
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.