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O dólar atingiu o maior patamar em quase 10 anos nesta semana. Isso foi bom para alguns setores do agronegócio que estão lucrando mais. Em Cascavel, oeste do Paraná, a cooperativa abate 200 mil aves por dia. Dessa produção, 55% são exportadas para a China, Japão e Europa. Do ano passado para cá, o preço comercial pago pelo produto caiu 3%.
Mesmo com essa queda a cooperativa está aumentando os lucros, tudo porque o valor do dólar nos últimos três meses disparou. Até setembro deste ano o dólar se manteve estável valendo cerca de R$ 2,34. Em outubro foi para R$ 2,43, novembro já estava em R$ 2,61 e nesta semana bateu R$ 2,73, o maior valor desde março de 2005.

“Se você recebia US$ 2.000 por tonelada de frango vendido, até 90 dias atrás você quando convertia em reais, você recebia R$ 4.680 por tonelada de frango vendido, hoje você está recebendo 16% a mais”, explica o presidente da Coopavel Dilvo Grolli.
Se por um lado a alta do dólar traz um impacto positivo na formação do preço interno das commodities, por outro também deve influenciar no valor dos insumos e aumentar o custo de produção aqui no campo.

“Na medida que nós vamos avançando e essa taxa de câmbio se mantém alta, isso vai sendo repassado para os custos. Quanto mais tempo a taxa de câmbio forem altas remunera também os preços dos produtos, mas também encarece os custos”, explica o analista de mercado Camilo Motter.

De acordo com o presidente da cooperativa, Dilvo Grolli, a alta do dólar não teve reflexo no mercado interno. O preço da carne de frango permanece sem alteração. (Globo Rural)