Uma forte onda de calor atinge o Brasil na primeira quinzena de setembro, segundo alguns dos principais institutos de meteorologia do Brasil. A previsão é de que os termômetros registrem temperaturas máximas entre 40°C e 45°C em alguns Estados nesse período.

Isso poderia elevar a média da temperatura para a época e pode tornar este um dos meses de setembro mais quentes já registrados no país. Mas por que isso acontece?

A BBC News Brasil ouviu especialistas para entender se isso é algo atípico e quais fenômenos estão causando esse calor fora do comum.

Um incêndio atingiu uma área de mata próxima a uma fábrica de materiais escolares localizada na Avenida Rodrigues Alves, em Bauru (SP), na tarde desta quinta-feira (5).

Segundo apurado pela TV TEM, o incidente teve início nas proximidades da entrada do Núcleo Habitacional Otávio Rasi e se espalhou até próximo da indústria.

O Corpo de Bombeiros foi acionado e iniciou combate às chamas. Em apoio às equipes de resgate, os brigadistas da própria fábrica se ofereceram para auxiliar no controle do incêndio utilizando mangueiras e formando um cordão de isolamento com água.

A rede social BlueSky ganhou um milhão de novos usuários brasileiros nos últimos três dias, em meio ao impasse que culminou na suspensão do X (antigo Twitter) no Brasil na sexta-feira (30/8).

A plataforma informou, em nota à BBC News Brasil, que está com uma alta taxa de crescimento de novos usuários ao longo dos últimos dias.

"Brasil, você está estabelecendo novos recordes de atividade no Bluesky!", anunciou a plataforma na sexta.

A Bluesky (céu azul, em tradução direta) foi idealizada pelo mesmo criador do Twitter, Jack Dorsey, em 2019. Na época, era um projeto interno do Twitter, mas em 2021 se tornou uma plataforma independente.

Atualmente, a responsável pela empresa é a executiva Jay Graber e a "equipe Bluesky", segundo detalha o perfil oficial da rede.

A plataforma é semelhante ao antigo Twitter, porque permite que os usuários façam publicações curtas (até 300 caracteres). Na rede também é possível compartilhar, fotos, textos e republicar postagens de outros usuários.

Desde o seu lançamento, a Bluesky considerou o Brasil como um país importante para a rede.

Quando o X foi vendido para o bilionário Elon Musk, em outubro de 2022, muitos usuários começaram a deixar a plataforma e migrar para outras redes semelhantes, como a Bluesky.

Em abril, quando teve início o imbróglio entre Musk e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), cerca de 100 mil brasileiros criaram contas no Bluesky, segundo divulgado pela plataforma. Na época já era cogitada a suspensão do X no país, diante dos frequentes ataques de Musk a Moraes e as recusas em atender aos pedidos judiciais no país.

Mas o recorde de novos usuários brasileiros na Bluesky ocorreu entre sexta-feira e sábado (31/8), após Moraes determinar a suspensão do X no Brasil.

Na quarta-feira (28/8), o ministro havia intimado Musk a indicar um representante legal no Brasil no prazo de 24 horas. Caso não cumprisse, a rede social seria suspensa no país.

Na decisão de sexta, Moraes argumentou que a postura adotada por Musk na rede social incentiva discursos extremistas e antidemocráticos. Além disso, o bilionário estaria obstruindo a Justiça ao não seguir determinações como bloqueio de perfis na rede social e ao deixar de apontar um representante legal no país.

O ministro do STF determinou que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) bloqueasse o X em todo o Brasil. No sábado (31/08), usuários de internet no Brasil já não conseguiam acessar a rede. Moraes fixou um prazo de até cinco dias para que todos os envolvidos na operação, incluindo empresas de telefonia e servidores, cumpram com o bloqueio da plataforma.

Logo após a decisão, Musk reagiu em sua conta no X. Disse que “a liberdade de expressão é a base da democracia e um pseudo-juiz não eleito no Brasil está a destruindo para fins políticos”.

O Brasil é o sexto maior mercado do X no mundo, com 21,5 milhões de usuários, segundo a plataforma global de dados e estatísticas Statista. O país só fica atrás de EUA, Japão, Índia, Indonésia e Reino Unido.

Sem o X, usuários brasileiras buscaram novas plataformas que se assemelham à rede de Musk.

Políticos, como o presidente Lula, e outras autoridades anunciaram suas contas em duas novas plataformas: a Bluesky e o Threads, da Meta.

A primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, manter a suspensão do X no Brasil em votação realizada nesta segunda-feira (2/9).

