Foi discutida a dificuldade em comercializar a laranja, fato que se agravou nos últimos 5 meses com a recusa, por parte da indústria, para comprar safra 2012/2013

 

“O desequilíbrio histórico e econômico das relações comerciais entre os diferentes elos do setor produtivo da laranja, é um dos principais fatores da crise na citricultura” afirmaram os presidentes de Sindicatos Rurais durante a reunião que aconteceu em Itápolis, no Teatro Municipal “Geraldo Alves”.  O encontro reuniu prefeitos e presidentes de sindicatos da região, produtores rurais de Itápolis, Limeira, Barretos, Araraquara, Taiuva, Ibitinga, entre outras cidades.

 

Foi discutida a dificuldade em comercializar a laranja, fato que se agravou nos últimos 5 meses com a recusa, por parte da indústria, para comprar safra 2012/2013 dos produtores independentes, estimada em 83 milhões de caixas de 40,8 kg. São mais de sete mil produtores no Estado de São Paulo, que estão sendo levados ao endividamento e ao desestímulo de prosseguir na atividade.

Estima-se que 10 milhões de caixas já tenham sido perdidas, mas até o final da safra em fevereiro de 2013 o prejuízo pode ser ainda maior, já que as indústrias anunciaram que deixarão de comprar 83 milhões de caixas.

O Estado de São Paulo é o principal produtor nacional de laranja, com mais de 600 mil hectares plantados e produção média anual de 360 milhões de caixas de 40,8kg, das quais mais de 50% são de produção própria das grandes indústrias processadoras de suco de laranja, que ano a ano vem aumentando seus pomares, fato que já foi denunciado pela Associtrus – Associação dos Citricultores. Em 1995 existiam 24 mil citricultores, hoje segundo dados do Instituto de Economia Agrícola são pouco mais de 10 mil.

A afirmação da Citrus-Br (Associação das Indústrias) de que os estoques estão altos, em função da crise na Europa e da proibição de entrada do produto nos EUA por causa do uso de carbendanzin é rebatida pela Associtrus, já que os dados publicados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) apontam para um estoque de 240 mil toneladas no início da safra 2012/13, enquanto as indústrias falam em 555 mil toneladas e para um crescimento de 1,65% das exportações brasileiras de suco, enquanto o relatório da CitrusBR assinala contração de 15%.

Para os citricultores este é o momento, no qual se faz necessária uma intervenção do governo do Estado, no sentido de reequilibrar as forças, impedindo novos plantios das indústrias, como ocorre na cana-de-açúcar que conta com o estatuto da lavoura canavieira. Pedem ainda que seja estimulada a criação de novas empresas e cooperativas de processamento, para descentralizar a comercialização da laranja.

Outra medida solicitada pelos produtores rurais é que a safra seja escoada por meio de programas assistenciais e merenda escolar; onde a distribuição do suco de laranja seria feita como no programa “Viva Leite e leve Leite”. Seria o “Leve Laranja”, onde sucos concentrados seriam distribuídos em cestas básicas e para as escolas do Estado.Um documento com essas reivindicações, assinado por todos os envolvidos com a citricultura, está sendo encaminhado ao governo estadual e federal, para tentar solucionar a situação.

Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Itápolis.