Seis cidades da região já têm projetos de lei aprovados ou em tramitação, proibindo a circulação de pessoas com podões - facões usados no corte da cana-de-açúcar. Em Dumont, a restrição já virou lei e prevê a apreensão do instrumento e aplicação de multa no valor de 50% do salário mínimo (R$ 311). Em Guariba, um projeto semelhante poderá ser aprovado na Câmara, nesta terça-feira (2), prevendo apreensão e multa de R$ 1.844 (100 Ufesp’s).

No ano passado, segundo a Polícia Militar, 24 pessoas da região foram assassinadas com podões. Desde domingo (30), uma pessoa está internada em Ribeirão Preto, depois de ter sido golpeado com um desses facões, após uma briga de trânsito em Luiz Antônio. As apreensões pularam de 127 em 2011 para 210 até setembro, em um aumento de 65%.

A criação de projetos antipodões foi sugerida há cerca de um mês pelo comando do 43º Batalhão de Polícia Militar do Interior a dez cidades da região, de perfil canavieiro: Sertãozinho, Jaboticabal, Guariba, Pitangueiras, Monte Alto, Dumont, Pontal, Pradópolis, Taquaral e Barrinha. O objetivo é reduzir os crimes cometidos praticados com o facão. A PM estima que, de cada dez homicídios ou tentativas, seis envolvam os facões. "Muitas empresas que contratam trabalhadores para o corte de cana já adotam a norma de deixar o podão nos ônibus, mas muitos têm a ferramenta particular e levam para bares, por exemplo, que pode ser usada durante brigas", afirmou o major Marcelo Antônio Jerônimo de Melo, coordenador do 43º BPMI de Sertãozinho.

Além de Dumont e Guariba, os municípios de Jaboticabal, Pontal, Pradópolis e Pitangueiras também deverão aprovar este ano projetos antipodões. Monte Alto confirmou nesta segunda-feira (1º) que a Câmara local vai apresentar um ainda este ano. Taquaral não apresentou e Barrinha não soube informar. Sertãozinho não apresentou projeto por considerá-lo inconstitucional.

Do Jornal A Cidade