Feiras com sede em Sertãozinho esperam movimentar R$ 2 bilhões. Eventos do setor sucroenergético acontecem de 28 a 31 de agosto.

Os dois principais eventos do setor sucroenergético do país começam nesta terça-feira (28) com uma projeção reduzida de negócios em meio a uma crise no segmento que se estende do campo à indústria. A Feira Internacional da Indústria Sucroalcooleira (Fenasucro) e a Feira de Negócios e Tecnologia da Agricultura (Agrocana), que devem reunir mais de 30 mil pessoas de 35 países entre 28 e 31 de agosto em Sertãozinho, esperam movimentar este ano R$ 2 bilhões com insumos e tecnologias voltadas para a produção de açúcar, etanol e geração de energia.

Diante de um cenário marcado por baixa produtividade de cana-de-açúcar nas lavouras, defasagem no número de usinas em todo o país e de demissões nas indústrias metalúrgicas no primeiro semestre, o volume projetado é 10% menor que o obtido nas rodadas de negócios de 2011 – R$ 2,2 bi.

"O momento exige cautela. Nesses primeiros meses, o setor viveu um momento muito delicado, fazendo com que se estancassem os investimentos, fazendo com que nossas indústrias ficassem com a capacidade de produção ociosa", afirmou o presidente do Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (Ceise Br), Adézio Marques, sobre o efeito dominó que começou com a falta de matéria-prima no campo, afetou o processamento das usinas e paralisou, por exemplo, metade das indústrias fornecedoras de Sertãozinho (SP), um dos principais polos de cana do país.

Por outro lado, o diretor da Fenasucro e Agrocana, Fernando Barbosa, acredita que a redução de R$ 200 milhões funcione mais como “uma margem de erro” nas expectativas do que como um efeito negativo da crise sobre o comércio de insumos e máquinas. "A estimativa é baseada no que as empresas estipulam", disse.

Retomada

Os representantes do setor  acreditam, no entanto, que pode haver um retorno financeiro acima do esperado em razão da necessidade das usinas em atualizar maquinário, o que não foi feito na entressafra passada. "Tem que haver reformas. São peças e equipamentos de desgaste que terão que ser trocados", disse o presidente do Ceise Br.

Outra questão favorável para o setor é a previsão de abertura de novas usinas para 2013, sobretudo na região Centro-Oeste. "A gente aposta que algumas medidas do governo federal darão segurança para os investidores que têm sinalizado ter recursos. Certamente voltarão a investir", afirmou Marques.

Para o diretor da feira, a geração de energia alternativa também deve favorecer os negócios, com a comercialização de equipamentos como caldeiras. "A energia é um produto que vale investimentos. Tem muitas usinas que podem ampliar isso", disse Barbosa.

Expositores e palestras

Além de lançamentos para a agricultura e para a indústria apresentados por 530 expositores, o público da Fenasucro e da Agrocana poderá conferir palestras e seminários técnicos paralelos, com foco em questões como a expansão para mercados estrangeiros como Tailândia e África, bem como rodadas de negócios. Dentre as autoridades confirmadas para a abertura do evento nesta terça-feira (28) estão a secretária de Agricultura do Estado de São Paulo, Mônika Bergamaschi.

Serviço

O Centro de Eventos Zanini, onde acontecem a Fenasucro e a Agrocana, fica na Avenida Marginal João Olesio Marques, 3.563, no Distrito Industrial Maria Lúcia Biagi Americano, próximo ao km 339 da Rodovia Armando Salles Oliveira. O recinto ficará aberto ao público das 13h às 20h. Ingressos custam R$ 55. Informações pelo site do evento.

Da EPTV