Preservar a massa muscular pode influenciar diretamente nos resultados do tratamento do câncer de mama. É o que revela um estudo da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto (SP), que avaliou mulheres com a doença em estágio inicial.

A pesquisa mostrou que pacientes com menor quantidade de massa muscular no momento do diagnóstico, tiveram piores desfechos de saúde e menor taxa de sobrevida em relação àquelas com massa preservada.

Segundo os pesquisadores, avaliar a composição corporal pode ajudar a orientar intervenções precoces e personalizadas.

O estudo, realizado ao longo de cinco anos, avaliou 54 mulheres diagnosticadas com câncer de mama em estágio inicial. Antes de iniciarem a quimioterapia ou radioterapia, todas passaram por exames que analisam a composição corporal, como a bioimpedância, e também por tomografias para monitoramento da doença.

Um dos focos foi o ângulo de fase, dado obtido pela bioimpedância que avalia a integridade das membranas celulares e está diretamente ligado à massa muscular.

“Esse dado vem ganhando destaque na literatura científica e se correlacionou com a perda de massa muscular. Pacientes com menor ângulo de fase já no diagnóstico apresentaram pior integridade celular e maior mortalidade após cinco anos”, explica a pesquisadora Mirele Savegnago Mialich Grecco, coordenadora do estudo.

O cardiologista Eric Topol acaba de lançar “Super agers: an evidence-based approach to longevity” (“Os super-velhos: uma abordagem da longevidade baseada em evidências”, em tradução livre). Ele se refere a idosos que passaram dos 80 anos com saúde, enquanto a maioria lida com pelo menos duas doenças crônicas. Fundador do Scripps Research Translational Institute, o médico e cientista chefiou pesquisadores que sequenciaram o genoma de 1.400 desses indivíduos que parecem não sentir a passagem do tempo. Foram batizados de “wellderly” – uma fusão das palavras bem e velho, ou seja, aqueles que parecem imunes ao declínio físico. Não foram achadas diferenças significativas entre eles e seus companheiros de geração, mas o grupo era consistentemente mais ativo, tinha conexões sociais e um nível de escolaridade maior.

Se não se tratava de uma carga genética favorável, qual o segredo desses longevos? “Eu poderia dizer que eles têm sorte, mas seria simplificar demais”, explicou em palestra on-line que acompanhei. “Na verdade, são pessoas cujo sistema imunológico tem grande resiliência e os protege das doenças”, completou.

Autor de mais de 1.300 artigos científicos, Topol vê com reservas o boom do mercado antienvelhecimento: “A ciência é encorajadora e temos avanços no campo da reprogramação epigenética, mas também há clínicas nas quais as pessoas gastam dezenas de milhares de dólares com câmaras hiperbáricas, tratamentos com células-tronco e suplementos sem o devido respaldo científico”, critica.

Enfatiza que o objetivo das políticas públicas de saúde deveria ser reduzir o risco de desenvolver as três condições mais comuns e associadas ao envelhecimento: câncer, doenças cardiovasculares e neurodegenerativas. É onde entra a medicina preventiva de precisão. O cardiologista aprova o desenvolvimento dos chamados “organ clocks” (relógios biológicos específicos para cada órgão) – na prática, testes com biomarcadores capazes de detectar enfermidades antes do surgimento dos sintomas.

Você talvez já tenha ouvido falar em microplásticos. A palavra remete a “plásticos pequenos”, o que não está longe da verdade. Mas quão pequenos são? Como se formam? Onde estão? Quais riscos oferecem?

Microplásticos e seu tamanho
Microplásticos são partículas plásticas com diâmetro entre 1 e 1000 µm (1 mm), e podem chegar a tamanhos inferiores a 0,1 µm (0,0001 mm), sendo então chamados de nanoplásticos. Nessa escala, a área superficial aumenta muito, intensificando sua reatividade e impacto ambiental.

Para comparar, areia grossa tem tamanho similar ao dos microplásticos. Já os nanoplásticos são menores que a espessura de um fio de cabelo (50–100 µm). Visualmente, uma formiga poderia representar um microplástico diante de uma garrafa PET (polietileno tereftalato), enquanto um vírus ilustraria um nanoplástico, conforme ilustrado na figura abaixo.

Uma pesquisa realizada no Brasil indica que a suplementação de vitamina D pode, no futuro, reforçar o tratamento contra o câncer de mama.

Ao avaliar um grupo de voluntárias diagnosticadas com a doença, os cientistas descobriram que tomar esse hormônio esteve relacionado a uma maior taxa de desaparecimento do tumor (entenda os detalhes ao longo da reportagem).

Além de atuar na manutenção da saúde dos ossos e do sistema imunológico, a vitamina D teria o potencial de se ligar diretamente a receptores de células cancerosas e pode impedir a disseminação delas, apontam os especialistas.

Os autores do trabalho se mostraram animados com os resultados e entendem que eles podem modificar a forma como essa enfermidade será tratada no futuro.

Mas eles mesmos ponderam que são necessários novos estudos, com um número maior de pacientes, para confirmar esses achados iniciais.