A decisão foi tomada por plenário virtual — em que os ministros colocam suas decisões em um sistema eletrônico da Corte. O prazo final para decisão sobre a questão do X era 23h59 desta segunda-feira.

O bloqueio do X foi determinado por Moraes na sexta-feira (30/1) e implementado pela Anatel no dia seguinte. Jornais brasileiros noticiaram que a portas fechadas os ministros do STF pediram a Moraes que a decisão fosse colocada em votação na primeira turma.

O bloqueio do X desencadeou uma briga entre o X, do bilionário Elon Musk, e a Justiça brasileira.

Alexandre de Moraes determinou o bloqueio do X no Brasil — o que foi realizado pela Anatel e por provedores de internet no país no fim de semana.

A decisão de Moraes prevê multa diária de R$ 50 mil para quem usar um serviço VPN, que permite furar o bloqueio, para acessar o serviço.

O interior de São Paulo enfrenta um intenso período de estiagem, com condições de seca extrema e severa em mais da metade do estado de São Paulo, incluindo Itápolis. Nas regiões de Sorocaba, Jundiaí, Itapetininga, Bauru e São José do Rio Preto (SP), a situação não é diferente, mostram dados do Governo Federal (veja mapa acima).

De acordo com Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), responsável por gerenciar e direcionar ações para o enfrentamento de crises climáticas, essa é a maior seca já registrada no Brasil desde 1950 e afeta o país de forma geral, com exceção do Rio Grande do Sul.

A seca atinge 641 dos 645 municípios paulistas, quase todo o estado. Confira as condições enfrentadas em SP:

Seca severa: 272;
Seca moderada: 234;
Seca extrema: 82;
Seca fraca: 53.

Na região de Jundiaí, Jarinu enfrentava situação de seca severa.

Nove cidades do estado de São Paulo têm focos ativos de incêndio, segundo informou a Defesa Civil na manhã desta terça-feira (3).

Os focos estão localizados na região de Ribeirão Preto, Campinas, Bauru, Marília e no Vale do Paraíba.

Veja a lista abaixo:

Jardinópolis
Dois Córregos
Pedregulho
São Simão
Pompeia
Piracicaba
Monte Alegre do Sul
Altinopolis
Cunha

No domingo (1°), o governo anunciou o fechamento emergencial de 79 unidades de conservação e parques localizados na região metropolitana e interior do estado.

Um artista plástico de Assis, no interior de São Paulo, se destacou ao exibir pinturas onde ressignifica tanques de guerra em um museu de Hannut, uma pequena cidade da Bélgica palco de uma das maiores batalhas durante a Segunda Guerra Mundial.

Kleber Lopes trabalha principalmente com grafitagem e já participou de vários leilões e exposições fora do Brasil. Em março de 2024, quando expunha seus trabalho em Madrid, na Espanha, recebeu o convite para transformar uma antiga fazenda, na Bélgica, que funcionava como haras de cavalos, em um museu de street art, que mistura arte com gastronomia.

A fazenda está localizada em Hannut, uma cidade belga com pouco mais de 16 mil habitantes, que durante a Segunda Guerra Mundial foi o cenário de uma das maiores batalhas envolvendo tanques de guerra da época.

No alto de uma montanha, no árido Deserto do Atacama, no Chile, o Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) está construindo o maior telescópio óptico do mundo.

Eles não perderam muito tempo escolhendo um nome — será chamado Telescópio Extremamente Grande (ELT, na sigla em inglês).

Por outro lado, uma enorme energia foi investida no design e na construção do "maior olho do mundo no céu", que deve começar a coletar imagens em 2028 — e provavelmente vai ampliar nossa compreensão do Universo.

Nada disso seria possível sem alguns dos espelhos mais avançados já fabricados.

Elise Vernet, especialista em óptica adaptativa no ESO, está supervisionando o desenvolvimento dos cinco espelhos gigantes que vão captar e canalizar luz para o equipamento de medição do telescópio.

A região da Amazônia enfrenta uma crise ambiental histórica, com queimadas fora de controle, agravadas pela seca extrema que assola a região.

Em agosto, uma nuvem de fumaça encobriu vastas áreas do bioma e se espalhou por pelo menos 11 estados do país, alcançando milhares de quilômetros de distância, diz análise da WWF-Brasil.

Com base nos dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o estudo demonstra que somente até o dia 27 de agosto, foram registrados 28.697 focos de queimadas na Amazônia, um aumento alarmante de 83% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram identificados 15.710 focos.

