Em Cabrália Paulista, doze sergipanos vivem em alojamento precário.
A fiscalização do Ministério Público do Trabalho nas fazendas da região Centro-Oeste Paulista encontrou novas irregularidades nesta quarta-feira (25). Na terça-feira, os procuradores flagraram vários problemas na colheita de laranja em Ubirajara (SP). Hoje, outras propriedades foram visitadas e a situação dos trabalhadores é precária.
Os procuradores do MPT percorreram cinco fazendas entre Cabrália Paulista e Ubirajara. Na maioria, encontraram homens e mulheres que enfrentam a precariedade no campo. Segundo o Ministério Público do Trabalho, esta não é a primeira vez que a propriedade é notificada. Mesmo assim, os fazendeiros não fizeram as adequações. "Agora o Ministério Público irá ajuizar uma ação de execução pra que ele cumpra o que prometeu com o Ministério Público do Trabalho”, explica Marcus Vinícius Gonçalves, procurador do MPT.
Além da falta de estrutura nas lavouras, os procuradores encontraram também ônibus rurais sem documentação e contratos de trabalho irregulares. Em uma fazenda, em Cabrália Paulista, os donos não permitiram a entrada da equipe de reportagem do TEM Notícias, mas segundo os procuradores, 20 colhedores de laranja trabalham no local há dois anos sem carteira assinada.
"Sem o registro em carteira, sem equipamentos de proteção individual, sem a disponibilização de água, sem banheiro, enfim, uma condição de trabalho muito ruim, que estava desrespeitada toda a legislação trabalhista", afirma o procurador Fernando Maturana.
Alojamentos
Como se não bastassem tantas irregularidades no campo, quando chegam em casa, os trabalhadores rurais se deparam com alojamentos precários. Em um deles, vivem 12 homens que vieram de Sergipe. Eles dividem quartos apertados com ligações elétricas precárias sem área de serviço, lavam as roupas e improvisam os varais ali mesmo. Além disso, há a falta de higiene do local.
"cabe ao empregador, quando ele vai alugar uma casa para seus funcionários, fazer o dimensionamento, ou seja, ver o tamanho do quarto, tomar providências para que os botijões de gás não fiquem na cozinha, para que haja um espaço para os trabalhadores lavem suas roupas, secarem suas roupas, e um espaço para o convívio. A casa não é boa pra isso e pior ainda para o número de trabalhadores alojados", completa o procurador.
Os donos das fazendas fiscalizadas foram convocados para uma audiência na quinta-feira (26) com os procuradores do trabalho. Caso não regularizem a situação, poderão pagar multa.
G1