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O preço do café continua subindo. O grão moído teve uma alta de quase 50,35% no acumulado dos 12 meses até janeiro, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta terça-feira (11). Na variação mensal, a bebida ficou 8,56% mais cara em relação a dezembro de 2024.

No geral, a inflação de alimentos teve uma leve desaceleração na passagem de dezembro para janeiro, de 1,18% para 0,96%, influenciada pela queda dos preços da batata-inglesa (-9,12%) e do leite (-1,53%), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Por outro lado, cenoura (+36,14%) e tomate (+20,27%) foram destaques de alta na inflação do mês ao lado do café moído.

O custo do grão deve continuar subindo ao consumidor: nos próximos 2 meses, o valor pode se elevar mais 25% nos supermercados, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).

Até dezembro, um pacote do café tradicional de 1 kg podia ser comprado por R$ 48,90.

Café da padaria X café do mercado

A alta do preço do café no Brasil tem sido mais forte nos pacotes vendidos nos supermercados do que na bebida servida em bares e restaurantes. O preço do cafezinho servido fora de casa teve uma alta de 2,71% em janeiro, abaixo do aumento do café moído.

Nos últimos 12 meses, a inflação do cafezinho foi de 10,49%, também abaixo da alta registrada no pacote do mercado.

"O setor tem segurado a inflação de forma geral e no caso do café não é diferente, mas há uma dificuldade crescente em função das altas seguidas no preço do insumo“, afirma José Eduardo Camargo, líder de conteúdo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).

"Nos bares e restaurantes, há uma enorme variação nos tipos de café oferecidos, desde o coado até os de cápsula e os cafés especiais, então há muita diferença de preços. Os empresários procuram as melhores oportunidades de compra para segurar o preço e não perder clientes”, explica.

O que vai acontecer com o café moído?
Segundo Pavel Cardoso, presidente da Abic, o preço deve subir porque a indústria ainda não repassou ao consumidor toda o custo da compra de café, que encareceu 116,7% em 2024, em relação a 2023. A expectativa da associação é de que no segundo semestre o preço possa melhorar.

 Confira abaixo alguns fatores que prejudicaram a produção e elevaram os preços do café, segundo os entrevistados pelo g1.

☕Calor e seca: no ano passado, o clima gerou um estresse na planta, que, para sobreviver, teve que abortar os frutos, ou seja, impedir o seu desenvolvimento. Mas problemas, como geadas e ondas de calor, vêm acontecendo há 4 anos. No período, a indústria teve um aumento de custos de 224% com matéria-prima e, para os consumidores, o café ficou 110% mais caro.
☕Maior custo de logística: as guerras no Oriente Médio encareceram o embarque do café nas vendas internacionais, elevando também o preço dos contêineres, principal meio para a exportação.
☕Aumento do consumo: o café é a segunda bebida mais consumida no Brasil e no mundo, atrás apenas da água. Os produtores brasileiros têm aberto espaço em novos mercados internacionais, o que influencia na oferta da bebida internamente.
A China, por exemplo, se tornou um novo mercado para o café brasileiro. Desde 2023, o país saiu de 20ª para a 6ª posição no ranking dos principais importadores de café do Brasil, que é o maior produtor e exportador mundial do grão.

Calor e seca
O primeiro semestre de 2024 teve períodos longos de altas temperaturas e secas nas regiões produtoras, como Minas Gerais e São Paulo. O clima acabou debilitando o pé de café. Para sobreviver e economizar energia, a planta precisou perder muitas folhas, explica Cesar Castro Alves, gerente da Consultoria Agro no Itaú BBA.

Apesar de ter chovido durante a florada, período fundamental para o desenvolvimento do grão, as árvores ainda precisaram abortar os frutos.

"Era para estar uma condição muito mais saudável, para que a planta tivesse uma boa produção. Provavelmente, as plantas vão gastar energia, agora, fazendo folha, formando galhos, sendo que era o momento de ela cuidar dos grãos", diz Renato Garcia Ribeiro, pesquisador especializado em café do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Atualmente, o grão está sendo formado no pé, para a colheita a partir de abril.

Segundo Alves, consultor do Itaú, mesmo as áreas irrigadas foram prejudicadas.

"Os produtores estão até 'esqueletando' as lavouras, fazendo podas drásticas. Ele conclui que não vale a pena colher 10 sacas; não compensa. Então, ele anula essa produção do ano que vem e não tem o gasto com colheita", diz.

A técnica de 'esqueletar' permite que a planta se recupere para que tenha uma melhor safra no ano seguinte.

 A falta de água é considerada o pior dano para a lavoura, segundo Celírio Inácio da Silva, diretor executivo da Abic.

A implantação da agricultura biodinâmica é uma prática que prioriza a produção sustentável e o respeito com a natureza. Em dez hectares de terras, Marcelo Costa cultiva mais de 80 variedades de hortaliças e legumes, e aplica a técnica com substratos e fertilizantes naturais, como estercos, galhos secos e folhagens.

Segundo Marcelo, o cuidado com o solo e as sementes é essencial para garantir alimentos saudáveis e de alta qualidade. Além disso, ele usa a irrigação manual e o uso do calendário lunar, reforçando a conexão entre o cultivo e os ciclos naturais.

No município de Torrinha (SP), outro exemplo é da agricultora Ana Maria Baratto, produtora de abacate. Ela tem uma plantação de mais de 500 pés da fruta, que é manejada com o sistema de agricultura biodinâmica. Ela relata que a prática regenerativa não só melhorou a qualidade do solo, mas também agregou valor nutritivo e comercial aos frutos.

Os incêndios que se alastraram pelo interior de São Paulo, cobrindo o céu de muitas cidades e causando pânico e evacuações, chamou atenção para o uso do fogo nas chamadas queimas controladas da agricultura.