Esse número também supera em 38% a média dos 10 anos anteriores, que vai de 2014 a 2023. Com isso, o total de queimadas em 2024 já alcançou 53.620 focos, um crescimento de 80% comparado a 2023, e o maior número registrado para o período desde 2010.

Uma nova onda de calor deve se intensificar nos próximos dias e elevar as temperaturas em boa parte do Centro-Sul do país. Há previsão de mais de 40ºC em parte do Centro-Oeste.

De acordo com a Climatempo, a partir da primeira semana de setembro, uma nova massa de ar quente e seco vai se estabelecer no Brasil, dando início ao fenômeno já na próxima segunda-feira, dia 2.

 Ainda segundo o serviço de meteorologia, os atuais modelos meteorológicos sugerem que essa onda de calor pode ser mais prolongada, com temperaturas elevadas até meados da segunda quinzena do próximo mês em algumas regiões do país.

"Quanto às temperaturas, o Centro-Oeste, especialmente o Mato Grosso, deve registrar mais de 40°C. Estados como Rondônia, Tocantins, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo também devem se aproximar dos 40°C", diz ao g1 Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo.

O estado de São Paulo entra em alerta para risco elevado de incêndios entre esta sexta-feira (30) e domingo (1º). O alerta foi divulgado na quinta-feira (29) pelo Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Defesa Civil Estadual.

 De acordo com o CGE, as temperaturas voltam a subir na sexta, com condições para baixa umidade relativa do ar. Neste cenário, as chances de queimadas aumentam.

O Mapa de Risco de Incêndio, que emite previsões para os próximos dias, aponta as regiões mais críticas com relação às altas temperaturas. De acordo com o Mapa, Andradina, Araçatuba, Bauru e Jaú, são cidades com risco elevado de incêndio, por conta das temperaturas que podem chegar a 35ºC. Nestas cidades, a umidade relativa do ar deve ficar abaixo dos 20%. O CGE ainda prevê ventos fortes que podem chegar aos 60km/h.

Berço de paisagens paradisíacas, as ilhas do Oceano Pacífico estão em risco. Elas podem ser completamente engolidas pelo avanço do mar, que vem subindo ano a ano, reflexo das mudanças climáticas.

➡️ Nesta terça-feira (27), a ONU disse que a crise local é uma "catastrofe mundial", e o g1 conversou com especialistas que explicam que isso é porque o que está acontecendo com elas é uma previsão do que pode acontecer com todo o mundo.

Eles são vítimas das emissões do mundo todo e são a previsão do futuro para nós. Se não conseguirmos reverter essa situação, o futuro das demais comunidades em litorais pelo mundo é também serem engolidas pelo avanço do mar.

— Regina Rodrigues, oceanógrafa e especialista em clima e membro do IPCC.

 Como isso está acontecendo?

Ilhas como Maldivas, Tuvalu, Ilhas Marshall, Nauru e Kiribati estão na lista dos lugares na Terra que podem desaparecer, reflexo da ação humana. Com muita natureza preservada e sem muitas indústrias, essa área é responsável por apenas 0,02% das emissões globais anuais de CO2, mas estão sendo vítimas das emissões do mundo todo.

A Organização das Nações Unidas (ONU) emitiu um alerta específico nesta terça-feira (27) para o Oceano Pacífico. O secretário-geral da ONU, António Guterres, divulgou um relatório - baseado em medições - que indica que o mar, em algumas localidades do Pacífico, subiu 15 centímetros nos últimos 30 anos.

O Brasil não é apontado especificamente neste relatório que trata das medições recentes, mas duas cidades do RJ foram lembradas em um outro documento da ONU que reuniu estimativas e análises diversas sobre o impacto do aumento do nível dos mares.

As cidades brasileiras aparecem listadas no documento divulgado na segunda-feira (26) com o título: "Surging Seas in a warming world: The latest science on present-day impacts and future projections of sea-level rise" (Mares em elevação em um mundo em aquecimento: a ciência mais recente sobre os impactos atuais e as projeções futuras da elevação do nível do mar, em tradução livre).

Em três dias, cinco pessoas foram presas no interior do estado de São Paulo suspeitas de participar de uma série de incêndios que devastaram, principalmente, as regiões de Ribeirão Preto (SP) e São José do Rio Preto (SP).

Em Batatais (SP), foram duas prisões entre domingo (25) e segunda-feira (26). Os criminosos têm, respectivamente, 42 e 27 anos, mas apenas um deles teve a identidade revelada. (veja mais abaixo)

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou no programa CBN São Paulo, da Rádio CBN, que um dos presos na região de Ribeirão Preto "se identificou como integrante da organização criminosa PCC" e que isso será investigado.

