Quase metade da superfície sólida do planeta está prestes a se tornar um deserto não arável, de acordo com a Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD, na sigla em inglês).

Essas terras são marcadas há muito tempo pela baixa pluviosidade, e mesmo assim sustentam 45% da agricultura mundial. Agora, a seca extrema ligada ao aquecimento global causado pelo homem está ajudando a transformar essa área em um terreno baldio infértil.

Com uma em cada três pessoas do mundo vivendo nessas regiões áridas, especialistas alertam que a insegurança alimentar, a pobreza e o deslocamento em massa acompanharão a desertificação.

 O problema é tão grave que uma conferência das Nações Unidas sobre desertificação (COP16), a ser realizada na Arábia Saudita em dezembro, exige que 1,5 bilhão de hectares de terras desertificadas do mundo sejam restaurados até 2030. Pelos cálculos da ONU, essa é a porção que poderia ser reabilitada.

O que é desertificação?
A desertificação é uma forma de degradação pela qual a terra fértil perde grande parte de sua produtividade biológica – e econômica – e se torna um deserto.

Atualmente, até 40% das terras do mundo já estão degradadas, de acordo com a UNCCD.

Em algum momento, entre 50 mil e 135 mil anos atrás, mãos sujas de sangue carregaram mais de 35 cabeças de animais enormes com chifres para o interior de uma caverna pequena, escura e sinuosa.

Pequenas fogueiras foram acesas sobre o chão de pedras. Na câmara iluminada pelas chamas, ecoava o ruído monótono dos homens batendo, quebrando e esmagando os crânios de bisões, gados selvagens, cervos-vermelhos e rinocerontes.

Esta cena sangrenta não é a abertura de um romance de horror da era glacial. É o cenário de um fascinante mistério dos neandertais.

No início de 2023, pesquisadores anunciaram que um sítio arqueológico espanhol — cujo nome é um trocadilho, Cueva Des-Cubierta — abrigava uma quantidade incomum de crânios de animais de grande porte.

Os crânios estavam todos fragmentados, mas seus chifres ou galhadas estavam relativamente intactos. Alguns foram encontrados perto de restos de fogueiras.

As cavernas do Vale de Lozoya, a cerca de uma hora de carro ao norte da capital espanhola, Madri, eram conhecidas desde o século 19, mas a Des-Cubierta só foi encontrada em 2009, durante uma pesquisa em outras cavernas na encosta da montanha.

O Instituto Butantan submeteu nesta segunda-feira (16) à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o pedido de registro da vacina da dengue.

A Butantan-DV, como é chamado o imunizante, é a primeira opção de vacina contra a doença que pode ser aplicada em uma única dose.

Segundo o instituto, nos estudos de fase dois, a vacina demonstrou 79,6% de eficácia geral para prevenir casos de dengue sintomática. Já na terceira fase de estudos, a eficácia chegou a uma proteção de 89% contra dengue grave e dengue com sinais de alarme, além de eficácia e segurança prolongadas por até cinco anos.

As antigas montanhas dos Andes abrigam ursos-de-óculos, pumas e o magnífico condor-andino. Elas também são lar de florestas de polylepis, menos conhecida, mas de importância crítica — conhecida como “árvore-nuvem”.

Crescem até 5.000 metros acima do nível do mar, são as árvores de maior altitude do mundo e são conhecidas por absorver e reter água das nuvens e das geleiras derretidas dos Andes. Lentamente, elas liberam essa água através do musgo esponjoso que cobre as árvores, alimentando os riachos de montanha e, eventualmente, as nascentes do rio Amazonas.

No passado, as florestas de polylepis cobriam vastas áreas da cordilheira, mas hoje, após centenas de anos de desmatamento e desenvolvimento, restam apenas 500.000 hectares, estima-se entre 1% e 10% da floresta original. Como resultado, os ecossistemas se degradaram e as florestas não mais fornecem uma barreira natural contra enchentes ou erosão. A segurança hídrica dos milhões de pessoas que vivem nos contrafortes dos Andes também está em risco.

