Com Luis Enrique, o Barcelona reencontrou a união entre talento e eficiência que tinha com Guardiola, e confirmou o sucesso neste sábado, em Berlim. A Juventus deu trabalho, mas o sistema ofensivo catalão voltou a funcionar e conquistou a Liga dos Campeões da Europa, completando a tríplice coroa, símbolo de uma temporada perfeita - como já tinha acontecido em 2009. Neste sábado, o time venceu a tetracampeã italiana por 3 a 1 em final que teve como último lance um gol de Neymar. O campeão espanhol e da Copa do Rei, porém, precisou suar para atingir o pentacampeonato europeu. Para somar mais uma taça da Champions League às erguidas em 1992, 2006, 2009 e 2011, precisou conter uma reação que a Juventus teve mesmo durante a final, quando passou de espectadora e candidata a sparring nos 20 primeiros minutos para um oponente que mostrou a razão de ser tetracampeã italiana e vencido também a Copa da Itália nesta temporada.
Enquanto tocava a bola como queria, o Barcelona ficou 55 segundos trocando passes consecutivamente até Rakitic abrir o placar, logo aos três minutos de jogo. Quando a Juve acertou sua marcação, equilibrou a final e empatou aos nove do segundo tempo, com Morata aproveitando rebote de chute de Tevez. Mas Suárez aproveitou bola que Buffon espalmou em seu pé na pequena área, logo após finalização de Messi, aos 23, para fazer 2 a 1. Coube a Neymar, que teve um gol anulado antes, protagonizar o último lance da decisão batendo nas redes de Buffon.
O jogo - Bastou a bola rolar para que todas as previsões se confirmassem. A Juventus se posicionou com todos os seus jogadores atrás do círculo central, mas o problema é que se limitou a assistir ao toque de bola do Barcelona, à distância, sem fechar espaços. Pagou caro rapidamente pela estratégia.
O time espanhol trocou passes por 55 segundos consecutivos, dando 15 toques na bola para balançar as redes logo aos três minutos. No final dessa trama, Jordi Alba ajeitou para Neymar, na ponta esquerda, tocar para Iniesta entra na grande área e deixar para Rakitic, diante de Buffon, finalizar com frieza, abrindo o placar do estádio de Berlim.
A equipe italiana demorou a se controlar e adaptar sua estratégia para não se tornar um sparring na decisão. Nos primeiros 20 minutos de jogo, Vidal foi o único jogador da Juventus a levar perigo em finalização, mas era quem mais sentia a superioridade adversária. Recebeu cartão amarelo com dez minutos e não cansou de arrumar confusão a cada jogada, sempre correndo riscos de expulsão.
Neymar aparecia bem pela esquerda e Buffon salvou o segundo gol aos 12, fazendo grande defesa em finalização da entrada da pequena área de Daniel Alves. O Barcelona tocava a bola até na grande área adversária, dominando completamente a partida. Até que a Juventus resolveu fechar espaços e começar uma reação fazendo o que melhor sabe: marcar.
A tetracampeã italiana passou a jogar e impor velocidade em seu contra-ataque. Quando passou a atuar mais depois do meio-campo, complicou a saída de bola do Barcelona e, assim, Morata e Marchisio quase empataram. No equilíbrio do confronto, Suárez se tornou mais útil no fim e, antes do intervalo, teve três oportunidades, parando em Buffon.
O técnico Massimiliano Allegri sentiu a melhora da Juventus e nem levou seus reservas para os vestiários no intervalo. O Barcelona também não fez alterações e repetiu o ritmo intenso do início do primeiro tempo. Com menos de cinco minutos, Buffon fez outra grande defesa em finalização de Suárez e Messi, após tabelar com Neymar e o uruguaio, levou perigo.
Mas o time italiano estava mais acordado e preciso para impor velocidade, sem se limitar a ser espectador em campo. E mostrou futebol para empatar. Ocupando o campo adversário, em jogada que começou com toque de calcanhar de Marchisio na entrada da grande área, Tevez girou para Ter Stegen fazer grande defesa, mas Morata estava livre para aproveitar o rebote, aos nove.
A participação da Juventus no campo rival, porém, dava espaço ao toque de velocidade do Barcelona, e foi assim que o pentacampeonato europeu foi garantido para o clube do Camp Nou. Messi ficou mais participativo ao procurar tabelas com Neymar e Suárez e, quando resolveu chutar, aos 22, Buffon espalmou nos pés de Suárez. Chance que o uruguaio não perdeu para recolocar o time à frente no placar.
A Juventus ficou procurando alternativas e deu trabalho, atuando na grande área adversária, mas a marcação catalã já estava bem ajustada, sem dar tanto espaço. E o Barça ainda fez mais um, mas a cabeçada de Neymar teve a mão do próprio brasileiro no caminho antes de balançar as redes, aos 23. Mas aquele gol, anulado, não era necessário para que o favorito comprovasse as expectativas em Berlim. Mas Neymar ainda teve tempo de provar seu protagonismo em um time de astros, completando contra-ataque nas redes, já aos 51, no último lance de jogo. (Yahoo)