No sábado (24), um idoso de 76 anos foi detido em Rio Preto.

Nesta segunda-feira, um homem de 26 anos foi preso em flagrante na região rural de Guaraci (SP). O caso foi registrado na Delegacia Seccional de Barretos, mas o crime ocorreu na quarta-feira (21).

Uma análise feita pelo IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) sobre os focos de incêndio no estado de São Paulo nos últimos dias indica que eles começaram a gerar fumaça quase no mesmo horário.

Entre os dias 22 e 24 de agosto, o estado registrou 2,6 mil focos de calor, sendo que 81,29% estavam concentrados em áreas de uso agropecuário, como plantações de cana-de-açúcar e pastagens.

 A análise, divulgada nesta terça-feira (27), também mostra o aparecimento de colunas de fumaça no intervalo de 90 minutos, entre 10h30 e 12h da última sexta-feira (23).

A coincidência de horário é um dos pontos que faz especialistas suspeitarem de incêndios criminosos e coordenados. Até o começo da tarde desta terça-feira (27), cinco pessoas tinham sido presas por envolvimentos nos incêndios.

O estudo utiliza dados de satélites para identificar focos de calor, além de informações sobre uso da terra de 2023 fornecidas pela Rede MapBiomas, que inclui o IPAM. Também foram usadas imagens do satélite GOES para observar a fumaça e anomalias térmicas.

Uma onda de incêndios no interior de São Paulo deixou 48 cidades em estado de alerta para queimadas. Os fogos, que começaram na sexta-feira (23/8), já provocaram duas mortes.

O governador do Estado, Tarcísio de Freitas, decretou situação de emergência, por 180 dias nos municípios afetados. Segundo o governo estadual, 15.335 pessoas estão envolvidas nos trabalhos de combate às chamas e orientação à população. Um gabinete de crise e um posto avançado de emergência foi montado em Ribeirão Preto.

O governador disse à Globo que no momento não há mais nenhum foco de incêndio. Algumas rodovias que haviam sido bloqueadas pela fumaça já foram liberadas.

Autoridades estaduais e federais têm dito que suspeitam que os incêndios estão sendo provocados por criminosos. Foram abertos inquéritos para investigar as causas do incêndio, mas as autoridades não revelaram possíveis motivos. Três pessoas já foram presas.

A suspeita é que os incêndios aconteceram de forma simultânea em lugares distintos — o que só poderia ser provocado por uma ação organizada, segundo o governo.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse que o governo investiga se esses episódios são semelhantes ao "dia do fogo", quando incêndios florestais foram provocados por criminosos em agosto de 2019 nos municípios de Altamira e Novo Progresso, no Pará.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em postagem na plataforma X que se reuniu com o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, e com Marina Silva no domingo (27/8) e que ouviu de Agostinho que "não há, até agora, nenhum incêndio detectado por causas naturais".

"Significa que tem gente colocando fogo de maneira ilegal, uma vez que todos os Estados do país já estão avisados e proibiram uso de fogo de manejo. Já são cerca de 3 mil brigadistas em todo o Brasil trabalhando para combater os focos de fogo. A Polícia Federal vai investigar e o governo vai trabalhar com os estados no combate aos incêndios", disse Lula no X.

A ministra Marina Silva também disse que suspeita que os incêndios possam ser criminosos.

"Tem uma situação atípica. Você começa a ter em uma semana, praticamente em dois dias, vários municípios queimando ao mesmo tempo. Isso não faz parte da nossa curva de experiência na nossa trajetória de tantos anos de abordagem do fogo", disse a ministra.

"Em São Paulo não é natural, em hipótese alguma, que, em poucos dias, você tenha tantas frentes de incêndio envolvendo concomitantemente vários municípios. Mas obviamente isso aí são as investigações que vão dizer."

A Polícia Federal abriu dois inquéritos para investigar os incêndios no interior de São Paulo.

O governo do Estado de São Paulo também anunciou que a Polícia Civil está mobilizada para investigar todas as ocorrências de incêndio criminoso no estado, especialmente as que ocorrem nas regiões afetadas pelas queimadas.

A polícia de São Paulo prendeu três pessoas. Na manhã de domingo, um homem de 42 anos foi denunciado por moradores após atear fogo em uma área de mata em Batatais, na região de Franca.