Constantino Aucca Chutas, um biólogo peruano cujos avós eram agricultores da comunidade indígena Quechua, sentiu-se compelido a proteger suas terras ancestrais e as pessoas que nelas vivem.

“Tenho orgulho de ser descendente inca”, disse ele à CNN. “Quando criança, cresci perto de rios, gostando de ver as criaturas e toda essa natureza magnífica. Pensei comigo mesmo, seria fantástico se pudéssemos passar isso para as novas gerações.”

Em 2018, ele co-fundou a Acción Andina, uma iniciativa conjunta entre a organização sem fins lucrativos norte-americana Global Forest Generation e a organização peruana sem fins lucrativos Asociación Ecosistemas Andinos, dedicada à restauração da floresta de altitude e à proteção das comunidades locais que dela dependem. O trabalho começou no Peru, mas desde então se espalhou pelo Equador, Argentina, Bolívia, Chile e Colômbia, com o objetivo final de proteger e restaurar um milhão de hectares de floresta nativa andina até 2045.

Quantas vezes você demorou para começar uma tarefa pendente? Ou para finalmente se inscrever naquele curso que você adora?

Às vezes, a preguiça, o medo de não fazer tudo perfeito ou a desmotivação nos afastam de realizar várias atividades. Ou adiamos tanto que acabamos perdendo um tempo precioso que poderíamos estar aproveitando.

Há muitos motivos que podem nos levar a isso. Mas também existem soluções.

Para esses casos, os japoneses têm diversas técnicas que podem nos ajudar a superar a preguiça e encontrar motivação.

Por Derek Arnold, Loren Bouyer/ theconversation

Diga a um homem que ele não deve pensar em um elefante rosa e ele não conseguirá tirar o animal da cabeça!

Essa citação, do romance “A cidade do céu” (“City in the Sky”) de Curt Siodmak, de 1974, descreve como pode ser difícil bloquear nossos pensamentos. “Não pense em um elefante rosa” tornou-se um exemplo clássico de como pode ser difícil evitar intencionalmente visualizar alguma coisa.

Pesquisas sugerem que muitos de vocês, depois de terem lido sobre um elefante rosa aqui, já imaginaram ver um.

Entretanto, algumas pessoas, como nós, têm afantasia - não conseguem visualizar algo mentalmente. Portanto, ficamos um pouco confusos com a ideia de que outras pessoas podem imaginar ver coisas que não existem.

 Em um novo estudo, descobrimos evidências de que o problema do elefante rosa não é universal. Algumas pessoas - inclusive pessoas com afantasia - podem bloquear pensamentos visuais involuntários de suas mentes.

Cientistas na Índia relataram o "primeiro resultado significativo" da Aditya-L1, a primeira missão de observação solar do país no espaço.

As novas descobertas, segundo eles, podem ajudar a proteger redes elétricas e satélites de comunicação contra os efeitos de atividades solares que ameacem infraestruturas na Terra e no espaço.

Em 16 de julho, o mais importante dos sete instrumentos científicos que a Aditya-L1 carrega – o Coronógrafo de Linha de Emissão Visível (Velc) – capturou dados que ajudaram os cientistas a estimar o momento exato em que uma ejeção de massa coronal (CME, na sigla em inglês) começou.

Estudar as CMEs – enormes bolas de fogo que se desprendem da camada mais externa do Sol, a corona – é um dos objetivos científicos mais importantes da missão solar indiana.

 "Compostas por partículas carregadas, as CMEs podem pesar até um trilhão de quilos e alcançar velocidades de até 3 mil km por segundo ao viajar. Elas podem seguir em qualquer direção, inclusive em direção à Terra", explica o professor R. Ramesh, do Instituto Indiano de Astrofísica, responsável pelo projeto do Velc.

"Agora imagine essa enorme bola de fogo rumando para a Terra. Em sua velocidade máxima, levaria apenas cerca de 15 horas para percorrer os cerca de 150 milhões de quilômetros que separam o Sol da Terra."

