Do G1 - Criado para comemorar a multiplicidade das espécies e alertar sobre os perigos que ameaçam a fauna e a flora, o Dia Mundial da Vida Selvagem é celebrado nesta quinta-feira (3).
Na região noroeste paulista, um professor e biólogo utiliza armadilhas fotográficas para flagrar animais que habitam matas localizadas nas cidades de Novo Horizonte, Itajobi e Sales (SP).
Wellington Paulo de Oliveira Vilela começou a gravar as imagens no ano passado, com o objetivo de observar as espécies e gerar conscientização sobre a preservação do meio-ambiente.
"É necessário promover uma mudança de atitude. A preservação é extremamente importante. Ensino isso para os meus alunos. Mostro que um papel de bala, por mais que seja pequeno e insignificante, pode fazer a diferença no meio ambiente quando descartado de forma irregular", explica.
O professor e biólogo instala as armadilhas fotográficas em lugares estratégicos, após conseguir autorização de proprietários rurais do interior de São Paulo.
As imagens capturadas pelos equipamentos são recuperadas a cada 20 ou 30 dias. Todos os bichos são atraídos por alimentos colocados por Wellington – e, em alguns casos, pela curiosidade.
"As armadilhas disparam por sensor de movimento. Nunca sei o que vai acontecer quando instalo os equipamentos. É uma caixinha de surpresa. Existem muitas espécies que habitam as matas da região, mas não conseguimos encontrá-las", conta o professor e biólogo.
Animais flagrados
Entre os animais capturados pelas armadilhas fotográficas estão onças-pardas, macacos, antas, tatus-galinhas, tamanduás, lebres, cachorros-do mato, veados-mateiros e pássaros.
Armadilhas fotográficas flagraram onça caçando lebre em Novo Horizonte — Foto: Wellington Vilela/Descobrincando Ciência/Arquivo.
As imagens não mostram o momento exato em que o ataque acontece. No entanto, é possível ver uma movimentação e a onça-parda caminhando com a lebre na boca.
Já no começo deste ano, as câmeras flagraram um tamanduá-mirim com um filhote nas costas, além de duas onças-pardas caminhando juntas.
Wellington afirma que os três flagrantes foram os mais surpreendentes que conseguiu fazer desde que começou a realizar o projeto.
"É impressionante ver tantas espécies ocupando matas extremamente pequenas. A maioria das pessoas não faz ideia. Quero mostrar que os animais habitam as matas e que precisam ser respeitados. O ser humano costuma destruir tudo que toca", diz.