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A Copa das Confederações começa no sábado e nos seis estádios que receberão jogos do torneio uma nova forma de assistir a um jogo de futebol estará à disposição de um grupo seleto e abonado. Os camarotes projetados para atender convidados da Fifa, autoridades e clientes de grandes empresas parceiras da entidade transformaram os estádios em algo novo.

 O ingresso mais barato de camarote de um jogo do Brasil para a Copa das Confederações entre os oferecidos pela Match, empresa licenciada pela Fifa para a venda dos pacotes sai por 700 dólares, cerca de R$ 1.400. Ele é válido para o terceiro jogo da fase de grupos contra a Itália, em Salvador. Para a final do torneio, que será no Maracanã, dia 30, ainda sem adversários definidos, a Match cobra até R$ 10 mil por pessoa. A empresa tem Philippe Blatter, sobrinho do presidente da Fifa, Joseph Blatter, como um de seus sócios majoritários.

Ainda que seja possível comprar pacotes individuais, a maior procura pelos camarotes da Copa é feita por grandes empresas. O pacote mais caro para a Copa do Mundo, batizado de Aquarela Series Premium, sai por R$ 4,6 milhões e garante presença em todos os jogos em São Paulo, Rio e Belo Horizonte durante a Copa. Os camarotes desta série comportam entre 16 e 26 pessoas. Os jogos mais importantes do Mundial se darão nestas cidades (as semifinais serão em São Paulo e em Belo Horizonte e a final no Rio).

Os camarotes oferecem serviços especiais. Eles contam com serviço de buffet e com conforto que faz o torcedor se sentir dentro de casa. Traslado, segurança privada são garantidos. No estádio, sofás, telões e vista privilegiada para o campo tornam a experiência única, dizem os organizadores. Até por isso o preço salgado dos principais pacotes.

As entradas para camarotes representam 13,5% dos ingressos da Copa. São cerca de 450 mil dos 3,3 milhões disponibilizados pela Fifa para os 64 jogos do Mundial do ano que vem.

Alguns estádios do Brasil já têm áreas de camarote para jogos de seus clubes, caso do São Paulo, com o Morumbi, e o Santos, com a Vila Belmiro, mas os seis estádios já prontos para a Copa das Confederações representam um novo estágio na elitização por que passarão os principais palcos do futebol brasileiro a partir de 2014.

A projeção para os estádios após a Copa é de que as empresas que adquirirem o controle das arenas façam a venda de pacotes de "hospitalidade". A configuração muda substancialmente a forma como os clubes do país passarão a usar os estádios.

No Maracanã, por exemplo, o consórcio que controlará o estádio - formado pela Odebrecht, a IMX, empresa de Eike Batista, e a AEG - terá um lucro sobre toda a venda de ingressos de camarotes, cerca de 28 mil entradas. Os clubes mandantes no estádio terão lucro de bilheteria apenas com o restante, algo em torno de 51 mil ingressos. Clubes, governo do Rio e consórcio negociam a melhor forma de uso do estádio após os torneios da Fifa. Mineirão, Castelão, Arena Pernambuco, Mané Garrincha e Arena Fonte Nova passam pelo mesmo processo.

Para os jogos da Copa das Confederações o preço mínimo para pacote que garante ingressos para os três jogos no Maracanã é de R$ 5 mil. O mais barato, de R$ 1,5 mil, garante acesso à beira do gramado, mas não disponibiliza estacionamento ou mesas reservadas, serviços garantidos apenas para os planos mais caros.

Di IG