A colheita mecanizada de cana-de-açúcar atingiu 65,2% de toda área colhida no Estado de São Paulo (cerca de 4,8 milhões de hectares) na safra 2011/2012.

Embora o resultado indique avanço de 18,5% ante a colheita anterior, o diretor de Desenvolvimento Sustentável da Secretaria do Meio Ambiente, Ricardo Viegas, disse que os pequenos produtores ficaram abaixo da meta. Enquanto isso, com mais recursos para investimentos, as usinas superaram as expectativas em suas áreas de plantio e colheita. (Foto FolhaPress)

"Elas [as usinas] tinham uma meta de mecanizar 70% de suas áreas e chegaram a 81%, no geral. Já os pequenos produtores estão mais devagar. O objetivo era de 30%, mas alcançaram 24%", afirmou Viegas.

Segundo ele, esse desempenho tem relação com a menor capacidade de investimentos dos pequenos proprietários de canaviais, mas não fere termos do Protocolo Agroambiental do Setor Sucroaenergético.

"O resultado geral [65,2%]mostra que o protocolo está sendo cumprido", disse.

Em vigência desde a safra 2006/2007, o acordo entre empresários do setor e Estado prevê uma série de obrigações para adoção de um processo de produção "verde" de açúcar e álcool.

Os principais compromissos são o fim da queima da cana nas áreas mecanizáveis em 2014, prazo que se estende até 2017 para terrenos não mecanizáveis, ou seja, em que o declive não permite operação de máquinas.

Na primeira safra em que o protocolo foi observado, a mecanização cobria 34,2% de área de colheita da época, que era de 3,2 milhões de hectares, segundo o Departamento de Desenvolvimento Sustentável do Estado.

Apesar do aumento do uso de maquinário, a Secretaria do Meio Ambiente afirma que não houve desemprego. Segundo a pasta, o número de postos de trabalho passou de 103,8 mil em 2006 para 118,7 mil no ano passado.

Na região de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo), onde os canaviais estão em terrenos mais planos, o representante regional da Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar), Sérgio Prado, afirmou que a mecanização já se aproxima de 90% nas 30 usinas associadas. No geral, a região tem 72% de sua área mecanizada. (Fonte Folha de São Paulo)