Segundo nota do governo do Estado, a Polícia Militar chegou ao local quando as chamas já estavam alastradas e capturaram o criminoso, que havia tentado fugir. O homem tem passagens na polícia por roubo, furto, homicídio e posse de droga.

Já em São José do Rio Preto, um idoso de 76 anos foi detido após atear fogo em lixo, em uma área de mata na manhã de sábado.
A polícia também investiga outro caso no mesmo município, em que imagens de redes sociais mostram um motociclista que teria ateado fogo em uma área de mata.

Uma terceira prisão, na cidade de Porto Ferreira, foi anunciada pelo governador Tarcísio de Freitas em entrevista para a Globo.

"São pessoas que portavam gasolina e estavam realmente ateando fogo de forma criminosa", explicou.

O Governo de São Paulo emitiu um alerta para riscos de queimadas para a região de Araraquara e outras 16 áreas do Estado. Isso ocorre devido ao aumento das temperaturas e aos baixos níveis de umidade do ar - que está abaixo de 20% em todas as regiões paulistas, com exceção do Litoral. Esse mesmo nível pode ser encontrado em regiões de deserto.

O alerta para queimadas partiu do Centro de Gerenciamento de Emergências da Defesa Civil do Estado (CGE) e foi direcionado para o celular de moradores paulistas cadastrados no SMS 4019. Essa é uma forma de comunicação da Defesa Civil para divulgar sobre riscos, desastres e emergências. No texto foi informado que há alto perigo de incêndios florestais e adverte sobre a prática criminosa de atear fogo no mato.

Um incêndio atingiu uma plantação de cana-de-açúcar na tarde desta quarta-feira (21) em Ibitinga. O fogo teve início por volta das 17h e o combate às chamas foi finalizado por volta das 20h.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, o canavial tem aproximadamente 300.000 m² de extensão, com residências rurais nas proximidades da plantação, desse total cerca de 50.000 m² foram atingidos.

Dois dias depois do lançamento de seu décimo-quinto disco, A Panela do Diabo, Raul Seixas foi encontrado morto sobre sua cama, por volta das 8h da manhã, em seu apartamento em São Paulo.

Era 21 de agosto de 1989 e o músico, um dos maiores da história do Brasil, tinha apenas 44 anos. Alcoólatra e diabético, não havia tomado insulina na véspera. Oficialmente, morreu de parada cardíaca após uma pancreatite fulminante.

Com músicas como Capinteiro do Universo e Pastor João e a Igreja Invisível, o disco vendeu 150 mil cópias e rendeu ao artista um póstumo disco de ouro.

Debilitado, Raul Seixas estava longe do auge experimentado na década anterior — mas já havia conquistado seu lugar na música.

Trinta e cinco anos depois, suas composições ainda embalam festas e rodinhas de violão, fazem a cabeça de jovens e o "toca Raul" virou um sonoro pedido com contornos de meme.

Para especialistas no cancioneiro seixeano, a eternidade do artista é decorrente da capacidade poética que ele tinha de se fazer entendido por todo tipo de pessoa, trafegando por gêneros, estilos e temas.

“Raul tinha uma proximidade legítima com as ruas, com o povo, com as aflições brasileiras”, analisa o jornalista e crítico musical Jotabê Medeiros, autor da biografia Raul Seixas: Não Diga Que a Canção Está Perdida.

"Isso dotou sua música de uma característica de diagnóstico das mazelas nacionais, assim como carregou para as letras uma linguagem que é imediatamente compreendida por todo o espectro da população, seja por garis, playboys, hippies, sambistas, dodecafonistas, cirurgiões do [hospital Albert] Einstein e seguranças de inferninho."

Para Medeiros, estas condições se tornaram o "passaporte para a eternidade" do músico.

"Combinar o rock de Elvis com o baião foi a fórmula certa para ele chamar a atenção do público e da mídia", comenta o escritor e tradutor Vitor Cei, professor de literatura na Universidade Federal do Espírito Santo e autor do livro Novo Aeon: Raul Seixas no Torvelinho do Seu Tempo.

"Esse sincretismo, que não é exclusividade dele, pois já existia no Tropicalismo, é um legado estético. O legado ético de Raul Seixas para as gerações futuras foi registrado por ele na canção-testamento Geração da Luz [de 1984], escrita em parceria com Kika Seixas [que foi sua quarta companheira, com quem esteve junto de 1979 a 1984]: 'Meu testamento deixo minha lucidez/ Vocês vão ter um mundo bem melhor que o meu!'.