A ejeção coronal capturada pelo Velc em 16 de julho começou às 10h08, no horário de Brasília. O professor Ramesh, pesquisador chefe do Velc e autor de um artigo sobre essa CME publicado na prestigiada revista Astrophysical Journal Letters, disse que ela teve origem do lado do Sol voltado para a Terra.

"Mas, em meia hora de viagem, ela foi desviada e seguiu em outra direção, passando por trás do Sol. Como estava muito distante, não teve impacto no clima da Terra."

No entanto, tempestades solares, explosões solares e ejeções de massa coronal impactam frequentemente o clima na Terra.

Elas também afetam o clima espacial, onde cerca de 7,8 mil satélites, incluindo mais de 50 da Índia, estão posicionados.

Quando falamos em açúcar, costumamos pensar logo em doces, mas a glicose de que precisamos - e que é gerada após o processamento do açúcar no organismo - pode ser obtida também por meio de diversos alimentos saudáveis, como batatas, mandiocas, leite, frutas e até verduras, entre outros. ?

Se por um lado sabemos que os carboidratos são suficientes para gerar a glicose que precisamos, também temos consciência de que é difícil eliminar por completo o consumo do açúcar artificial que é adicionado a doces e bebidas, por exemplo.

O fato é que não precisamos de açúcares artificiais – como o refinado - e, quando conseguimos eliminá-los, diversas mudanças podem ocorrer- tanto físicas quanto psicológicas:

-Tendência a redução da gordura corporal, com a adequação do peso: existe também uma redução da gordura visceral, que se acumula dentro da cavidade abdominal e pode interferir no funcionamento de diversos órgãos;

- Melhora na disposição para atividades rotineiras e para a prática de exercícios físicos. Porém, nos primeiros dias, é comum sentir fadiga ou falta de energia. Isso ocorre porque o corpo está se ajustando à ausência de açúcar, que é uma fonte rápida de energia. Mas se o indivíduo não cortar os carboidratos, que são essenciais, logo o organismo se acostuma.
- Melhora no humor: porém, algumas pessoas relatam irritabilidade logo que param de consumir açúcar. Isso pode ser resultado da adaptação do cérebro à falta de dopamina, que é liberada quando consumimos açúcar. Mas uma vez vale destacar a importância dos carboidratos para o organismo.

A expressão do ano é "brain rot" ("cérebro podre" ou "podridão cerebral", em inglês), definiu o Dicionário Oxford, nesta segunda-feira (2). Foram simplesmente 130.000 buscas por esse verbete ao longo de 2024.

?O que significa? É a deterioração mental ou intelectual causada pelo consumo excessivo de conteúdos superficiais e pouco desafiadores, principalmente os de redes sociais.

?Quando surgiu? O termo foi usado pela primeira vez em 1854 por Henry David Thoreau, no livro "Walden". O autor criticava a falta de valorização de ideias complexas e comparava o "brain rot" ao apodrecimento das batatas na Inglaterra.

?Por que se popularizou? Segundo os pesquisadores do Dicionário Oxford, a procura pelo termo cresceu 230% entre 2023 e 2024, possivelmente por causa da "preocupação com o impacto trazido por tantos conteúdos de baixa qualidade on-line". Um órgão de saúde dos Estados Unidos chegou até a publicar orientações para detectar casos de "brain rot".

Vamos imaginar uma situação muito comum: duas pessoas andando rapidamente se cruzam na rua. Podem ser amigos, colegas de trabalho ou conhecidos. Um deles cumprimenta com um “ei, tudo bem?” ou “como você está?” Automaticamente, o outro responde: “tudo indo” ou “vamos andando”. Pouco depois, cada um segue seu caminho. O breve encontro é marcado desde o início pelo ato da reclamação sistemática.

No século XXI, as sociedades desenvolvidas aceitam este tipo de atitude como uma forma rotineira de interação social. Na verdade, é bastante comum ouvir reclamações sobre trânsito, clima, trabalho ou dificuldades financeiras. Para muitos, é algo inofensivo e até terapêutico, pois serve como uma válvula de escape emocional.

