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A prefeitura de Eldorado do Sul, na região metropolitana de Porto Alegre, decidiu evacuar o município após a enchente histórica atingir 100% da área urbana da cidade.

 Em entrevista à CNN, o prefeito Ernani de Freitas (PDT) afirmou que o município de cerca de 40 mil habitantes enfrenta desabastecimento de água, luz, alimentação e sinal telefônico, cenário que inviabiliza a permanência da população na cidade.

“É uma situação de horror. Não há uma casa que não foi tomada pela água. Não temos um comércio em condições de abrir as portas. Vamos ter que começar do zero, inclusive eu”, contou o chefe do executivo, que também teve sua casa inundada pela cheia do Rio Guaíba.

"O comportamento das chuvas mudou. Eu tenho feito um levantamento e já percebi que de 2013 pra frente nós temos um acumulado de precipitação [chuvas] no mês de mais de 300 mm. A minha pergunta é: o que nós, por exemplo, na Defesa Civil, temos programado para prever essas possibilidades? Em algum momento, vamos começar a ver [inundações] em áreas em que a água não chegava com tanta frequência e vamos lembrar disso que estamos falando aqui."

O alerta acima, feito em junho de 2022 durante uma audiência pública na Câmara Municipal de Pelotas (RS) e apontado em vídeos nas redes sociais como "profecia" à luz das inundações que já deixaram pelo menos 90 mortos no Rio Grande do Sul, é do ecólogo Marcelo Dutra da Silva, doutor em ciências e professor de Ecologia na Universidade Federal do Rio Grande (FURG).

Na ocasião, durante um debate sobre mudanças climáticas, o pesquisador chamava atenção para o fato de que muitas cidades gaúchas estavam totalmente despreparadas para chuvas extremas: não sabiam quais eram suas áreas de risco, quais regiões eram vulneráveis a inundações, ou quem seriam os primeiros moradores do Estado a serem atingidos pelas águas.

"Não podemos impedir que o evento climático ocorra, nem os próximos, porque eles vão acontecer. Mas dá para sermos mais resilientes a isso? Dá. Talvez se nós já tivéssemos afastado as pessoas das áreas de maior risco. É possível saber onde o evento se torna mais grave primeiro", pondera, acrescentando que um planejamento ambiental teria tornado possível, por exemplo, retirar moradores das áreas mais vulneráveis com antecedência.

Diante das cheias devastadoras que atingem o Rio Grande do Sul menos de seis meses após enchentes que destruíram parte da serra gaúcha em novembro do ano passado, o pesquisador defende que, desta vez, a resposta do poder público precisa mudar radicalmente.

"Não adianta querer reconstruir tudo o que foi destruído nesse evento de agora tentando fazer como era antes. Isso já não dá mais".

A reconstrução do Rio Grande do Sul, diz o acadêmico, precisará ser planejada considerando quais as áreas mais seguras e resistentes às variações climáticas extremas, que vieram para ficar.

"Cidades inteiras vão ter que mudar de lugar. É preciso afastar as infraestruturas urbanas desses ambientes de maior risco, que são as áreas mais baixas, planas e úmidas, as áreas de encostas, as margens de rios e as cidades que estão dentro de vales", diz.

Tais mudanças envolverão o que ele chama de "desedificar": remover as estruturas das cidades que estão em áreas de risco e recomeçar em regiões mais seguras.

"Precisamos devolver para a natureza esses espaços que estão mais sensíveis ao alagamento", diz.

Grande parte do despreparo das cidades para a nova realidade climática se dá porque elas crescem sem considerar a geografia do Estado e seus níveis de vulnerabilidade diante das previsões climáticas, bem como a preservação da natureza.

"Os municípios gaúchos vêm enfrentando um forte crescimento urbano sobre áreas úmidas remanescentes", explica.

Não se trata apenas de retirar a população que mora em áreas de encostas, mas todas as regiões sensíveis a situações de alagamento e deslizamento.

Em geral, as áreas mais valorizadas pelo setor imobiliário para grandes empreendimentos e pela própria população são justamente as mais vulneráveis a inundações: próximas a margens de rios e lagos, ou em áreas planas, baixas e úmidas.

Além de menos resilientes, as áreas úmidas têm papel importante na prevenção de enchentes, já que deveriam servir como "esponja" em períodos de chuvas fortes, explica o pesquisador.

"Essas áreas são importantes porque tem o que chamamos de efeito esponja: esse serviço dado pela natureza é justamente para que quando há uma grande carga d’água ela vá para lá, e as zonas mais altas fiquem seguras", diz.

Do ponto de vista do risco ambiental, as decisões de expansão urbana têm ido na contramão da segurança, diz o ecólogo.

"Estamos fazendo o contrário do que deveríamos: estamos indo para dentro de onde não deveríamos ir, nos expondo ao risco, criando situações que colocam vidas em perigo, e prejuízos recorrentes."

As chuvas intensas que atingem o Rio Grande do Sul nos últimos dias deixam um rastro de destruição e mortes.

Segundo o último boletim divulgado pela Defesa Civil do Estado, o evento extremo já causou 83 óbitos e deixou 129 mil desalojados.

O próprio governo gaúcho classifica a situação como "a maior catástrofe climática do Rio Grande do Sul".