"A obra de Raul Seixas permanece importante por sua força imaginativa, utópica, por sua expressão e percepção das possibilidades que permeiam a vida contemporânea", completa Cei.

Autor de, entre outros livros, 'História da Música Popular Brasileira Sem Preconceitos', o jornalista, escritor e historiador da música Rodrigo Faour define Raul Seixas como "um de nossos roqueiros mais interessantes e originais".

"Ele foi, mesmo sem querer sê-lo com esse rótulo, um roqueiro 'tropicalista'. Porém menos conceitual e mais popular do que Os Mutantes e aquela turma. Tropicalista porque misturou brega e chique, rock com baião, xaxado, embolada, bolero, twist, sons de terreiros e outras levadas", contextualiza.

"Às vezes foi paródico, além de costurar letras bastante ousadas e vanguardistas. A diferença é que o fez com uma linguagem musical e poética menos rebuscada e mais popular, mesmo que com alguns experimentalismos e fusões, com mensagens diretas e bem humoradas."

Para o músico, compositor e diretor de arte Bruno Leo Ribeiro, do podcast Silêncio no Estúdio, a genialidade de Raul está materializada no fato de que "qualquer disco" dele "parece uma coletânea", de tantos hits.

"São músicas simples, com melodias memoráveis e letras que são o puro suco da brasilidade. Acho que soma tudo isso com um certo ar misterioso. De um artista que, infelizmente, não está mais por aqui há muito tempo. E ele passa esse carisma leve e divertido que muita gente busca na música."

"Misturar rock com blues, folk, country e ritmos nordestinos foi uma grande sacada. Ele sabia que precisa se diferenciar. Não bastava pra ele só pegar as referências dos […] Estados Unidos, ele queria mais. Por isso ele foi um inovador", completa Ribeiro.

Biografia

Raul Santos Seixas nasceu em 28 de junho de 1945 em uma família de classe média de Salvador. Seu pai era engenheiro e a mãe, dona de casa. Na adolescência, era um mau aluno, mesclando sofrível desempenho escolar com queixas por comportamento.

Aos 11 anos, por exemplo, fundou com os amigos um grupinho batizado de Club dos Cigarros. Era comum que ele matasse aulas para ficar ouvindo rock em uma loja de discos que frequentava na cidade.

Em 1959, com um amigo, criou uma gangue chamada Elvis Rock Club. O grupo fazia arruaças pela cidade, quebrando vidros de casas e arrumando encrencas. O visual dos membros incluía um topete à Elvis Presley (1935-1977) e mascar chicletes era um hábito constante.

A rebeldia escolar não se refletia na ojeriza à leitura. Ao contrário, a vasta biblioteca mantida por seu pai era uma válvula de escape. O garoto crescia e sonhava um dia ser um escritor, mirando no sucesso do também baiano Jorge Amado (1912-2001).

Mas a música acabou falando mais alto. Se na hora de ouvir ele era eclético — era difícil o dia que não escutasse o baião de Luiz Gonzaga (1912-1989), por exemplo —, sua inspiração era o rock americano.

Caprichava no rebolado e gastava o inglês em tentativas de imitação. Até que em 1963 fundou com amigos a banda Relâmpagos do Rock, depois rebatizada como The Panthers.

"Raul era nordestino. Tinha a formação musical do Nordeste, ouviu Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga e Cego Aderaldo nas feiras e nas ruas. Mas tinha também uma vontade feladaputa de ser americano, como cantou Caetano", comenta o biógrafo Medeiros. "Sabia que não havia impedimento em ser as duas coisas."

Na canção ‘Rock ’n’ Roll’, ele cantaria que "há muito tempo atrás, na velha Bahia/ eu imitava Little Richard e me contorcia/ as pessoas se afastavam pensando/ que eu tava tendo um ataque de epilepsia".

"Acredito que ele foi o mais bem-sucedido em sua transposição do rock preto norte-americano para o ‘sertão’ urbano das metrópoles brasileiras", acrescenta o jornalista. "Ele descobriu que só faria isso se tivesse autoridade, se vestisse essa personalidade. E assim foi."

Em 1968 saiu o único disco dessa formação inicial, chamado Raulzito e os Panteras. O LP foi um fracasso e, já morando no Rio e precisando se manter, Raul Seixas passou a trabalhar como produtor musical na gravadora CBS Discos.

Mais próximo do universo musical, ele passou a ser conhecido por colegas. Teve canções gravadas por ídolos da Jovem Guarda, como Jerry Adriani, Odair José e Renato e Seus Blues Caps.