Como o estudo foi feito
A investigação foi conduzida na Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (Unesp), no interior de São Paulo.

Foram recrutadas 80 mulheres com mais de 45 anos diagnosticadas com câncer de mama.

Alguns sentem primeiro as orelhas geladas, outros, as mãos. Cada um sente frio de um jeito diferente, confirma Joachim Latsch, especialista em medicina esportiva da Faculdade de Esportes de Colônia, na Alemanha. Sensores na pele são responsáveis por registrar a temperatura e determinar nossa sensação de frio ou calor.

Algumas pessoas têm mais sensores nas orelhas, enquanto em outras, eles se concentram em lugares diferentes do corpo. A quantidade de sensores também é variável, fazendo com que cada um perceba as baixas temperaturas de maneira diferente.

Latsch descreve o fenômeno como uma vontade da natureza. “Assim como cada pessoa tem o pé de um tamanho, alguns de nós têm mais desses sensores, outros, menos", explica. Aliás, um sensor que identifica o frio só é capaz de detectar temperaturas baixas. Ele não dá o alerta de calor.

Por Mariza Tavares/G1

No mês passado, fiz uma coluna sobre a aptidão para o estresse, tese defendida pela psicóloga Elissa Epel: em vez de fugir das situações que nos causam desconforto, devemos procurar desafios que nos tornem mais preparados para superar as adversidades. A médica Sharon Bergquist, professora da faculdade de medicina da Emory University (EUA), que acaba de lançar o livro “O paradoxo do estresse: por que você precisa do estresse para viver mais, com saúde e felicidade” (“The stress paradox: why you need stress to live longer, healthier, and happier”), endossa a prática:

“O estresse causa dano, mas também cura. Um certo nível de estresse diminui nossa idade biológica, e esse é o paradoxo. Como médica, acompanhei muitos executivos e uma questão que sempre vinha à tona era: ‘será que devo desacelerar?’. Apesar da carga de trabalho, essas pessoas eram apaixonadas pelo que faziam. Quando nos envolvemos em atividades que nos estimulam, alimentamos nossa resistência e desenvolvemos resiliência”.

A pesquisadora afirma que o estresse ganhou uma reputação negativa a partir da década de 1930, depois que o endocrinologista Hans Selye apresentou sua teoria da Síndrome de Adaptação Geral, que descreve as reações fisiológicas do corpo ao estresse em três fases: alarme, resistência e exaustão – quando o esgotamento aumenta o risco de doenças.

“O problema é que Selye submetia as cobaias a um nível excessivo de sofrimento, o que contribuiu para a demonização do estresse. O segredo está em encontrar o ponto ideal, aquele que nos impulsiona sem nos sobrecarregar. Pensem num U invertido, no qual muito estresse é prejudicial, mas sua ausência também não é benéfica. Num nível moderado, ele estimula as conexões entre nossos neurônios”, enfatizou em palestra on-line.

Ela destaca o conceito da hormese, descrito pela primeira vez pelo farmacologista Hugo Schulz, segundo o qual uma baixa exposição a toxinas e outros estressores é favorável para o organismo, porque impulsiona os mecanismos de defesa. No entanto, faz a ressalva de que há uma variação expressiva entre os indivíduos e nossa tolerância está diretamente relacionada ao que fomos submetidos na primeira infância e em experiências negativas ao longo da vida.

Que a alimentação exerce um papel fundamental na nossa saúde não é novidade — embora muitas vezes a gente esqueça disso. O objetivo de comer bem não deve ser apenas emagrecer ou evitar o ganho de peso, mas sim viver mais e com qualidade. Por isso, manter padrões alimentares consistentes ao longo da vida é tão importante. 

Agora, um novo macroestudo publicado nesta semana na revista Nature Medicine revela oito padrões-chave que tornam uma dieta capaz de favorecer um envelhecimento saudável.

O estudo, conduzido por pesquisadores da Universidade Harvard em parceria com as universidades de Copenhague e Montreal, vai além de confirmar que o tipo de alimentação tem influência decisiva na saúde. Ele identifica hábitos alimentares específicos que, além de prevenir doenças crônicas não transmissíveis, promovem de forma eficaz um envelhecimento mais saudável para a população em geral.

A alimentação exerce um papel fundamental no bom funcionamento do corpo e, especialmente, na saúde cardiovascular. Um novo estudo acrescenta nova evidência nesse sentido e mostra que o consumo diário de feijão e grão-de-bico pode melhorar a saúde cardíaca e metabólica, reduzindo o risco de doenças crônicas.

O trabalho foi apresentado no congresso da Sociedade Americana de Nutrição, que aconteceu entre 31 de maio e 3 de junho em Orlando, nos Estados Unidos. Ele envolveu 72 pessoas com pré-diabetes -- uma condição clínica que antecede o diabetes tipo 2 -- que foram acompanhadas durante 12 semanas, e mostrou uma associação entre o consumo de grão-de-bico e melhores níveis de colesterol, e o consumo de feijão à redução da inflamação.

