Um dos prestadores de serviços contratados pela Fifa para atuar na Copa do Mundo de 2014 tem passado por dificuldades por causa dos problemas de organização do evento. O empresário Fernando Prestes Maia, CEO da Upgrade Hospitality Brasil, diz que, a dez dias do início do evento, os atrasos nas obras, principalmente do Itaquerão, poderão gerar sérios problemas para quem acompanhar as partidas.
— Não está sendo fácil para nós. Falta muita coisa ainda, encanamento, sistema de esgoto, de iluminação, pontos de força. Um evento deste porte mexe com a administração de riscos. Quando se abre brechas para que algum fator de risco se manifeste, está se criando possibilidade real de que aconteça.
Experiente nesta área de entretenimento de massa, ele admite até a hipótese de queda de parte das arquibancadas moveis em casos como o do estádio paulista. Isto porque as estruturas e dependências de uma construção, segundo ele, não foram adequadamente testadas.
— Sim, isto poderia acontecer, é um dos vários riscos, entre os quais também se incluem contaminação por alimento inadequado, quedas em degraus, escorregões em superfícies, choques, por exemplo. Não estamos conseguindo testar de forma ideal. Somente com testes de 70%, 80%, 100% da capacidade do local é possível aferir e diminuir os riscos. Devem ser testados banheiros, luz, portões, catracas e vários itens fundamentais para o andamento do evento e para a segurança do estádio.
Não é de hoje que a empresa de Prestes Maia, neto do ex-prefeito de São Paulo, presta serviços à Fifa. De origem germano-brasileira, a corporação já trabalhou com a entidade nas Copas de 2006, na Alemanha, e de 2010, na África do Sul. Sua convicção é de que o Brasil poderia ter mostrado uma imagem de maior competência. Mas ele acredita que ainda haja espaço para que o Mundial seja bem-sucedido.
— Esta Copa vai ser um marco. Será possível saber até onde nossos traços culturais são suficientes para garantir a qualidade de um evento desta dimensão. Não se trata de Réveillon na praia, de carnaval no Sambódromo. É um megaevento, com a presença de centenas de chefes de Estado, que envolvem 28 patrocinadores, transmitido para 4 bilhões de pessoas. Qualquer coisa que aconteça é multiplicada por 10.
A empresa de Prestes Maia gerencia cerca de 12% do estádio, trabalhando nos camarotes, áreas vips e lounges, oferecendo, entre outros itens, alimentação e serviços a convidados e torcedores com pacotes turísticos.
Do R7