"Muito se fala das suas músicas e discos, mas o Raul foi um grande produtor. Ele fez parte e ajudou discos de artistas como Jerry Adriani, Leno e Lílian, Zé Roberto, Renato e Seus Blue Caps, Balthazar, Diana e muitos outros", pontua Ribeiro.

"Muitos falam em tom de deboche que ele copiava trechos de músicas, mas todo mundo faz isso. Só que ele não deixava isso em segredo. Ele foi um dos roqueiros que mais souberam a arte de copiar como um artista."

Em 1971, engrenaria em outro projeto autoral — mal-sucedido —, em parceria com o músico e amigo Sérgio Sampaio (1947-1994): o caótico disco Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10, um misto de Frank Zappa (1940-1993) com o cultuado Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, dos Beatles.

Sua sorte começa a mudar a partir de 1972. Nesse ano, ele participou do Festival Internacional da Canção, chegando à final. O sucesso lhe rendeu um contrato com a gravadora Philips. No ano seguinte, ele lançaria seu primeiro disco com boa repercussão e vendagem: Krig-ha, Bandolo!, com hits como Ouro de Tolo, Metamorfose Ambulante, Mosca na Sopa e Al Capone.

Nessa mesma época ele começou a se interessar por ufologia e ficou amigo do escritor Paulo Coelho, que se tornaria seu mais importante parceiro. Ambos fundariam em 1974 a Sociedade Alternativa, baseada nos preceitos do ocultista britânico Aleister Crowley (1875-1947).

Cei conta que, encantado desde a infância por essa fase de Raul Seixas, ele decidiu "estudar filosofia e cursar uma graduação na área". "Nas aulas de Filosofia da Ciência, quando estudamos o período em que a ciência passou a dividir seu espaço com práticas esotéricas, como magia, tarô e astrologia, percebi que coincidia com a época e a proposta de Aleister Crowley, o autor que mais influenciou Raul", diz.

Esse foi o mote de seu mestrado, defendido em 2009, que se tornaria livro depois lançado por ele: uma pesquisa cruzando as letras das músicas de Raul com a obra de Crowley, contextualizando na história, na filosofia e na teoria literária.

Voltando a Raul, os princípios dessa estranha filosofia passaram a nortear o dia a dia do músico, com mensagens nas letras, em seus shows e o divulgado plano de comprar um terreno em Minas Gerais para construir a sede de uma pretensa comunidade de adeptos.

Mas eram tempos de ditadura no Brasil. Tais mensagens passaram a chamar a atenção da censura. Raul Seixas e Paulo Coelho foram presos e torturados pelo Departamento de Ordem Política e Social (Dops). Eles acabaram se exilando nos Estados Unidos.

Voltaram ao país ainda em 1974, no embalo do sucesso do LP Gita que, com 600 mil unidades vendidas, foi o maior sucesso comercial de sua carreira. Nos anos seguintes sairiam os discos Novo Aeon e o Há Dez Mil Anos Atrás — com isso, encerraram-se tanto o contrato dele com a Phillips como a parceria com Coelho.

O fim da década de 1970 coincide com a decadência musical e física de Raul, cada vez mais afundado no alcoolismo. Ele chegou a perder um terço do pâncreas e suas crises com a bebida se tornaram cada vez mais recorrentes.

O quadro se agravou ainda mais com o diagnóstico da depressão e o envolvimento com outras drogas. Até o fim da vida, o músico alternaria altos e baixos.

"Raul Seixas conhecia bem a indústria fonográfica e a indústria cultural como um todo, consciente da necessidade de apropriação desse instrumento para expressar a sua mensagem de uma Sociedade Alternativa. No meu livro, eu argumento que a fama levou ao fascínio, convertendo o Raul em guru da Sociedade Alternativa, profeta, messias, redentor e quase fundador de uma nova religião, o raulseixismo", comenta Cei.

"Tal como os santos-mártires, seu sofrimento nos últimos anos de vida e sua morte repentina geraram a idolatria póstuma. Nesse sentido, os fãs de Raul tornaram-se órfãos de utopia. Foi-se o messias, horizonte desde onde se articulavam os ideais que prometiam uma Sociedade Alternativa."

Legado
Trinta e cinco anos depois, a música de Raul segue viva. Ele deixou sua marca.

"Raul criou a música conceitual, híbrida de gêneros, nacional e planetária ao mesmo tempo, dessacralizadora e contestadora em amplitude filosófica, existencial. E não só para si, mas para toda a sua geração", avalia Medeiros.

