Setor responde por 65% do desmatamento no Mato Grosso

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O consumo de soja pela China e Europa está causando impactos ecológicos significativos em Mato Grosso, segundo estudo publicado semana passada na Environmental Research Letters.

 

A pesquisa, chefiada por Michael Lathuillière, da Universidade da Colúmbia Britânica, usou cinco indicadores da pegada ambiental – floresta, terras, carbono, água e nutrientes – para avaliar as implicações ecológicas da produção e exportação de soja do Mato Grosso durante os anos 2000. E descobriu que a atividade responde por 65% do desmatamento no Mato Grosso e até 17% das emissões totais brasileiras de mudança no uso da terra.

Mas além destes números, Lathuillière e colegas identificaram uma mudança importante em como a soja foi produzida após a moratória sobre novos desmatamentos, de 2006. O desflorestamento anual caiu em 70% depois dela, mas a intensidade de outros recursos aumentou em 30%, com a necessidade de aumentar a produção sem limpar mais floresta.

“Na década do estudo, a produção de soja exigiu quantidades cada vez maiores de água e fertilizantes relacionados ao aumentos em áreas plantadas e em rendimentos médios, ambos essenciais para garantir a produção adequada total da colheita”, disse Lathuillière .

“Nossa pegada ambiental estimada sugere impactos regionais no clima, biodiversidade, serviços do ecossistema e um possível aumento de saturação de fósforo no solo, que pode aumentar o risco de eutrofização (excesso de nutrientes) no longo prazo,” acrescentou.

Fora a questão dos nutrientes, a produção na região é vulnerável aos mercados e preços internacionais por causa de importação de insumos. E muitas políticas relacionadas a importação e exportação do setor têm metas opostas, segundo os pesquisadores. Estratégias ambientais estão incluídas na política agrícola mas não na comercial, ou países que por um lado apoiam a redução do desmatamento, por outro exigem que mais soja seja produzida na região, diz a Environmental Research Web. 

Fonte Planeta Sustentável