Depois da vacinação em massa, Serrana, ‘capital da vacina’ do Brasil, já faz planos para retomar festas, abraços e negócios
Na bucólica Praça da Matriz de Serrana, o pipoqueiro Geniovar Vieira dos Santos, de 80 anos, encosta a bicicleta em um banco de concreto e senta para descansar. Há meses ele não se sentia seguro para passar um tempo na praça que o consagrou, como gosta de dizer, “o pipoqueiro profissional da cidade”. Mas ver seu pequeno município imunizado em massa contra o vírus que assusta o mundo há mais de um ano reacendeu seus planos de voltar a aceitar convites para fazer pipoca nas festas de aniversário. “Não sei se vou voltar a trabalhar aqui todo dia, estou cansado. Mas tenho saudade de fazer pipoca aqui na praça e nas festas da cidade, mesmo que seja de vez em quando”, diz.
Vieira é sergipano, mas vive há mais de quatro décadas na cidade de quase 46.000 habitantes do interior paulista, onde criou seus 11 filhos. E no início de abril foi completamente vacinado contra o coronavírus, assim como quase todos os seus vizinhos, em um projeto piloto do Instituto Butantan que procura entender qual a capacidade da vacina Coronavac, a mais aplicada no país, para minimizar a pandemia em um cenário real. “Serrana agora está famosa. Foi uma beleza chegar essa vacina aqui”, comemora, enquanto acomoda um chapéu sobre a cabeça.