A situação é bastante comum no cultivo de cana-de-açúcar — os recentes incêndios atingiram principalmente os canaviais, queimando 100 mil hectares de lavouras e causando um prejuízo milionário aos produtores.

Os questionamentos se intensificaram quando um vídeo que mostra essa prática viralizou nas redes sociais.

Nas imagens, funcionários de uma usina colocam fogo em uma plantação de cana.

Até o dia 8 de setembro, 6,2 mil focos de incêndio foram registrados no Estado de São Paulo, sendo a maioria deles (pouco mais de 2,6 mil) em um só dia, 23 de agosto. É o maior desde 1998, quando o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) começou a fazer este tipo de levantamento.

A rotina de muitas mulheres trabalhadoras inclui encarar o serviço no canavial, operar tratores e colheitadeiras. As usinas buscam investir em mão-de-obra feminina e, por isso, estão treinando quem deseja seguir carreira no agronegócio.

O ronco do trator é um dos momentos mais aguardados por Juliana Chaves Freitas. Preparar a terra para o plantio é uma das funções da tratorista, que trabalhava como técnica de enfermagem e cabeleireira.

Na usina onde trabalha, em Tanabi (SP), o número de mulheres tem aumentado. Atualmente, elas representam 10% do total de funcionários, isso porque cursos de capacitação têm sido oferecidos gratuitamente para elas, que querem viver do agronegócio.

Daiane Carvalho é professora e está fazendo o curso de tratorista. Mesmo nos momentos em sala de aula, ela já pensava em realizar este sonho e, graças aos ensinamentos, já está operando tratores, além de manter suas expectativas com uma oportunidade na usina.

A produção pecuária é uma das principais fontes da emissão de metano, um gás de efeito estufa altamente potente liberado pelos gases da vaca. Para enfrentar o desafio das mudanças climáticas, é crucial desenvolver uma prática sustentável que reduza essa emissão.

Em uma propriedade rural de Pirajuí (SP), a meta é prioridade. Na área de preservação, existem mais de 1,2 mil cabeças vivendo em harmonia. De acordo com Tarcísius Tonetto, dono da produção, o gás já foi diminuído em 4%.

"O animal produz quando ele fermenta aquilo que ele ingeriu dentro do rúmen. Então, nós conseguimos um gado que come menos e ganha mais, com isso, nós temos uma quantidade menor de metano por quilo de carne. A redução foi considerável nos últimos 12 anos", relata.

do Nosso Campo- A laranja é uma das frutas mais produzidas no Brasil e, para conferir de perto como funciona o manejo e a produção, o Nosso Campo visitou algumas propriedades do interior de São Paulo.

Em uma das propriedades há mais de 50 mil pés da variedade pêra rio, uma das mais cultivadas no país e que pode ser consumida tanto in natura como em suco.

São três colheitas no ano, sendo a principal entre os meses de maio e junho. Nos últimos meses do ano, ocorre a colheita das frutas tardias, que demoram um pouco para atingir o ponto ideal.

O centro-oeste paulista tem um papel importante na criação do bicho-da-seda. A atividade reúne pequenos produtores que lidam com uma ameaça: a contaminação por agrotóxicos das amoreiras, principal alimento dos insetos, que dificultando o crescimento do setor.

Em uma fábrica que fica em Bastos (SP), que é a única do Brasil a trabalhar com produtos de origem do bicho-da-seda, os casulos são recebidos, separados e seguem para o cozimento para dar início ao processo de fiação. Pouco tempo depois, o fio de seda está pronto para passar pelo acabamento.

Cada casulo rende aproximadamente 1.400 metros de fio e o maior desafio da empresa é entregar fios com qualidade cada vez maior para atender às demandas do mercado.

No Brasil, as importações de cacau aumentaram em 300% de 2022 para 2023. Foram 43,3 mil toneladas no ano passado frente a 11,4 mil toneladas de 2022. Financeiramente, houve um salto de US$ 28 milhões para US$ 110 milhões. Os dados são da SECEX (Secretaria de Comércio Exterior) e ICCO (Organização Internacional do Cacau) e foram levantados pela Vixtra, fintech de financiamento para importação.

De acordo com a ICCO, o Brasil ocupa o sexto lugar no cultivo de cacau mundial, apesar disso, fatores pontuais indicam necessidade de importá-lo. (leia mais abaixo)

Pioneiro na integração entre lavoura, pecuária e floresta, o Brasil está dando os primeiros passos para adotar mais um modelo que reúne, numa mesma área, mais de uma produção: a geração de energia agrofotovoltaica.

Diferente do modelo tradicional, no qual os módulos de geração de energia solar são instalados rentes ao solo exigindo a supressão da vegetação e inviabilizando o uso agropecuário, o que será testado em Minas Gerais reúne, no mesmo espaço, as duas atividades. O modelo foi desenvolvido na Europa por pesquisadores alemães e alvo de estudos em Pernambuco e Alagoas.

Criado pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) em parceria com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e com o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD), o projeto é financiado pela Agência Nacional de Energia Elétrica e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).

Com o objetivo de promover a competitividade das micro e pequenas empresas, o Sebrae está com inscrições gratuitas abertas para o 2º ciclo do Programa Agentes Locais de Inovação (ALI) em todo o estado de SP focado no segmento agro.


O programa 'ALI Rural' vai atender produtores e produtoras rurais com DAP ou CNPJ Rural ativo que estejam em um momento de busca pelo desenvolvimento de novos produtos, soluções, serviços ou modelo de negócios para melhoria dos processos produtivos e acesso a novos mercados, tudo visando a implementação de inovações nos negócios e aumento de faturamento.

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