Mas qual a dimensão da tragédia? Como o volume das chuvas e a extensão das enchentes se comparam às médias históricas? E quais as regiões mais afetadas até o momento?

Na Península Yucatán, no México, próximo ao Sistema Mesoamericano de Barreira de Corais e rodeado pelas águas do Caribe, está o maior buraco azul do mundo, o Taam-Ja’.

Mesmo sem chegar ao ponto mais fundo do buraco, cientistas conseguiram medir mais de 420 metros de profundidade, o que equivale à altura de 11 Cristos Redentores um em cima do outro.

Buracos azuis são espécies de buracos subaquáticos, similares aos buracos em terra. O estudo feito por pesquisadores do México traz a possibilidade do local ter uma rede oculta subterrânea que liga a água do Taam-Ja’ com a de outros corpos d’água.

No início deste ano, Ai Qing* foi acordada no meio da noite por gritos de protesto do lado de fora de seu dormitório no norte da Argentina.

Ela espiou pela janela e viu trabalhadores argentinos cercando o complexo onde fica o prédio de seu dormitório — eles bloquearam a entrada com pneus em chamas.

"Estava ficando assustador porque eu podia ver o céu sendo iluminado pelo fogo. Virou um motim", relembra Ai, que trabalha para uma empresa chinesa que extrai lítio de planícies de sal na Cordilheira dos Andes, para uso em baterias.

O protesto, desencadeado pela demissão de vários funcionários argentinos, é apenas um entre um número cada vez maior de casos de atrito entre empresas chinesas e comunidades locais, à medida que a China — que já domina o processamento de minerais vitais para a economia verde — expande sua participação na mineração deles.

Há apenas 10 anos, uma empresa chinesa comprou a primeira participação do país em um projeto de extração dentro do chamado “triângulo do lítio” — formado por Argentina, Bolívia e Chile, que juntos detêm a maior parte das reservas mundiais de lítio.

Reuniões de pessoas no norte e centro de Gaza na quarta-feira (1º) expressaram gratidão aos estudantes nos campi universitários dos Estados Unidos que protestam contra a guerra em Gaza.

Em Deir al-Balah, em frente ao hospital dos Mártires de Al Aqsa, médicos, enfermeiros e funcionários seguravam cartazes com mensagens que diziam “Unidos contra o genocídio”, “A matança de crianças deve parar” e “Luta contínua pela justiça”.

A pequena ilha grega de Icaria, no leste do mar Egeu, é considerada uma das cinco "Zonas Azuis" — os locais do mundo onde as pessoas vivem por mais tempo e de forma mais saudável.

A população da ilha apresenta índices menores de doenças crônicas do que a maioria dos outros lugares do planeta. E seus mais de 8 mil moradores permanentes possuem uma das maiores expectativas de vida do mundo – um terço dos icarianos vive mais de 90 anos.

Acredita-se que fatores como fortes laços sociais e familiares, exercícios integrados à vida diária e sonecas frequentes expliquem por que essas pessoas costumam se tornar centenários.

Mas outro fator importante é a sua alimentação.

Da mesma forma que a dieta mediterrânea, a dieta icariana inclui gorduras saudáveis, muitas fibras e alimentos integrais, ricos em nutrientes.

Choveu o equivalente a um ano em Dubai e imensas inundações repentinas foram desencadeadas na terça-feira (16), à medida que as ruas se transformavam em rios e a água corrente inundava casas e empresas.

 Um vídeo chocante mostrou a pista do Aeroporto Internacional de Dubai – recentemente coroado o segundo aeroporto mais movimentado do mundo – submersa enquanto enormes aeronaves tentavam navegar pelas águas da enchente.

Os grandes jatos pareciam barcos se movendo pelo aeroporto inundado enquanto a água espirrava em seu rastro e formando ondas nas áreas de águas profundas.

Com o primeiro frio mais intenso de 2024, ao menos oito capitais devem registrar a menor temperatura do ano nos próximos dias. De acordo com a Climatempo, os efeitos da frente fria devem começar a ser sentidos a partir desta quarta-feira (17) no Sul e vai se estender para o Sudeste e Centro-Oeste ao longo da semana.

Mesmo com a expectativa de frio moderado, a massa de ar mais gelado deve gerar recorde de baixas temperaturas para o ano nas seguintes capitais:

* Porto Alegre
* Florianópolis
* Curitiba
* São Paulo
* Rio de Janeiro
* Belo Horizonte
* Vitória
* Campo Grande

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em Curitiba, por exemplo, os termômetros devem registrar mínimas de 10°C. Nos últimos dias, as mínimas vinham ficando na casa dos 17°C.

Iacanga, a 375 quilômetros da capital paulista, completa 99 anos nesta segunda-feira (15) e já foi palco do Festival Águas Claras, um dos principais eventos da música brasileira, conhecido por muitos como "Woodstock brasileiro".

O evento, que contou com quatro edições, teve sua primeira versão em 1975, em meio à ditadura militar no Brasil. Com fortes tendências ao rock e à contracultura, o festival nasceu por acaso e organicamente.

Tudo começou quando Antonio Checchin Junior, o Leivinha, decidiu encenar ao ar livre uma peça teatral que havia escrito. O local escolhido foi a Fazenda Santa Virgínia, propriedade da família, em Iacanga, cidade que hoje tem cerca de 11 mil habitantes.