sábado (24), às 7h30 noite, o Fantástico foi ao novo show do Erasmo no Rio de Janeiro. Ele recebeu a equipe para um bate-papo antes. Esse foi o primeiro show de Erasmo Carlos depois da morte do filho Carlos Alexandre Pessoal, o Gugu, num acidente de moto. Gugu tinha 40 anos e também era músico.
Então, Erasmo. Qual é a sua expectativa pra estreia de hoje. O que você está sentindo?
Erasmo: Estou sentindo o que eu sempre sinto. É aquele nervosinho normal, que muitos chamam de friozinho na barriga. Mas não é friozinho. É dor. É uma dorzinha mesmo, né?
Impressiona a tua força de subir ao palco. Estrear num show depois de uma perda como a que você teve. Você previu alguma homenagem ao teu filho nesse show hoje?
Erasmo: Eu vou dizer algumas palavras pra ele. E o resto eu vou olhar pro céu e sentir a energia dele.
Depois da apresentação, Erasmo dedicou o show ao filho: “Eu queria pedir licença hoje para dedicar meu show ao meu filho Carlos Alexandre, o Gugu. Cada acorde que foi feito nesse palco foi para ele. Muito obrigado. Até sempre. ”
Erasmo: Acho que todos têm sua cota de alegria e sofrimento. Alguém apontou um dedo pra mim e disse agora chegou sua hora de sofrer um pouco. Eu vivo esse momento ruim e daqui a pouco minha cota vai melhorar. Uma coisa que eu tenho que fazer agora é aprender a conviver com a família e viver a minha vida sem a alegria do meu filho.
Fantástico: Você tinha medo do Gugu andar de moto?
Erasmo: Não medo, né? Eu não aconselho muito, a ninguém.
Você já tinha manifestado alguma preocupação dele andar de moto?
Erasmo: Claro. Eu condeno. Condeno, não. Aconteceu, aconteceu. Mas uma falha que ele teve foi não ter usado o capacete adequado. Ele tinha um capacete da Alemanha. Da guerra. Fingindo da guerra da Alemanha. Era um capacete de fibra que não adianta. Então foi algum desequilíbrio que ele teve. Ou derrapagem. Mas uma coisa que eu não aconselho ninguém é o negócio do capacete. Tem que usar o capacete que garanta mesmo.
Erasmo: Foi uma corrente muito grande pra que eu tivesse força, sabe? Meus amigos atores, jornalistas, humoristas, todo mundo em peso. A impressão que eu tinha é que o Brasil todo estava torcendo pra mim, sabe? Então eu acho, posso dizer sinceramente pra você, eu acho que nunca na minha vida eu me senti tão querido.
O que tem que tem te dado força além dessa energia dos amigos?
Erasmo: É a música. A música dá muita força. Aonde a gente tiver. Eu já falei isso em outras músicas inclusive. Quando não tiver mais força em lugar nenhum a música dá força a gente.
Tem alguma música especial hoje que faz lembrar dessa alegria que o Gugu e que você tinha uma conexão especial com ele?
Erasmo: Certamente na música “Mulher”. Na música “Mulher”, eu vou me lembrar na hora porque eu falo de 4 homens dependentes e carentes da força da mulher, que sou eu, o Gil o Léo e o Gugu. São os 4 homens que dependiam da minha mulher Nara.
(Nara, musa, mãe de seus três filhos e grande amor de Erasmo, morreu há 19 anos. Para ela, Erasmo também fez "Coqueiro Verde", que ele cantou com Gugu há seis anos no programa Som Brasil).
A gente lembra inclusive que você fez uma música especial pro Gugu quando ele nasceu. A gente tem até essa gravação. É de 81. Você lembra?
Erasmo: Lembro! Primogênito. “Salve a espaçonave do anjo Gabriel. Que deixa nesse mundo mais um filho do céu. ”
Erasmo: A mesma espaçonave do anjo Gabriel que deixou ele, levou ele dessa vez.
Erasmo: Valeu Gugu. Meu filho. Eu te amo, pô. Eu te amo.