Do G1- Presidente do Conselho Fiscal da Botafogo-SP SAF e principal investidor do time, Adalberto Baptista explicou o porquê de ainda não tomar novas medidas contra os atletas João Diogo e Eduardo Hatamoto, que foram indiciados pela Polícia Civil do Rio. O primeiro por injúria e importunação sexual, enquanto Dudu foi indiciado por estupro.
O dirigente do Pantera explicou que o clube vai esperar a instrução do processo para tomar novas medidas disciplinares contra os jogadores, que podem vir a ser a suspensão dos contratos vigentes. O outro envolvido, Lucas Delgado, que já teve contrato rescindido, responde por dissimulação.
- Os outros dois têm contrato em vigor, tanto João Digo quanto Dudu Hatamoto. Temos de aguardar a instrução do processo e saber se vai além de uma infração disciplinar, para decidir se os contratos vão ser rescindidos ou não. Estamos aguardando o jurídico, a gente não pode tomar medidas precipitadas – disse Baptista.
Investidor do Botafogo-SP vai aguardar Justiça para definir destino de indiciados
João Diogo possui vínculo com o Tricolor até 30 de maio de 2023, enquanto Dudu tem contrato até o fim de 2024.
Para Adalberto, é importante que o clube preserve os jogadores e acompanhe a decisão judicial, até para não sofrer sanções trabalhistas. No último episódio de indisciplina, a “Farra de Erechim”, em 2018, os jogadores envolvidos no caso acabaram contestando a demissão por justa causa e, de acordo com o dirigente, geraram prejuízo ao clube na Justiça Trabalhista.
- Vou lembrar de 2018, houve algo parecido. Eu lembro, se perguntar para o Gérson e as pessoas da época, eu falei: tome cuidado com a forma como mandar as pessoas embora. O BFC tem até hoje condenação daqueles atletas, pagando conta na Justiça Trabalhista em razão da demissão por justa causa – ponderou.
No processo de transformação do clube em Sociedade Anônima, o Botafogo Futebol Clube foi separado do futebol, agora já elevado à SAF. Por isso, a dívida acabou ficando com o clube.
O presidente do Conselho Fiscal ainda comentou sobre o caso dos outros dois jogadores que deixaram a concentração na noite do dia 25, após o Tricolor vencer o Volta Redonda e carimbar vaga no Campeonato Brasileiro da Série B de 2023. Bruno Michel e Diego Guerra foram informados que não teriam os vínculos renovados.
- É diferente você se ausentar da concentração, do que você se ausentar e trazer uma mulher para dentro. Por isso que a infração do Lucas Delgado, para fins do Botafogo, era mais grave e disciplinarmente ele seria punido, aí rescindiu o contrato. Os outros dois foram punidos com multas salariais, e outras punições internas e os dois que viemos a descobrir depois, o Bruno Michel e o Diego Guerra, também foram punidos com multa e comunicados que os contratos não seriam renovados, pois renovar seria premiar um ato de indisciplina – finalizou.
O caso
Segundo o boletim de ocorrência, a vítima conheceu o jogador Lucas Delgado naquela noite, numa boate na Barra da Tijuca, na Zona Oeste. O casal teria combinado de ir para um hotel, no Santo Cristo. Ela teria pedido ao atleta para usar camisinha, mas ele não usou.
Por volta das 4h, os outros dois jogadores, João Diogo e Dudu Hatamoto, teriam entrado no quarto do casal e começaram a agarrá-la, na tentativa de convencê-la a fazer sexo com eles.
Com a negativa, João Diogo a xingou, e Dudu a agrediu com uma mordida no seio. Com a conclusão do objeto, a vítima disse que se sente aliviada.
Da Argentina, Lucas Delgado comunicou que está à disposição das autoridades brasileiras para esclarecimentos.