No entanto, foi demonstrado que o queixume crônico tem um impacto significativo na saúde emocional, mental e até física tanto daqueles que reclamam como dos que recebem as lamentações.

Um fenômeno cotidiano
Aqui, abordaremos a expressão repetida de insatisfação, frustração ou desconforto com situações percebidas como negativas. É um fenômeno quase universal que pode ser extrapolado para contextos familiares, profissionais e sociais. Longe de ser uma visão catastrófica, as reclamações ocasionais são uma parte normal da experiência humana. A exaustão emocional e fisiológica ocorre quando esse humor negativo invade nossas rotinas diárias.

Mas por que lamentamos tanto? Alguns especialistas consideram que funciona como um mecanismo de enfrentamento através do qual liberamos a tensão ou buscamos validação. Especificamente, observou-se que ao reclamar buscamos a aprovação da nossa opinião ou percepção, como se fosse um ciclo.

Até o momento, ela funciona como estratégia de apresentação perante nosso grupo social. É uma função adaptativa do ser humano.

O problema é quando se torna crônico e se estende a vários contextos. É uma situação que se agrava com o uso e abuso das redes sociais, em que é comum que pessoas influentes das populações mais jovens dediquem grande parte do seu conteúdo a desabafar sobre isto e aquilo como estratégia para atrair seguidores ou para criar debates e troca de comentários.

Pessoas que residem em locais com a maior quantidade de áreas verdes têm menor chance de apresentar obesidade geral, obesidade abdominal e níveis baixos de HDL-colesterol (o colesterol bom). Além disso, têm maior chance de manter a prática de atividade física em intensidade moderada ou vigorosa.

É o que mostraram dois estudos que realizamos recentemente, explorando a associação entre a quantidade de áreas verdes na vizinhança e a prática de atividade física e fatores de risco cardiometabólico, que são um conjunto de condições que aumentam a probabilidade de desenvolvimento das doenças cardiometabólicas, diabetes e doenças cardiovasculares.

A obesidade (geral e abdominal) e os níveis baixos de HDL-colesterol são fatores de risco para o desenvolvimento de diabetes e doenças cardiovasculares. Já a prática de atividade física é considerada um comportamento que reduz o risco de desenvolvimento delas. Nossos estudos, portanto, indicam que as áreas verdes urbanas têm um possível efeito protetor sobre a saúde cardiometabólica de pessoas adultas.

"As crianças ficam grudadas em seus telefones celulares e nem sequer percebem nada ao seu redor. Elas mais parecem zumbis."

Quem diz isso é o diretor de uma escola em Sheffield, cidade no norte da Inglaterra, que recentemente proibiu o uso de smartphones, smartwatches (relógios com acesso à internet) ou fones de ouvido em suas dependências.

Qualquer aluno pego usando algum desses itens precisa entregá-los à direção da escola. Os aparelhos ficam na escola e só são devolvidos no dia seguinte.

Os alunos da escola, a Forge Valley School, disseram que demoraram um pouco para se acostumar com a ideia — mas que passaram a interagir muito mais com os demais colegas na ausência dos telefones.

O diretor da escola, Dale Barrowclough, disse estar confiante que a nova política vai dar certo e que ela veio para ficar.

Um novo ano escolar começou no mês passado no Reino Unido e diversos alunos e pais estão sendo surpreendidos com escolas que passaram a banir telefones celulares. A proibição não é uma política nacional — ela tem partido das próprias escolas, que reclamam do impacto negativo que diversos aparelhos têm no desenvolvimento acadêmico e no convívio social dos alunos.

No início deste ano, o Departamento de Educação emitiu orientações sobre como limitar o uso de celulares durante o turno escolar e para "minimizar a interrupção e melhorar o comportamento nas salas de aula".

 

No Brasil, alguns municípios e estados criaram leis proibindo o uso de celulares e outros aparelhos. Recentemente, na terça-feira (12/11), a Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou um projeto que proíbe celulares em escolas públicas e privadas. A proposta aguarda sanção do governador.