"É curioso notar que, hoje, tantos anos depois, ainda tem gente que não compreende Raul em sua dimensão libertária, emancipadora", acrescenta o biógrafo.

"Tem muito fã de Raul reacionário, burro, de extrema direita, furibundo. É uma contradição bizarra. Mais ou menos como gente que lê a Bíblia e acredita que ela lhe confere autoridade para ser opressor, egoísta, careta e covarde. Um fenômeno típico dos nossos dias: cada um compreende as coisas conforme elas lhe convém, não conforme as coisas são.; diz Medeiros"

BBC

O quanto você consegue "esticar" e usar toda a amplitude de movimentos das articulações, dos tendões e dos músculos de todo corpo?

A resposta a essa pergunta pode trazer indícios de quantos anos você vai viver.

Essa é uma das principais conclusões de uma pesquisa realizada no Brasil que foi publicada nesta quarta-feira (21/8) no periódico acadêmico Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports.

O trabalho, realizado na Clínica de Medicina do Exercício (Clinimex), no Rio de Janeiro, em parceria com instituições de Reino Unido, Estados Unidos, Finlândia e Austrália, reuniu dados de 3.139 homens e mulheres com idades entre 46 a 65 anos.

Todos passaram por avaliações de flexibilidade. Após um acompanhamento médio de 12 anos, 302 participantes do estudo haviam morrido.

Após uma série de ajustes estatísticos — e a exclusão dos óbitos por covid-19 ou causas externas, como episódios de violência e acidentes — os autores concluíram que a flexibilidade está "inversamente associada" à mortalidade.

Em outras palavras, os participantes com uma baixa flexibilidade corporal, de acordo com um teste realizado em consultório, tendem a morrer mais cedo em comparação com aqueles que apresentam uma boa amplitude de movimentos.

Segundo os dados compilados no estudo, homens e mulheres com baixos índices de flexibilidade tinham 1,87 e 4,78 vezes mais risco de morrer, respectivamente, quando comparados aos participantes que obtiveram bons resultados nessa avaliação.

Mas o que realmente significa ser flexível? E é preciso prestar mais essa atenção neste aspecto durante a atividade física?

O médico Claudio Gil Araújo, autor principal da pesquisa recém-publicada e diretor da Clinimex, explica que a flexibilidade "é uma das pouquíssimas variáveis que a gente começa a perder logo depois de nascer".

"Uma criança de 2 anos chega praticamente ao pico de flexibilidade. Depois, a tendência é só piorar", compara ele.

A situação do céu tem sido assunto em diferentes cidades brasileiras nos últimos dias.

Mas seja em Porto Alegre, a capital mais ao sul do país, ou em Manaus, no norte, a causa do fenômeno é a mesma: queimadas em regiões da Amazônia ou do Pantanal no Brasil e em países vizinhos.

Além do Pantanal, a Amazônia tem batido recorde de queimadas neste ano.

No último dia 13 de agosto, a FioCruz Amazônia chegou a recomendar o uso de máscaras com sistema de filtragem especial (N95 ou PFF2) no "período crítico de exposição à fumaça" em Manaus.

"O que mais preocupa este ano em relação aos anteriores é que não se sabe, ao certo, se o que está acontecendo é simplesmente uma antecipação do período crítico ou se, realmente, este ano, teremos um período mais longo de exposição à fumaça tóxica, já que o pico da poluição em 2023 foi em outubro. Seria algo inusitado e extremamente preocupante, pois estenderia o sofrimento da população e traria consequências muito piores", disse o epidemiologista Jesem Orellana, da FioCruz, no anúncio da recomendação.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, descartou a possibilidade de pandemia por Mpox, no Brasil, neste momento. A declaração foi dada em entrevista ao Live CNN, nesta quarta-feira (21).

A afirmação da ministra veio após o questionamento da analista de política da CNN, Basília Rodrigues, que perguntou a ministra se a Mpox poderia ser comparada com a Covid-19.

“Trata-se de alerta e é muito importante frisar isso, mas não de uma situação que devemos ter alarme, no sentido de uma pandemia”, ponderou a ministra.

Um incêndio florestal atingiu Tabatinga (SP), na tarde desta terça-feira (20). De acordo com o Corpo de Bombeiros, o fogo se iniciou por volta das 15h e seguiu até a noite nas margens do rio Itaquerê.

De acordo com o sargento Célio Sousa, que atendeu a ocorrência, equipes das usinas localizadas na região auxiliaram na contenção das chamas e a prefeitura enviou caminhões-pipa para o local.

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