O cantor e compositor Renato Russo, líder da banda Legião Urbana, morreu em 11 de outubro de 1996, com apenas 36 anos de idade. Vítima de complicações da Aids, a partida de Renato deixou o mundo da música e um país inteiro de luto. A sua obra, que marcou as décadas de 1980 e 1990, deixou legado inconfundível.
Renato Russo denunciou injustiças e violências. Cantou insatisfações juvenis. Abordou as dores e solidão. Misturou filosofias e evangelho. Do adolescente punk persistiu a urgência de lutar por liberdade. Até hoje jovens ainda ressoam os versos, que Renato perguntava com fervor: "Que País É Esse?"
Para as gerações seguintes conhecerem e para os fãs recordarem, é possível visitar memórias do fundo do baú do acervo dos veículos da Empresa Brasil de Comunicação. O resgate pode trazer tanto nostalgia quanto o sentimento, seja qual for a idade, de que "somos tão jovens"....
Mesmo tendo nascido no Rio de Janeiro, Renato Manfredini Júnior chegou aos 13 anos de idade para morar em Brasília. Foi na capital do país que ele viveu a adolescência e o interesse pelo rock. Em 1980, fez o primeiro show com a recém-criada banda Aborto Elétrico. Em 1984, já na Legião Urbana, teve o primeiro disco. A identificação dele com a cidade fez história(s), como com as inspiradas letras de Eduardo e Mônica e Faroeste Caboclo.
Essa relação de Renato Russo com Brasília foi resgatada no programa Impressões, da TV Brasil, do ano passado, em entrevista com a irmã do artista, a professora Carmen Manfredini. "Foi daquele movimento na Turma da Colina que ajudou a formar o rock nacional. Meu irmão nunca quis dirigir ou ter carro. Ele era um menino curioso. Ele ia de ônibus para coletar informação e cultura. Foi assim, por exemplo, que ele, um menino de classe média, soube da Ceilândia. Ele conseguiu eternizar Brasília".