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No imaginário da Copa América 2015, as semifinais seriam disputadas por Brasil e Argentina de um lado e Chile e Colômbia do outro. A tabela foi montada de forma que permite tal cruzamento entre as quatro seleções consideradas favoritas. No entanto, depois de algumas surpresas nas primeiras partidas, o Uruguai pode dar nesta terça-feira grande passo para que Brasil e Argentina se encontrem já nas quartas de final. Líder do grupo B após vencer a Jamaica por 1 a 0 na primeira rodada, o Uruguai joga às 20h30 desta terça-feira contra a Argentina, em La Serena, no Chile. Os rivais, que têm Lionel Messi em campo e Tata Martino no banco, empataram por 2 a 2 contra o Paraguai em resultado inesperado. Se o Uruguai vencer ou até segurar um empate nesta segunda rodada contra os favoritos, fará com que a Argentina fique com, no máximo, dois pontos em dois jogos. Isso somado à provável vitória do Paraguai sobre a Jamaica, às 18h30, em Antofagasta, faria com que a Argentina caísse para a terceira posição do grupo B. O cruzamento das quartas de final prevê que o primeiro colocado do grupo C enfrente o segundo colocado do grupo B. O Brasil é o líder atual do grupo C e viu sua principal ameaça, a Colômbia, ser derrotada pela Venezuela na estreia, por 1 a 0, naquela que foi até agora a maior surpresa da competição. No grupo B, se empatar com o Uruguai, por exemplo, e vencer a Jamaica, a Argentina terminará com cinco pontos. Ainda no grupo, o Uruguai enfrenta o Paraguai na terceira rodada no confronto que pode definir qual das seleções ocupará primeiro e terceiro lugar, restando à Argentina a segunda posição.  Pensar no Uruguai como carrasco da Argentina não é imaginar hipótese improvável. Em 2011, a Copa América foi disputada na Argentina e a equipe então treinada por Sergio Batista tinha um Lionel Messi que vinha de temporada perfeita no Barcelona - título espanhol, da Liga dos Campeões e a consagração como melhor jogador do mundo. E não deu. Nas quartas de final o Uruguai venceu nos pênaltis, eliminou os donos da casa e caminhou até a vitória na final sobre o Paraguai, quando levantou a taça de campeão. Se vencer ou empatar agora, nesta terça-feira, pode jogar a Argentina para um inesperado caminho mais difícil. Se antes da estreia o próprio Messi colocou a Argentina como favorita, agora o discurso é outro. O goleiro Sergio Romero concedeu entrevista um dia depois do empate contra o Paraguai e apontou falhas e evitou falar no favoritismo. Nesta segunda-feira o técnico Tata Martino foi ao estádio do jogo e concedeu coletiva na qual disse que o objetivo não é mais passar às quartas como líder, mas sim se classificar da forma como for possível, independentemente da posição - a eliminação em 2011 custou o emprego a Batista, demitido. Já o Uruguai chega com otimismo. Depois de estrear em Antofagasta, chegou a La Serena no domingo e nesta segunda-feira falou firme. O zagueiro e capitão Diego Godín afirma que a equipe treinada jogará o clássico para vencer e não para segurar o empate, mesmo com a vantagem por já ter vencido um jogo no grupo: "Não quero o empate". O discurso é o mesmo do técnico Óscar Tabárez, que explica com mais palavras por quais motivos o Uruguai jogará para vencer. "Eu também não quero o empate, não se pode fazer isso. Se nos conformamos com o empate? Depende de como se desenvolve o jogo. Para nós defender não é uma palavra ruim. Muitas vezes edificamos algumas das coisas que ganhamos com defesa e ataque. É algo que se deve um pouco à identidade, história do futebol uruguaio, mas que não se interprete que o time vá jogar defendendo", falou. Além da oportunidade de poder construir um confronto já entre os dois eternos favoritos já nas quartas de final, o Uruguai pode limpar o caminho na segunda fase do torneio caso se classifique na primeira posição. A tabela da Copa América prevê que o primeiro colocado do grupo B enfrente nas quartas e final o segundo melhor terceiro colocado na fase de grupos - o pior terceiro colocado é eliminado. Assim, o líder do grupo B pegará a pior equipe dentre as 8 classificadas às quartas de final.