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Profissionais do Hospital das Clínicas (HC) de Ribeirão Preto estão preparados para receber pacientes com suspeita de contaminação por ebola. Segundo o Grupo de Vigilância Epidemiológica, uma ala específica da unidade está qualificada para receber supostos infectados. Entretanto, a estrutura só pode ser usada em caráter emergencial, já que o HC não oferece tratamento. O protocolo exige que em casos suspeitos o paciente seja transferido para o Hospital Emílio Ribas, em São Paulo, considerado referência no Estado.

ebolaaaaA necessidade da preparação para possíveis casos da doença no Brasil surgiu depois do registro de uma suspeita no Paraná. Os exames, no entanto, afastaram a hipótese de confirmação do caso, segundo informou nesta segunda-feira (13) o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
Segundo o médico epidemiologista Daniel Araújo, os dois quartos do HC Ribeirão Preto ficam em uma das áreas mais seguras e isoladas da unidade. No local são internadas pessoas com doenças infectocontagiosas. A ala possui todos os equipamentos necessários para o monitoramento do paciente, assim como uma antessala para a preparação de médicos e enfermeiros.

Com o intuito de estabelecer normas para este tipo de atendimento e evitar problemas de contágio, os profissionais do HC passaram na sexta-feira (10) por um treinamento. “Nós fizemos um treinamento visando à padronização, principalmente, da paramentação dos profissionais de saúde e também para a Vigilância Epidemiológica para reconhecer os suspeitos e avaliação de comunicantes”, explica a diretora do Grupo de Vigilância Epidemiológica, Elizabete Paganini.

Durante o atendimento, os profissionais precisam de vestimentas especializadas, que cobrem os corpos da cabeça aos pés. Além de um macacão completamente vedado, também devem ser colocadas luvas, óculos, máscara, viseira de acrílico e uma capa de plástico. “Eles têm que estar bastante protegidos para não se infectar durante a assistência com esses casos. Esse equipamento é fundamental”, afirma Araújo.

O especialista ressalta que o mesmo cuidado deve ser tomado durante a retirada do equipamento. “É um momento muito chave [a retirada da roupa] durante o atendimento do paciente com ebola. É neste momento em que, muitas vezes, ocorre a contaminação.”

Mesmo com uma ala específica, a passagem do paciente com suspeita de ebola pelo HC será transitória, levando apenas o tempo necessário para que ele possa ser transferido para o Hospital Emílio Ribas, em São Paulo, considerado referência no Estado. “É apenas uma área transitória. Todos os pacientes que vierem com suspeita não serão encaminhados para o nosso hospital. Se for detectada a suspeita, vai ser encaminhado direto para o Emílio Ribas, que é o nosso hospital de referência”, explica Araújo.

Transmissão
O ebola é uma doença infecciosa grave provocada por um vírus. Os sintomas iniciais são febre de início repentino, fraqueza intensa, dores musculares, dor de cabeça e dor de garganta. Depois vêm vômitos, diarreia e sangramentos internos e externos. Ela é transmitida pelo contato direto com os fluidos corporais da pessoa infectada: sangue, suor, saliva, lágrimas, urina, fezes, vômito, muco e sêmen. Não há risco de contaminação pelo ar.

Quem tiver voltado de um dos países da África afetados pela epidemia – Libéria, Guiné ou Serra Leoa – e apresentar febre ou algum dos outros sintomas, deve procurar uma unidade de saúde e informar a equipe sobre a viagem.

G1