"Indivíduos com pré-diabetes frequentemente apresentam metabolismo lipídico prejudicado e inflamação crônica de baixo grau, fatores que podem contribuir para o desenvolvimento de doenças como doenças cardíacas e diabetes tipo 2", afirma Morganne Smith, doutoranda no Instituto de Tecnologia de Illinois, em comunicado.

"Nosso estudo descobriu que o consumo de feijão ajudou a reduzir significativamente o colesterol e a inflamação em pessoas com pré-diabetes, embora os níveis de glicose não tenham sido alterados", completa.

Por Mariza Tavares/G1

Já escrevi que a surdez é a principal causa modificável de declínio cognitivo entre idosos. Vamos imaginar alguém às voltas com o problema desde os 50 anos e que só foi buscar ajuda depois dos 70. São duas décadas de privação auditiva, o que muda o cenário das conexões neurais – é como se aparecessem lacunas que prejudicam a compreensão e afetam a plasticidade do cérebro, que fica menos “afiado”. Estudos também mostram que a progressiva perda do olfato na velhice desempenha papel semelhante, mas a boa notícia é que é possível treinar nossa capacidade de identificar cheiros e melhorar essa função.

Uma equipe multidisciplinar, reunindo pesquisadores do Instituto de Ciência de Tóquio, das universidades Bunkyo Gakuin e Hosei (situadas na capital japonesa) e da Universidade de Artes de Londres, desenvolveu um método para estimular o olfato – o que faz todo o sentido, já que, no Japão, 28.7% da população têm mais de 65 anos.

A Agência Nacional de Vigilância Nacional (Anvisa) proibiu a fabricação e venda de três marcas de "pó para preparo de bebida sabor café", apelidados de "café fake", após inspeções constatarem a presença da toxina ocratoxina A (OTA), substância imprópria para o consumo humano.

As marcas são: Melissa, Pingo Preto e Oficial. Elas já haviam sido desclassificadas pelo Ministério da Agricultura em 25 de maio, por serem impróprias para consumo.

A resolução da Anvisa desta segunda-feira (2) determina a proibição, comercialização, distribuição, fabricação, propaganda e uso dos produtos. Todos os lotes devem ser recolhidos.

Os produtos apresentaram irregularidades na rotulagem, informavam conter “polpa de café” e “café torrado e moído”, mas utilizavam ingredientes de qualidade inferior, como grãos crus ou até resíduos.

A atriz Marina Ruy Barbosa virou assunto nas redes sociais nesta segunda-feira (26) por conta de um hematoma roxo em seu ombro esquerdo. A imagem repercutiu após a divulgação de fotos tiradas durante o tapete vermelho do Baile da amfAR, em Cannes, realizado na noite da última quinta-feira (22).

Diante dos comentários questionando a origem da lesão, Marina respondeu a uma internauta e explicou que a roupa que usou naquele dia pesava cerca de 15 quilos, indicando que a peça seria o motivo de o ombro ter ficado daquela forma.

O g1 conversou com o cirurgião vascular Sergio Belczak para entender como o corpo reage em casos como o da atriz e por que lesões como a dela podem ser causadas por roupas pesadas e apertadas.

O especialista explica que a lesão que chamamos de "roxo" é, na verdade, um hematoma, causado pelo rompimento de pequenas veias. Quando esse rompimento ocorre, o sangue se espalha internamente até se tornar visível na pele.

No caso de Marina, Belczak afirma que é perfeitamente possível que uma roupa pesada como a dela, sustentada apenas por alças finas, tenha provocado o hematoma no ombro esquerdo.

Cuidado com roupas apertadas
Casos como o da atriz são extremos — no dia a dia, dificilmente alguém usa uma roupa que pesa 15 quilos. Um exemplo semelhante pode ser observado nas fantasias das escolas de samba no Carnaval.

Ainda assim, o cirurgião vascular chama a atenção para cuidados importantes na rotina, especialmente na escolha das roupas, para evitar futuros problemas de circulação.

Ele orienta evitar roupas apertadas como:

calças jeans muito justas,
meias que comprimem os calcanhares e
sutiãs sem sustentação adequada, que pressionam os ombros e comprimem as mamas.

“O importante”, diz Michael Fredericson, criador do programa do curso de medicina do estilo de vida na Universidade Stanford, “é que as pessoas entendam que a atividade física vai possibilitar que elas continuem fazendo as coisas das quais gostam. Pode ser caminhar longas distâncias, viajar ou ter força para levantar os netos do chão. Você não corre para ganhar aptidão física; na verdade, você faz exercício para conseguir correr”.

Falei muito de saúde mental e conexões sociais nas últimas três colunas, mas atividade física foi um outro pilar do seminário “Healthy Aging 2025”. Fredericson acrescentou que é fundamental trabalhar força e resistência – sim, o treino com peso é indispensável – mas lamentou que ainda não se dê a ênfase necessária aos treinos de equilíbrio e flexibilidade: “não adianta ser forte e não conseguir alcançar os pés com os dedos”.

“Investir em músculos é o melhor hedge fund que existe”, afirmou a pesquisadora Marily Oppezzo, também especialista em mudança de comportamento, referindo-se a um tipo de investimento que normalmente tem um retorno financeiro significativo.