Pouco antes da cerimônia de entrega do Prêmio da Música Brasileira, que homenageia a cantora Maria Bethânia na noite desta quarta-feira (10), no Rio de Janeiro, o cantor e compositor Gilberto Gil comentou as duas cartas escritas pelo músico britânico Roger Waters, pedindo que ele e Caetano Veloso não se apresentassem em Israel. Questionado pelo UOL se faria o show, marcado para o dia 28 de julho em Tel Aviv, Gil respondeu: "Espero que sim. Nós fomos contratados, e espero que os shows sejam mantidos". O cantor ainda disse que não respondeu nem responderá as cartas de Waters. "Foram duas cartas, eu li e não vou responder, porque acho que não carece de uma resposta pessoal. Foi uma coisa colocada ao nível da dimensão pública. É uma carta pública. Mantendo a minha ida [a Israel], que também é pública, acho que isso já suficiente como resposta."
Waters, que é ex-baixista e fundador do Pink Floyd, escreveu em maio a primeira das cartas, que foi enviada ao comitê nacional palestino da BDS (sigla para "boicote, desinvestimento e sanções"), que promove a campanha "Tropicália Não Combina com Apartheid", pedindo o cancelamento da apresentação dos brasileiros em Israel. Ativista da causa palestina, Waters já havia incentivado outros artistas, como Robbie Williams e Neil Young, a não se apresentarem naquele país. Nesta quarta-feira (10), o jornal "Folha de S.Paulo" publicou outra carta do ex-Pink Floyd direcionada a Gil e Caetano. "No mês passado eu escrevi para Caetano e Gil e não recebi nenhuma resposta, mas suponho que eles irão cruzar a linha do piquete e tocar em Tel Aviv. Que seja", escreveu o músico.
