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Com direito a sobressaltos na defesa e alguma dificuldade ofensiva no primeiro tempo, a Seleção Brasileira cumpriu seu papel em Salvador na tarde deste sábado na Arena Fonte Nova. Venceu a Itália por 4 a 2, assegurou a liderança do Grupo A para as semifinais e, de quebra, praticamente eliminou as chances de enfrentar a Espanha, favorita para ganhar o Grupo B, antes da final da Copa das Confederações.

O baiano Dante, um dos estreantes, abriu o marcador no primeiro tempo. Neymar, de falta, e Fred, duas vezes, também fizeram para o Brasil, que jamais ficou atrás no placar. A Itália, que jogou sem três titulares e perdeu outros dois no início, marcou com Giaccherini e também com Chiellini. Assustou muito, acertou o travessão de Júlio César, mas não evitou sua primeira derrota na competição.

Na esteira do pronunciamento da presidente Dilma Rousseff, na noite de sexta-feira, a partida em Salvador teve pouca relação com o extracampo. Não houve manifestações relevantes do povo baiano nos arredores da Arena Fonte Nova. Mesmo longe do estádio, os principais movimentos sociais não se mobilizaram como nos dois jogos anteriores.

A preocupação agora fica para Belo Horizonte, onde as manifestações seguem em ritmo muito intenso mesmo neste sábado. Na próxima quarta-feira, às 16h (de Brasília), a Seleção recebe o segundo lugar do Grupo B, provavemente o Uruguai, no Mineirão. Já a Itália vai a Fortaleza, onde deve reeditar a final da última Eurocopa contra a Espanha.

Entre a cautela com Daniel Alves e Thiago Silva, pendurados, ou oferecer mais sequência à equipe, Luiz Felipe Scolari optou pela segunda opção. Com isso, manteve 10 dos 11 titulares dos últimos três jogos. A exceção ficou por conta de Paulinho, com dores no tornozelo esquerdo e poupado para dar lugar a Hernanes. Apesar do suposto maior entrosamento, a Seleção Brasileira teve dificuldades nos primeiros 45 minutos.

O público baiano tentou empurrar, desde o Hino Nacional cantado com fervor, mas a boa marcação italiana permitiu poucas ocasiões para o time de Felipão. Com todos jogadores atrás da bola, exceto Balotelli, a Itália forçou os chutes longos como a França já havia feito em Porto Alegre.

O meio-campo brasileiro não conseguiu jogar com passes curtos para encontrar espaço e colocar velocidade. Fred, Hulk e Oscar, irreconhecíveis, redobravam a expectativa sobre Neymar, e com ele saiu o único bom lance do Brasil. Na verdade, com um bom calcanhar de Oscar, que deixou o camisa 10 em condições de finalizar, mas para fora.

Já nos acréscimos, quando o empate era quase uma certeza, o Brasil conseguiu abrir o marcador. Da esquerda, Neymar ameaçou, enganou a marcação e cobrou falta na cabeça de Fred. Buffon fez ótima defesa, mas o baiano Dante, que havia substituído David Luiz, estava atento. No rebote, fez alegria de seu povo.

Balotelli encanta, mas Neymar e Fred garantem a vitória

O jogo em Salvador foi reiniciado e o primeiro ato ficou por conta de Balotelli. A Itália jogava prejudicada: sem Pirlo (lesionado), De Rossi (suspenso), Barzagli (poupado) e ainda perdeu, na primeira etapa, Abate e Montolivo. Mas o número 9 apareceu. Buffon cobrou tiro de meta e Marcelo, perdido no meio-campo, também perdeu de cabeça. A bola veio a Balotelli, que acertou de calcanhar, e rara felicidade, uma bola infiltrada a Giaccherini. Às costas de Marcelo. Às redes de Júlio César.

O goleiro brasileiro perdeu sua invencibilidade de três jogos e mais um tempo, mas a Seleção não perdeu a cabeça. Sem uma arbitragem europeia, Neymar contou com o pouco rigor do uzbeque Ravshan Irmatov e buscou os lances individuais. Ganhou falta depois de lance com Maggio, que obstruiu a passagem com o braço. Neymar pediu a bola e colocou no canto de Buffon, mas na gaveta. O primeiro gol de falta da Seleção desde outubro de 2011. O sexto da carreira de Neymar.

​A vantagem no placar incendiou a Fonte Nova e também obrigou a Itália a se soltar. Para buscar a liderança do grupo, só mesmo com a virada. E os italianos, assim, deram o que a Seleção mais gosta: espaço. Marcelo aproveitou bem e esticou para Fred. O centroavante bateu Chiellini em velocidade e também Buffon com um petardo. Marcou seu primeiro na Copa das Confederações.

Com 3 a 1 no marcador, Felipão promoveu a estreia de Bernard e deu descanso a Neymar, mas a Itália queria mais emoção. Aos 24min, escanteio bem batido provocou rebuliço na área: Luiz Gustavo fez pênalti em Balotelli, mas o lance seguiu e Chiellini, mascado, tocou no cantinho de Júlio César. A defesa brasileira reclamou, mas foi vazada novamente.

Já nos minutos finais, Fred marcou novamente. Após bola roubada no ataque, Bernard tocou para Marcelo, que bateu fraco da entrada da área; Buffon falhou e soltou a bola para o meio da área, e o centroavante da Seleção completou para as redes.

Do Terra