A ressurreição de um Palmeiras imponente aconteceu graças a um herói improvável: Betinho, o desconhecido substituto de Barcos, marcou o gol do empate nesta quarta. Era o que bastava para o Palmeiras, que tinha vencido a primeira final por 2 a 0. Dessa forma, o time de Felipão manteve sua invencibilidade na competição nacional e se classificou para a próxima edição da Copa Libertadores. Com uma defesa pela qual poucos passaram e atacantes realmente raçudos, o Palmeiras mostrou que de fato é campeão.
Assim como na primeira final, o Coritiba adiantou a marcação e tentou pressionar o Palmeiras no começo de jogo. Tentou justificar o "inferno" criado pela torcida paranaense. Mas o time de Felipão apostou em chutões, acertou contra-ataques, cresceu na partida e criou chances. Porém, visivelmente nervosos e ainda atrapalhados pelo gramado encharcado, os dois times erraram lances simples e mantiveram o 0 a 0 até o final do primeiro tempo.
O segundo tempo começou com uma pressão absurda do Coritiba, que fez o Palmeiras provar do próprio veneno: Ayrton cobrou falta com perfeição e abriu o placar. Porém, logo depois, Betinho aproveitou cruzamento de Marcos Assunção, desviou para o gol e fez o Palmeiras sair do inferno para o paraíso em apenas quatro minutos. O Coritiba passou a precisar de três gols, mas pouco assustou o goleiro Bruno e ainda viu o Palmeiras fazer a festa em sua casa.
Inferno inicial
O Coritiba entrou em campo sob a prometida festa tecnológica da torcida, o "Green Hell". E o começo de jogo foi realmente um inferno, mas para o Palmeiras: a posse de bola ficou muito mais tempo com o time mandante, que adiantou a marcação, assim como tinha feito na primeira partida da final. Essa estratégia mais uma vez atrapalhou a já deficiente saída de bola palmeirense.
No entanto, com o campo encharcado, o futebol do Coritiba foi atrapalhado e não foram criadas chances de gol. E a melhor oportunidade veio do outro lado, aos 12min, no primeiro ataque bem pensando do Palmeiras. Na ponta esquerda, Mazinho rolou para Juninho, que chutou por cima do gol, assustando o goleiro Vanderlei. E dessa forma, com raros ataques e muitos chutões, o Palmeiras superou os primeiros 15min de pressão.
Aos 19min, uma nova chance palmeirense foi criada, e dessa vez no melhor estilo do time: após cobrança de falta de Marcos Assunção, Betinho ficou sozinho na área, mas chutou para fora. A resposta do Coritiba demorou para acontecer, mas foi melhor ainda: após vacilo de Thiago Heleno, Everton Costa rolou para Everton Ribeiro, que chutou de três dedos e viu a bola passar raspando a trave.
Com a postura assumida de priorizar a defesa, o Palmeiras contra-atacou sempre com poucos jogadores e por isso não levou mais. Pelo menos o Coritiba foi bem anulado, por estar sempre em desvantagem numérica no ataque. Mesmo com a substituição forçada do lesionado Thiago Heleno por Leandro Amaro, o Palmeiras segurou o empate até o fim do primeiro tempo e superou o inferno incial proposto pelo Coritiba.
Retranca infernal e gols
O começo do segundo tempo seguiu no mesmo tom do primeiro: o Coritiba dominou a posse de bola, mas sofreu para criar chances de gol e superar a retranca palmeirense. Sem conseguir atacar, Felipão resolveu trocar Luan por Daniel Carvalho, que teve má atuação substituindo o suspenso Valdivia. Em resposta, Marcelo Oliveira colocou o meia Lincoln no lugar do volante Sergio Manoel.
Não demorou para o tempo mostrar que o Coritiba teve a substituição mais acertada: Lincoln sofreu falta na esquerda, e o lateral Ayrton, que tinha entrado no intervalo, cobrou com perfeição. Bruno até pulou e se esticou, mas a bola foi para o fundo do gol. Porém, apenas quatro minutos depois, Marcos Assunção cobrou falta desviada de leve por Betinho, que deixou tudo igual novamente.
Precisando de três gols, o Coritiba ainda viu Marcos Assunção acertar uma cobrança de falta na trave, aos 28min. Uma grande chance só foi criada pelo time paranaense aos 32min, mas Bruno defendeu o perigoso chute de Anderson Aquino, outro que saiu do banco de reservas durante o segundo tempo. A posse de bola ficou quase sempre com os donos da casa, mas Pereira ainda foi expulso e o título da Copa do Brasil ficou mesmo com o Palmeiras.
Do Portal Terra