BRASÍLIA — O auxílio emergencial de R$ 600 que será pago por três meses a trabalhadores informais significará um gasto de R$ 98 bilhões no período. A informação foi anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, durante pronunciamento no Palácio do Planalto. Eles também informaram que o programa vai atingir 54 milhões de brasileiros.
Bolsonaro ainda disse que irá anunciar nesta quarta a sanção do projeto de lei que estabelece o auxílio ainda nesta quarta-feira — que ele já havia prometido sancionar na terça-feira, o que não se concretizou.
— No dia de hoje, anunciaremos também a sanção do projeto do auxílio emergencial, onde 54 milhões pessoas serão atingidas, a um custo de aproximadamente R$ 98 bilhões para o Tesouro, aquele auxílio de R$ 600 por três meses, podendo chegar a R$ 1.200 — disse Bolsonaro.
Guedes afirmou que o programa tem como objetivo proteger os brasileiros da "segunda onda" do coronavírus, que ele chamou de "desarticulação econômica".
— Nós separamos recursos de R$ 98 bilhões para atingir 54 milhões de brasileiros de forma que eles tenham recursos pelos próximos três meses para enfrentar essa primeira onda. Tem uma segunda onda vindo, que é essa desarticulação econômica que nos ameaça — disse Guedes.
Bolsonaro e Guedes anunciaram ainda a edição de três medidas provisórias, que já estavam previstas. De acordo com o presidente, elas serão editadas entre quarta-feira e quinta-feira.
Uma delas vai criar uma linha de financiamento para pequenas e médias empresas pagarem salários de funcionários por dois meses. O financiamento será de R$ 40 bilhões, dos quais R$ 34 bilhões são do Tesouro Nacional. Os R$ 6 bilhões restantes da linha serão financiamentos pelos bancos privados.
Outra MP vai permitir a redução dos salários dos empregados com complementação da renda por parte do governo. Ela terá um custo de R$ 51 bilhões.
— Também há a promessa de ajudar os brasileiros a manterem seus empregos. Vem R$ 51 bilhões do nosso programa trabalhista, que dá às empresas várias possibilidades. Podem reduzir jornada de trabalho que o governo cobre essa diferença de salário. Nós estamos pagando as empresas para manter os empregos — afirmou o ministro.
Uma outra medida provisória vai enviar R$ 16 bilhões para estados e municípios.
— É uma transferência para fundos de estados e municípios para reformar essa luta no front, onde o vírus está atacando — disse Guedes.
Ao todo, as medidas citadas nesta quarta-feira somam R$ 200 bilhões, disse o ministro:
— O total é de R$ 200 bilhões, 2,6% do PIB, para manutenção da saúde, a preservação de vidas e a manutenção do emprego.
Fonte: Extra Globo